Profissionais de Sucesso

Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

Paixão pelo texto e pela sala de aula

Anina Fittipaldi | Professora

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A professora Anina Fittipandi, 50 anos, mergulhou na carreira e dedicou seus 33 anos de profissão ao estudo contínuo. Mestre em Linguística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), ela trabalha em colégios e faculdades. No Instituto Metodista Bennett, Anina é assessora pedagógica e professora de Língua Portuguesa nas graduações de Direito e Teologia. Além disso, a professora ainda trabalha no Colégio Sion e na Universidade Cândido Mendes.

A sala de aula sempre foi um desafio e foi enfrentando desafios que ela pôde lecionar para alunos de classe mais baixa, no Complexo Educacional Avenida dos Desfiles. O trabalho foi gratificante e Anina conseguiu mexer com o emocional de cada aluno antes de ensinar interpretação de textos. Aulas com atividades musicais e manuais auxiliavam na tarefa de ensinar jovens que não tinham o hábito de ler.

E com a experiência que adquiriu, ela se sente segura para aconselhar jovens estudantes que pretendem fazer do magistério sua profissão. Nunca deixar de estudar e se aperfeiçoar é um conselho. O aluno também deve gostar de leitura e se interessar pelo texto literário. Dessa maneira, ele sempre terá motivações para pesquisar.

O que levou a senhora a escolher o magistério como profissão?

Eu queria ser bailarina, mas durante o curso no Instituto de Educação me encantei pelas aulas da minha professora de Literatura. Me Inspirei nela e fui estudar Letras na UERJ. Cursei Português e Literatura. Logo que terminei a graduação, fui dar aulas para a alfabetização e nessa época decidi que também estudaria Pedagogia. Em 1979, me formei pela Universidade Gama Filho. Entrei firme no mercado de trabalho.

Qual é a sua especialização?

Fiz Mestrado em Linguística, também pela UERJ, além de outros cursos, e me aperfeiçoei na questão do livro didático. Nos seis anos em que lecionei e fui diretora do Complexo Educacional Avenida dos Desfiles, no Sambódromo, fui convidada pela Editora Moderna para lançar um livro. Então escrevi a Magia do Texto, que foi muito utilizado no trabalho em sala de aula. Escrevi um livro com vontade de mudar o mundo e, hoje, vejo que o livro didático não tem essa potência. A Linguística trabalha com a linguagem e rompe com a ideia de que a gramática deve sustentar a sala de aula. Ela possibilita uma visão do todo e o professor não fica centrado em apenas ensinar uma estrutura sintática.

Qual deve ser o perfil do estudante que pretende seguir esta carreira?

O estudante precisa se apaixonar pelo texto. Ele não tem o hábito da leitura, fica centrado nas outras linguagens mais rápidas e não no texto escrito, principalmente o literário. O texto vai provocar no aluno a pesquisa, o estudo.

Em quais áreas um professor pode atuar?

O campo é muito vasto. Um professor com especialização em linguística, por exemplo, não fica restrito ao magistério. O linguista é contratado para ajudar no trabalho de psicólogos e psiquiatras, fazendo novas leituras. Um professor, para encarar a sala de aula, deve gostar muito do que faz, pois ela é desafiante. O aluno espera da escola a mesma rapidez dos outros veículos. O aluno prefere assistir a um filme a ler o livro. A própria disciplina é um desafio. Fora da escola é possível trabalhar com revisão de textos e ministrar cursos.

O que a senhora considera como sua maior realização profissional?

Tive grandes momentos. Um deles como diretora da escola do Sambódromo. Outra realização foi com as minhas publicações, que eram muito bem aceitas pelos colegas. Mas o maior reconhecimento é a resposta do aluno. Ver alguns alunos que estudaram no Sambódromo cursando faculdade com bolsas de estudo é muito gratificante. Cada um que chega e diz que as aulas que eu dei ajudaram a mudar a perspectiva deles. É maravilhoso ver o resultado da semente que plantei.

Que tipos de problemas existem em sua profissão?

Percebo que a graduação do magistério precisa de um aprofundamento. As escolas têm que abrir espaço para a capacitação do professor. Elas devem permitir o aperfeiçoamento constante. Muitas vezes se vê um profissional excelente se perde no dia a dia. Já está em funcionamento o Instituto Superior de Educação que está melhorando este quadro, mas ainda falta muito.

O professor é valorizado no Brasil?

Claro que não. O magistério está empobrecido porque a grande maioria usa o salário para sobreviver. É um círculo vicioso. O professor ganha pouco e não tem como pagar uma especialização, ao passo que ele não vê objeto em se preparar e se especializar já que vai dar aulas para escolas públicas que não irão remunerá-lo como ele merece, de acordo com sua capacidade. Sem conhecimento, o profissional está fadado a espaços menores.

Qual a dificuldade de um recém-formado para entrar no mercado de trabalho?

Acredito que a experiência. Selecionar um recém-formado pelo currículo ou notas da faculdade é difícil. O estudante tem que correr atrás, ter ousadia, pedir estágios, estar junto de professores, pegar uma monitoria na universidade. O aluno também deve apresentar um currículo com algum diferencial.

Que dicas a senhora dá para quem está ingressando na faculdade e quer seguir sua área?

Não parar com os estudos da universidade e investir em cursos paralelos que a universidade oferece. Se a universidade não oferecer, exija. Também é importante saber os cursos das outras faculdades e entrar para algum movimento acadêmico. O aluno tem sempre que correr atrás e estudar mesmo.



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