Saúde

Síndrome do Pânico

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Ter sensação de medo, sentir taquicardia e tremores no corpo. Esses sintomas podem ser o alerta para a Síndrome do Pânico, um distúrbio psicossomático (perturbações ou lesões orgânicas produzidas por influências psíquicas) que estimula o cérebro a produzir em maior quantidade os hormônios, entre eles a serotonina. Sem haver nenhum perigo real ou iminente, nosso sistema de “alerta” é ativado e desencadeia estas sensações episódicas fazendo a mente fazer uma leitura errada da realidade.

A doença também é conhecida como transtorno ou distúrbio do pânico e pode ser controlada e curada com o tratamento correto. Segundo o psiquiatra Nilton Fontoura, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a farmacoterapia aliada à psicoterapia.

Traduzindo, o uso de remédios específicos, associado ao tratamento psicológico. Enquanto a psicoterapia auxilia na dissolução dos motivos do pânico e estimula a mudança de atitudes para eliminá-los, o medicamento garante a pessoa o equilíbrio para se beneficiar da psicoterapia. “O paciente pode ficar curado se fizer o tratamento certo. O primeiro passo é buscar ajuda de um especialista que pode ser um psiquiatra ou psicoterapeuta, porque estes profissionais têm a capacidade de receitar medicamentos. A medicação é antidepressiva, mas o Pânico não é caracterizado como depressão. No Código Internacional de Doenças Mentais ele está caracterizado como Transtorno de Ansiedade”, explica Nilton.

Doença pode causar depressão

Uma crise pode durar entre 15 e 20 minutos e depois desaparece. Normalmente sente-se o medo em situações que não oferecem perigo. Pode ocorrer em qualquer lugar e o doente passa a evitar sair de casa. Algumas pessoas nem saem mais sozinhas com medo de passar mal na rua. As crises podem ser acompanhadas de algum mal-estar físico. “A pessoa vive sob o medo, mas são sensações episódicas. Em alguns casos, o nível chega a ser tão grande que o paciente não consegue fazer mais nada. Ele abandona o emprego, os amigos, o companheiro e pode ficar deprimido”, alerta o psiquiatra.

Os medicamentos são à base de antidepressivos, pois a droga atua nos neurotransmissores, regulando-os. Alguns pacientes necessitam associar medicamentos ansiolíticos (calmantes) ao tratamento, pois o paciente se torna uma pessoa ansiosa.

Nilton Fontoura afirma que o paciente em tratamento deve diminuir o ritmo de suas funções diárias, mas não abandoná-las. “A pessoa aos poucos retoma sua vida. Quando a medicação é feita, os sintomas tendem a desaparecer entre quatro a seis semanas. O tratamento varia entre dez meses e um ano, porém casos mais graves podem levar de dois a cinco anos para serem resolvidos”.

Alguns casos não precisam de medicamento

A psiquiatra Maria Raquel Lucas Fernandes acredita que o tratamento pode ser feito sem o apoio dos medicamentos, mas alerta que isso depende do grau de sintomatologia do paciente. “O médico tem que observar a intensidade das crises para avaliar o melhor tratamento. Quando o paciente consegue lidar com os sintomas, basta fazer a psicanálise”, explica.

Maria Raquel diz que o tratamento padrão é feito à base de antidepressivos aliados a ansiolíticos, mas que não adianta ministrar somente os remédios sem descobrir o porquê do problema. “O que acontece, às vezes, é que quando o médico vai reduzindo a quantidade de remédios ou até mesmo retira a medicação, os sintomas voltam. Se não houver acompanhamento não adianta”, afirma.

A psiquiatra também conta que alguns pacientes sentem-se bem apenas por carregar o remédio no bolso: “alguns já não estão mais tomando a medicação, mas ficam seguros para realizarem suas tarefas apenas por saber que estão com o remédio. Dá uma sensação de segurança”.

Sintomas

Os sintomas e a intensidade variam de pessoa para pessoa, mas em geral são os listados abaixo:

- Taquicardia e palpitações
- Sensação de morte iminente
- Boca seca
- Tremor no corpo
- Sensação de medo
- Vertigens
- Dores no peito e falta de ar
- Sudorese
- Sensação de desmaio
- Angústia
- Atordoamento

Dicas para ajudar

- A família e os amigos podem de devem ajudar. A Síndrome do Pânico não é loucura e o paciente não deve ser tratado como tal. O incentivo ao tratamento é o primeiro caminho em busca da cura.

- Quando o doente se sente incapacitado de fazer alguma coisa, não lide com ele como se aquilo fosse frescura. Muitas vezes eles não conseguem sair de casa para realizar tarefas simples. Os sentimentos devem ser respeitados.

- Tome cuidado com o cuidado exagerado. A pessoa já se sente amedrontada e só vai piorar se ela se sentir incapacitada para fazer tudo. A família deve estimular que ela enfrente o problema, mas não tratá-la como coitadinha.

- No início do tratamento, é interessante que a família também tenha o contato com o médico para que possa saber exatamente o que está acontecendo. Saber lidar com o doente é importante para sua recuperação.

- Durante a crise, é importante que o doente seja apoiado. O melhor é conversar com ele mostrando a realidade, dizendo que não há perigo, que aquilo vai passar, que você está ao lado dele e tudo vai ficar bem. Palavras de incentivo são importantes para diminuir o tempo da crise.



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