Fui professor de Topografia na Faculdade de Arquitetura da Bennet e de Arquitetura da Paisagem na Santa Úrsula, entre 1971 e 1974. Depois fui professor convidado pela Faculte d’Amenagemet da Universidade de Montreal, mais precisamente pela Ecole d’Architecture duPaysage, onde fui responsável pelo atelier de projetos. Ministrei aulas de detalhes de construção e fui orientador de projetos terminais entre 1973 e 1985, além de membro do Comitê pedagógico da escola.
Como é o dia a dia da profissão?
O paisagista é responsável por levantar informações, analisar, diagnosticar, conceituar e projetar. Estas são,certamente, as partes mais prazerosas do trabalho. Em seguida, vêm as reuniões, discussões, apresentações, defesas de ideias e de projetos, seguido de negociações.
Para ser paisagista é preciso ter uma base técnico-científica nas disciplinas das ciências naturais, conhecimento da paisagem nos seus aspectos físicos, bióticos e antrópicos ou sócioeconômicos, capacidade de observação, sensibilidade e respeito pela paisagem onde se vai intervir, seja ela cultural ou natural. Quanto aos aspectos legais, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, CREA, exige esta formação.
Como é o curso?
A ideia de criar um curso de Paisagismo é bem antiga. Começou em 1976, quando o MEC encomendou um modelo de Curso de Planejamento Paisagístico, para ser adotado nas Escolas de Arquitetura. Na ocasião, pedi ao professor Aziz Ab’Saber para me ajudar na elaboração do trabalho. Aziz deu a formatação acadêmica necessária ao documento, uma vez que seria difícil de ser realizado por mim, pois, na época, não estava engajado em nenhum projeto acadêmico.
Esse trabalho, que era apenas um modelo para ser discutido, é bastante atual. Serviu de base para a formatação do Curso de Paisagismo que está fazendo parte da grade na Escola de Design e Artes Visuais, da Universidade Veiga de Almeida. O curso prepara estudantes para atuar no campo do paisagismo em projetos de escala mais reduzida. Metodologicamente é bastante completo e orienta o futuro paisagista pelos caminhos da interdisciplinaridade, tão necessária ao exercício profissional consciente, e voltado para o trabalho na área.
Que tendências costumam inspirar um paisagista?
Não acredito em tendências, como fruto de inspiração. O paisagista busca suas soluções em algo que é concreto, que é a própria paisagem. É por esse caminho que os sentidos e a emoção de quem vai intervir na paisagem devem estar dirigidos.
Ozana Hannesch
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