O turismo no Brasil ainda passa por um estágio de desenvolvimento, principalmente se considerarmos as muitas opções disponíveis em nosso país. Entretanto, novas graduações e cursos profissionalizantes vêm formando profissionais jovens e com fôlego de sobra para ajudar a melhorar este quadro e amadurecer o turismo em nossas terras.
Conversamos com Elizabeth da Cunha para entender melhor o mercado, as formações e principais oportunidades na área de turismo e hotelaria.
Faça um breve resumo de sua formação e carreira
Bem, comecei a estudar inglês na primeira série na escola e desde então adoro a língua. Acho que isso foi realmente o começo de tudo, pois foi o que me deu mais vontade de, aos 11 anos, começar o curso de inglês. Ao chegar ao 3° ano do segundo grau, momento "decisivo", eu ainda não sabia ao certo o que faria. Todos já estavam pagando suas inscrições de vestibular e eu ainda estava pensando no que iria fazer. E então, lendo o famoso manual do vestibulando achei a faculdade de hotelaria, que eu achei o máximo.
Durante o curso trabalhei em um restaurante. Depois que me formei comecei a procurar trabalho na área e em 2 meses de procura surgiu a oportunidade de trabalhar em um hotel da rede Sol Meliá.
Por que você escolheu o Turismo e Hotelaria? Quantos anos de estudo? Que tipo de disciplinas são estudadas?
Escolhi este curso, pois eu queria fazer faculdade de hotelaria, mas só tinha turma da faculdade em Copacabana à noite, o que ficava bem complicado pra mim, já que eu moro em Jacarepaguá. Ao pesar os prós e os contras, o politécnico ganha disparado: em apenas 2 anos de curso eu saio tão apta quanto o aluno da graduação. E, além disso, o mercado de trabalho se expandiria para mim; além de fazer o que eu queria, que é a parte da hotelaria, eu também estudaria coisas da faculdade de turismo.
Estudamos matérias voltadas diretamente ao mercado de trabalho, coisas que utilizamos mesmo no dia a dia e deixamos de lado aquelas da graduação, que são matérias "técnicas". Temos matérias de alimentos e bebidas, de turismo (que seriam usadas em agências de viagens), de geografia/meio-ambiente e de hotelaria.
Quais as principais características para um profissional deste ramo?
Para se dar bem nesta área, tanto pra galera do turismo quanto da hotelaria, é obrigatório falar outras línguas. O inglês é o principal, depois vem o espanhol, que também é muito usado. Tem que ser extrovertido, saber vender seu produto. E tem que gostar muito de trabalhar! Quando nossos amigos de outras profissões estão descansando é que nós trabalhamos mais. Nosso público é o pessoal que está de férias, ou dos feriados prolongados, e é aí que nós trabalhamos mais.
Qual a importância da complementação do curso de tecnólogo?
Uma outra vantagem de fazer este curso que tem apenas 2 anos de duração é a possibilidade de fazer cursos complementares ou cursos de pós graduação e, em torno de 25 anos, já ter um ótimo curriculum. Como o curso é totalmente voltado pro mercado de trabalho, tem algumas informações que os alunos da graduação recebem, que nós não recebemos. E para adquirirmos esse conhecimento basta fazermos as matérias que tenhamos interesse.
O mercado brasileiro ainda está nascendo ou já apresenta crescimento e maturidade? Onde estão as boas oportunidades para os formados?
Nascendo não digo que está, mas com certeza ainda engatinha. Ainda há muito turismo a ser descoberto no Brasil. Acho que o governo deveria investir mais nessa área, que só irá contribuir para o desenvolvimento do Brasil.
Costumo dizer que nesta área só fica desempregado quem quer. Os hotéis estão sempre precisando de profissionais qualificados para trabalhar em suas diversas áreas. A única coisa que posso dizer pros formandos é que quem procura acha! Tem que se jogar naquele mundo de hotéis que é Ipanema, Copacabana e Leme. E pra quem quer se arriscar a sair do Rio de Janeiro, dependendo do lugar que escolher fica ainda mais fácil. Em algumas regiões esse curso ainda não existe, então o pessoal que trabalha nos hotéis não é formado em hotelaria. A possibilidade de subir de cargo é maior.
Que dicas você daria aos interessados em seguir a formação?
Já que é curso é curto, pra quem ainda não fala outras línguas, o ideal é fazer o curso paralelamente. E trabalhar na área durante o curso é muito bom. Pois além de estar aprendendo na aula, aprende na prática também.
Participar dos trabalhos práticos e das visitas técnicas também é fundamental. Os professores sempre organizam visitas a pontos turísticos e a hotéis.
Ozana Hannesch
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