Considerada uma das profissões mais “quentes” do mercado e crescendo em interesse ao ritmo da Internet, o Webdesign continua exercendo atração sobre os jovens. Embora a popularização do termo tenha gerado milhares de profissionais com pouco prática (basta ver o grande número de sites feios e com má navegabilidade), os profissionais com formação mais robusta e diversificada conseguem se destacar.
Desenho industrial, Arquitetura e Comunicação Social são as graduações mais cursadas por quem dá as cartas no mercado hoje, provando que não é necessário apenas conhecer bem a Internet, mas também dominar conceitos de cores, publicação, público-alvo, formas e proporções, como Gisela bem enumera em sua entrevista.
Faça um breve resumo de sua formação e carreira
Sou formada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília - UnB, com especialização em Análise de Sistemas. Entre outras funções, fui diretora de criação em uma agência de publicidade e gerente do Departamento de Design em uma empresa de desenvolvimento de soluções em TI (Technology Information - Tecnologia da Informação). Hoje tenho a minha empresa de comunicação e design, a Gmartine.
Por que você decidiu se tornar webdesigner?
Depois que saí da faculdade, pesquisei diversas formas de expressão artística. Quando descobri as possibilidades ilimitadas de criação com o computador... foi amor à primeira vista! Com a vantagem que não tem sujeira e, se errar alguma coisa, basta dar um "undo" e está tudo certo! Assim, passei anos fazendo anúncios para jornais, revistas e TV, folders, logomarcas, embalagens etc. Com o surgimento da Internet, percebi que essa mídia possibilitava desafios ainda maiores: sites, portais, e-learning, demonstrativos, hotsites, banners, animações, aplicações para Web, e-mail marketing...
O webdesigner é basicamente um designer que desenvolve trabalhos para a Internet. Simples assim. Mas tem muita gente que se acha webdesigner só porque sabe como colocar uma página html no ar. É muito mais do que isso! Você tem que ter noções de proporção, diagramação, cores, equilíbrio, navegabilidade etc. É necessário transformar idéias em imagens e sintetizar visualmente conceitos não-visuais.
Por isso acredito que tive mais facilidade nessa área por ser uma artista usando uma nova ferramenta, e não uma técnica tentando fazer arte no computador. Isso me animou a me aprofundar na linguagem, a conhecer mais e mais as ferramentas e a desenvolver técnicas próprias para unir arte com linguagem Web, numa "mistureba" instigante e desafiadora.
Quais os desafios encontrados hoje por quem quer seguir a carreira?
Existem os desafios naturais a qualquer "profissão da moda": mercado saturado, baixa remuneração e pouca valorização profissional. Entretanto, aqueles que, além da técnica, possuem talento, obstinação e, acima de tudo, criatividade, acabam encontrando seu espaço e alcançando reconhecimento. O importante é ter sempre em mente que o webdesign não é apenas uma sucessão de "telas" visualmente agradáveis e efeitos de última geração, mas sim um importante elemento de comunicação, que deve transmitir valores e diferenciais específicos para cada empresa ou produto.
Que outros cursos ou áreas de interesse podem ajudar o profissional de design?
Em primeiro lugar, ter o domínio das ferramentas é muito importante. É como um pintor que deve conhecer sobre tintas e pincéis... Então, é fundamental aprender Html, Flash, ferramentas de manipulação de imagens como o PhotoShop ou Fireworks e programas de ilustração, como o Freehand. Linguagens de programação são diferenciais: javascript, php, asp, xml.... Entretanto, só isso não basta para se destacar como um bom profissional. Além da técnica, acompanhar as novas tendências, ler muito e ficar antenado com o mundo à sua volta são pré-requisitos para estar sempre em evolução.
Como se destacar em um mercado tão saturado e competitivo?
Esta não é uma resposta fácil, pois, afinal de contas, não existe uma fórmula mágica ou receita de bolo que faça seu trabalho se destacar. O importante é que, dentro do seu processo criativo, você leve em consideração a necessidade do seu cliente para encontrar um equilíbrio entre a sua visão e a proposta do trabalho. A Internet é uma inesgotável e dinâmica forma de se comunicar, então, tão importante quanto a estética do seu trabalho, é a capacidade que ele tem de ser compreendido.
Para finalizar, que dicas você daria aos interessados na formação?
Primeira dica: goste do que você faz. Segunda dica: goste muito do que você faz. Terceira dica: goste muito mesmo do que você faz. Depois é só se dedicar, se reciclar e deixar fluir o talento que Deus te deu...
Ozana Hannesch
Restaurador de papelDiego Santos Vieira de Jesus
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