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Projetos de navios e plataformas de petróleo na vida do engenheiro naval

Isaias Quaresma Masetti | Engenheiro Naval

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O engenheiro naval formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) Isaias Quaresma Masetti trabalha na Petrobras desde que saiu da faculdade. Hoje, ele é doutor em Engenharia civil pela mesma instituição e atua em projetos de desenvolvimento de tecnologia junto às universidades brasileiras e em projetos navais de unidades de produção de petróleo no mar.

Há 23 anos na empresa, ele atualmente coordena um projeto conceitual de um novo casco para unidades flutuantes de produção. Masetti conta que, para desempenhar suas funções na empresa, os cursos de pós-graduação que fez foram fundamentais. “Ainda hoje, manter-se atualizado é imprescindível para um bom desempenho profissional no centro de pesquisas”, afirma.

O engenheiro diz que os novatos não devem ter medo de sonhar e acreditar no que querem. Masetti ainda frisa que o curso de Engenharia Naval é muito exigente e cheio de dificuldades, mas que os estudantes não devem desistir.

O que levou o senhor a escolher Engenharia Naval como profissão?

Escolhi fazer Engenharia. Naquela época era assim, você escolhia Engenharia, fazia dois anos de curso básico e então definia sua especialidade. Naval foi por intuição, já que na época eu não tinha uma noção exata do que era o curso e como seria o mercado de trabalho. Por outro lado, me parecia que o curso de Naval dava uma boa visão global, porém com um bom aprofundamento para o desempenho de funções técnicas específicas.

Qual deve ser o perfil do estudante que pretende seguir esta carreira?

O básico para um estudante que queira seguir a carreira de engenheiro naval é o mesmo de qualquer carreira, isto é, "querer" e "sonhar". Querer aprender, sonhar em realizar, aprender a gostar, enfrentar desafios, não desistir. O curso costuma ser difícil e muito abrangente, portanto, requer muito esforço do aluno para cumprir com todos os requisitos nos prazos estipulados.

Qual o tipo de trabalho que um engenheiro naval desempenha?

O trabalho pode abranger desde áreas eminentemente técnicas, como projeto estrutural, projeto de estabilidade, motores, projeto elétrico do navio, até áreas mais comerciais e de logística, como análise de frete e estudo de rotas. O campo de trabalho de um engenheiro naval não se resume apenas ao projeto do navio, estende-se também a outras estruturas flutuantes e embarcações especiais, como plataformas semi-submersíveis, navios de exploração e barcos especiais para transporte de passageiros em mar aberto. Outros serviços que podem demandar a especialidade em Engenharia Naval seriam análise de instalação de linhas e outros equipamentos submarinos, construção naval e montagem. Que tipos de mudanças ocorreram na sua carreira nos últimos anos?

O que pude notar foi um aumento muito grande da minha capacidade de realização, causado principalmente pelo trabalho em equipe, em que as disputas individuais dão lugar ao desafio de enfrentar situações novas e no limite do conhecimento técnico. A equipe de que falo é composta por colegas da própria Petrobras e de nossos parceiros de desenvolvimento, cabendo citar entre eles a USP, a COPPE/UFRJ, a PUC-Rio, entre outros. Cabe ressaltar também que outras firmas de engenharia e laboratórios brasileiros e de todo o mundo já prestaram serviços ou participaram de vários dos os nossos projetos de desenvolvimento.

É uma carreira valorizada no Brasil?

Hoje, devido ao aumento da produção de petróleo nas costas brasileiras e à necessidade de aumento e renovação da frota nacional, as carreiras de engenheiro naval e de técnico de construção naval estão muito valorizadas. Pode-se notar isso, ao certificarmos que todos os formandos em Engenharia Naval em 2002 saíram empregados e com bons salários iniciais.

Qual a sua maior realização profissional?

Dentre os trabalhos recentes, os que mais gostei estão relacionados com o desenvolvimento de simuladores numéricos (TPN, DYNASIM, PREA, SITUA) e a coordenação técnica de um projeto de casto tipo monocoluna para unidade estacionária de produção de petróleo. Estes serviços e outras consultorias que prestamos pelo Centro de Pesquisas nos permitiram depositar mais de dez patentes, sendo que algumas estão largamente em uso pela Petrobras e até por outras companhias.

E um desejo a ser realizado?

Particularmente tive a sorte de trabalhar na Petrobrás e ter a empresa como meu único emprego. Tive também uma grande sorte adicional ao trabalhar para o Centro de Pesquisas (CENPES) que me apoiou sempre na realização de todos os meus sonhos técnicos.

Que tipos de problemas ou angústias existem na sua profissão?

Pode-se dizer que uma "angústia individual" é aquela relacionada com os salários (que parecem sempre insuficientes para os nossos consumos), mas isto é um fator comum a muitas outras áreas também. Outra, a "angústia institucional", é quando percebemos que há uma diminuição nos incentivos governamentais à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico do país, representados pelas verbas destinadas aos centros de pesquisas, aos laboratórios e às universidades. A grande compensação é que estamos fazendo algo que dá muito prazer e realização que se renovam a cada novo projeto que iniciamos.

Que dicas o senhor dá para quem está ingressando na faculdade e quer seguir sua área?

A dica para quem está ingressando nessa área é acreditar no futuro, estudar muito, ser participativo e não alienado da sociedade em que vive. Todos falam que "fazer o quê se gosta é fundamental para se realizar". É uma verdade! Assim, nós todos devemos nos dar a chance de descobrir do que gostamos, sem medo de experimentar, de avançar ou de retroceder.



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