Algumas pessoas têm o maxilar inferior maior do que o superior, deixando-as com a aparência de um queixo avantajado e mais comprido do que o restante do rosto. Outras, ao contrário, têm o maxilar inferior menor que o normal e o queixo quase desaparece na face, como era o caso do compositor Noel Rosa. Ambas as situações são consequência da desarmonia entre os ossos da face, ou seja, de falhas no posicionamento das arcadas dentárias e dos ossos da face em relação à base do crânio.
Além das implicações estéticas e emocionais provocadas pelo prognatismo – queixo mais acentuado - e pelo retrognatismo – praticamente sem queixo - esses transtornos trazem consequências funcionais devido à má oclusão (mordida incorreta), causando alterações na mastigação, deglutição, respiração, dicção e ainda podendo ocasionar perda prematura dos dentes.
Nem sempre os pacientes que sofrem de alterações dentofaciais têm como avaliar o comprometimento dos aspectos funcionais por falta de referência: afinal o que é respirar bem, por exemplo, para quem desde sempre respirou mal? Em geral, o aspecto estético é o mais evidente e o que mais incomoda, levando o paciente ao tratamento. Os ganhos funcionais são descobertos e festejados ao final de tudo.
Causas
Os problemas ortodônticos podem ter origem na má formação genética ou nos hábitos adquiridos ao longo da vida. O prognatismo mandibular, por exemplo, pode ocorrer em casos crônicos de respiração bucal infantil. A boca permanentemente entreaberta, que facilita a respiração, permite também que a língua se posicione inadequadamente na parte de baixo da cavidade bucal, impelindo a mandíbula a ter um crescimento alterado, ou seja, maior do que o normal.
Tratamento
O tratamento para a correção dessas patologias é feito por meio da cirurgia ortognática, realizada por cirurgiões bucomaxilofaciais, associada à terapia ortodôntica — feita por ortodontistas. A cirurgia pode acontecer a partir dos 15 anos, quando o crescimento dos ossos faciais já estiver definido.
No tratamento convencional, para se submeter à cirurgia ortognática, o paciente precisa antes passar por 12 a 18 meses de tratamento ortodôntico, com uso de aparelho fixo, para reposição dos dentes. Após a operação, o tratamento ortodôntico continua por mais um ano.
Existe, ainda, uma nova abordagem de tratamento, chamada de “Benefício antecipado”, desenvolvida pelo ortodentista brasiliense Jorge Faber. Nesse caso, a cirurgia é realizada logo depois da montagem do aparelho ortodôntico, o que acaba antecipando os benefícios. Em relação ao método convencional, segundo o próprio criador da técnica, o tempo de tratamento é reduzido, assim como os custos, já que o acompanhamento ortodôntico é encurtado.
Sobre a cirurgia
A cirurgia ortognática é feita toda por dentro da boca e dura em média de três a quatro horas. É realizada em hospital, sob anestesia geral, e o período de internação é relativamente curto. A cirurgia reposiciona o maxilar (parte superior) ou a mandíbula (parte inferior), fazendo a fixação com placas e parafusos de titânio.
O pós-operatório é um tanto desconfortável mas sem dor, garantem os médicos. O paciente pode falar e deglutir alimentação pastosa após a cirurgia, mas terá ainda que conviver com um pouco de dormência e inchaço pelas semanas seguintes. A mudança estética, porém, é muito rápida, o que costuma deixar os pacientes surpresos e felizes. A recuperação total pode levar de 4 a 8 semanas, dependendo do caso.
Nem sempre os Planos de Saúde cobrem este tipo de cirurgia, mas sempre é possível negociar para que o convênio faça a cobertura das despesas hospitalares.
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