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Fábio Gondim Palazzo | Engenheiro Naval

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O engenheiro naval Fábio Gondim Palazzo, de 45 anos, graduou-se na UFRJ, na turma de 1979. Época gorda para a engenharia naval: os estaleiros estavam a todo o vapor, a Petrobras fazia concursos e contratava, as companhias de navegação faziam encomendas aos estaleiros.

O cenário mudou mas, da turma de 35 engenheiros que se formou com Palazzo, a maioria continua trabalhando na área, e boa parte deles ainda está no primeiro emprego!

O que fez você se decidir pela engenharia naval?

Eu tinha uma queda pela engenharia civil, mas não estava definido. Quando fiz o curso, a opção pela carreira só acontecia depois de dois anos de ciclo básico. Entre as disciplinas desse ciclo, vi que eu gostava mesmo das que tinham a ver com estrutura. E na parte estrutural, da civil para a naval, só muda o material, do concreto para o aço. Acabei optando por um mercado que me parecia mais promissor, porque a construção naval estava com fôlego.

E o curso? Correspondeu às suas expectativas?

Eu descobri que um navio tem tudo quanto é engenharia flutuando junto, ainda que você não se aprofunde completamente em todas elas. Tem metalurgia, que você usa para aprender como soldar o casco do navio; tem elétrica, para saber como gerar e distribuir energia elétrica pela embarcação; tem, claro, a parte estrutural, que é a base da civil; para entender o funcionamento dos motores, das bombas e dos compressores, recorre-se à engenharia mecânica. E os fundamentos da engenharia eletrônica ajudam a lidar com os equipamentos para navegação. Claro que tem a naval propriamente dita. O curso foi, por isso, mais abrangente do que eu esperava.

Foi complicado conseguir lugar no mercado de trabalho?

Para mim, não. Eu fiz o concurso para a Petrobras antes mesmo de concluir o curso, a faculdade me deu um documento atestando que eu concluiria a tempo de tomar posse, se fosse aprovado. Mas a decisão para os formandos ficava entre trabalhar em estaleiros, na construção de navios, para tocar a obra, ou na área de projetos. Nessa, podia-se trabalhar em escritórios ou nas sociedades classificadoras — órgãos técnicos que acompanham o projeto e a construção de grandes embarcações para que, ao final da obra, a seguradora tivesse confiança de que poderia dar cobertura àquela embarcação. Em geral, obras de grande porte têm esse acompanhamento. O que mudou, de lá para cá, foi a situação dos estaleiros, que não têm mais encomendas de navios oceânicos, de grande porte.

Quantos engenheiros navais se formaram na sua turma?

Éramos 35 colegas. Na festa de 20 anos da formatura, 20 pessoas da turma ainda continuavam na ativa e na área, ou seja, não foram obrigados, por causa da crise no setor de construção naval, a buscar outras ocupações. E vários deles, como eu, no primeiro emprego, acho um dado curioso e importante.

O que você faz na Petrobras?

Trabalho há 11 anos numa divisão do Centro de Pesquisas, o Cenpes, que faz projetos de unidades para produção de petróleo. São flutuantes, como as plataformas para produção. Mais especificamente, estou trabalhando nos projetos de ancoragem de unidades flutuantes, ou seja, considerando as variáveis como ondas, ventos e correnteza, faço os cálculos para determinar a melhor maneira de "prender" essas unidades. Antes disso trabalhei embarcado em instalação de plataformas, lançamento de dutos submarinos e operação e manutenção de terminais oceânicos.



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