Profissionais de Sucesso

Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

Para o cientista social, o homem é a razão de tudo

Emir Sader | Pensador e Pesquisador brasileiro

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O sociólogo Emir Sader é um dos mais respeitados pensadores e pesquisadores brasileiros, tanto no país quanto no exterior. Sua carreira de sucesso, nas áreas de ciências sociais, começou em pleno governo autoritário, após o golpe militar de 1964, e se mantém firme desde então. Sader mantém intacta a sua ideologia marxista, apesar do esfacelamento da União Soviética, e diz que não concebe um cientista social que não tenha formação plenamente humanista. Coisa que, na sua opinião, a especialização em determinadas carreiras tende a inibir.

Como foi a sua formação? Como você se decidiu pelas ciências sociais?

Me formei em filosofia na USP, fiz mestrado em filosofia política, doutorado em ciência política e depois passei a dar aulas de sociologia. Eu me formei em filosofia por achar um dos cursos mais complicados na área de humanidades e para se ter uma formação por conta própria. Sendo já marxista, eu buscava uma formação abrangente, que me permitisse sair das especializações que a divisão do trabalho na universidade impõe.

Fiz mestrado em filosofia política ("Estado e política em Marx", em 1967, publicado 25 anos depois pela Ed. Cortez), dei aulas de filosofia política e depois diretamente no departamento de política (que posteriormente passou a se chamar ciência política).

A universidade lhe deu toda a base de que precisava?

O que mais me interessava - o marxismo - eu aprendi fora da universidade, porque o meu curso de filosofia chegou até Hegel. Fiz cursos de formação política da organização a que eu entrei, li por conta própria e depois participei de um dos seminários d'O Capital, com professores da USP, fora da universidade, ao longo de alguns anos. Mais adiante, passei a dar aulas de sociologia na USP, sem que isso alterasse muito o que eu fazia, porque fui o responsável pelo curso básico de Marx e dava aulas na pós-graduação de Modelos hegemônicos na América Latina. Portanto, sempre tratei de fugir da especialização ( economia separada da política separada da sociologia separada da história separada da filosofia etc...).

Como você vê a profissão no Brasil de hoje?
 
É difícil falar da "profissão" de sociólogo. Há sociólogos dando aulas, outros fazendo pesquisas eleitorais, muitos virando para outras especialidades e um sendo presidente do Brasil. Portanto, dá para tudo. Mas um belo curso de humanidades - filosofia, ciências sociais, sociologia - é uma ótima introdução a uma boa compreensão do mundo, que é condição de todo o resto, seja qualquer profissão, seja uma crítica radical do mundo que está aí.



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