O estudo de fósseis nos possibilita conhecer as mudanças sofridas em milhões de anos por plantas, animais e pelo ambiente em que vivemos.
Conversamos com a palinóloga Soraia Girardi Bauermann para conhecer um pouco mais sobre a profissão. Após a leitura, acesse também as entrevista de paleontologia, para entender esta outra formação correlata.
Soraia fez o curso de Ciências Biológicas na PUCRS e depois de formada fez mestrado em Ciências Biológicas na UFRGS, doutorado em Geociências também na UFRGS e atualmente atua como professora na ULBRA.
Como é bióloga e sempre gostou de botânica, logo depois de concluir a graduação, foi fazer mestrado. A área de concentração no mestrado foi ecologia de fungos, o que a deixou fascinada com as possibilidades que os estudos em ecologia permitem. Bem mais tarde, após o nascimento dos dois filhos, entrou no doutorado. Neste momento a opção foi estudar a palinologia de Quaternário por permitir fazer estudos em ecologia de tempos passados.
Um palinólogo se dedica ao estudo dos microfósseis (restos fósseis de organismos microscópicos), principalmente dos grãos de pólen e esporos. Há palinólogos que se dedicam ao estudo de microfósseis com milhões de anos enquanto outros estudam grãos de pólen e esporos mais modernos. Através destes estudos podemos conhecer a vegetação passada e assim reconstituir as transformações pelas quais as plantas e o ambiente já passaram.
A palinologia é "filha" da paleontologia?
A palinologia é uma das “filhas” da Paleontologia. Dentro da Paleontologia pode-se dedicar ao estudo de vários organismos, restos e vestígios de organismos. Neste sentido, a palinologia é um dos ramos da paleontologia.
Que outras profissões interagem com a palinologia?
A palinologia tem muitas interfaces com outras ciências. Os dados que a palinologia oferece são úteis para a reconstituição de épocas remotas interagindo com a botânica, a geologia, zoologia e a geografia, mostrando como era nosso planeta nestes períodos distantes.
Por outro lado, se pensamos em tempos mais modernos (Quaternário) a palinologia atua na reconstrução do ambiente, mas também promove a preservação ambiental e manejo sustentável.
E, se pensamos em tempos atuais, a palinologia pode ser útil em estudos de mel (certificando a origem e qualidade do mesmo), de alergia (rinites alérgicas causadas por pólen) e de polinização, entre outros. Enfim, a palinologia é de extrema utilidade a várias outras ciências.
O Brasil tem boas oportunidades ou o melhor é buscar qualificação e oportunidades no exterior?
Atualmente o Brasil conta com boas oportunidades de formação em território nacional. Entretanto, creio que é sempre importante algum tipo de formação no exterior, não só em termos pessoais, mas para o desenvolvimento da ciência em âmbito nacional. Intercâmbios internacionais (estágios, cursos, pós-graduação) servem não somente para aprendizado, mas também para divulgação dos bons trabalhos que são feitos no Brasil.
Como é a remuneração para a área?
Há uma crença generalizada de que você vai ganhar muito pouco fazendo ciência no Brasil. Isto não é verdade, o salário médio de um professor ou pesquisador desta área está em torno de R$ 5.000,00. Obviamente não deixa ninguém milionário.
Que dicas você daria aos interessados?
Se você é curioso, gosta de estudar e de fósseis comece cedo a dedicar-se. Faça estágios, fale com seus professores, leia bastante sobre o assunto e não desista. A palinologia pode ser encantadora se você pensar que seu estudo é como ter em mãos o exemplar único de um livro cujo alfabeto só você conhece.
Ozana Hannesch
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