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Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

O jornalista precisa saber ouvir

Marco Barbosa | Jornalista

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Marco Barbosa é jornalista, com mais de 20 anos de experiência. Já passou pela redação das principais rádios do Rio de Janeiro. Atualmente ele é assessor de comunicação da concessionária Ponte S/A, que administra a Ponte Rio-Niterói, e é o responsável pela edição das ferramentas de comunicação empresarial da concessionária.

A seguir, o jornalista explica um pouco mais sobre o dia a dia da profissão e dá algumas dicas para se destacar neste mercado que, nos dias de hoje, está muito competitivo.

Como e porque você decidiu ser jornalista?

Meu avô foi jornalista e escritor. Meu pai, também. Eu sempre gostei de ler e escrever e, na escola, tirava boas notas em redação. Na época do vestibular, segui instintivamente para o Jornalismo.

Como é o curso?

O curso não é difícil e quem quiser se dedicar deverá se entrosar com os professores de sua futura área, ler e ver tudo o que eles recomendarem e ficar ligado nas oportunidades de estágio que forem pintando. É preciso ler muito, porque ajuda a aprender a escrever. Muitos jornalistas recém-formados – os chamados focas - saem da faculdade sem saber escrever direito, e isso é um problema. Aqueles que sabem, começam com uma enorme vantagem competitiva sobre os outros.

Onde você estudou?

Estudei na Faculdade de Comunicação Hélio Alonso, no Rio. Posteriormente, fiz alguns cursos e o MBA de Marketing da Fundação Getúlio Vargas, FGV. O mercado gosta de títulos, diplomas e experiência.

O que faz atualmente?

Sou Assessor de Comunicação da Concessionária Ponte S/A, que administra a Ponte Rio-Niterói. Nossa equipe é pequena, trabalha muito e com várias ferramentas de comunicação empresarial – jornais interno e externo, rádio interna, murais, vídeos, folhetos e assessoria de imprensa.

Conte um pouco de sua experiência profissional

Antes de me formar eu já trabalhava como estagiário no jornalismo da Rádio Tupi. Passei por todas as grandes rádios do Rio, inicialmente como repórter, depois como redator-editor. Orgulho-me de ter produzido noticiários para alguns dos maiores locutores da história do rádio no país, tais como Alberto Cúri, Isaac Szaltmann e Glauco Fasseber. Paralelamente, trabalhava também em algum jornal institucional ou revista técnica, quase sempre como repórter. Cheguei a ter três empregos de carteira assinada ao mesmo tempo!

Como é o dia a dia de um assessor de imprensa?

Nós não somos apenas uma Assessoria de Imprensa, somos uma Assessoria de Comunicação, com todas as atividades inerentes. De um modo geral, essa atividade exige que você esteja sempre muito ligado em tudo o que acontece na empresa, de modo a enxergar antecipadamente as oportunidades e ameaças ao negócio de seu cliente e propor as ações necessárias. Cada empresa/cliente tem seu estilo, ritmo, personalidade e o assessor deve adaptar-se, com criatividade e jogo de cintura, para desempenhar bem o seu papel. Saber ouvir e escrever é essencial. Ideias e atitudes pró ativas são fundamentais. Profissionalismo, transparência e ética contribuem muito para tornar respeitado o profissional.

Como deve ser a relação do assessor com os repórteres?

Acima de tudo de respeito profissional. O repórter inexperiente de hoje, pode vir a ser editor de um grande jornal amanhã. O assessor deve ser paciente, didático e pró-ativo, garantindo ao repórter a atenção e as informações necessárias para que ele possa entender e escrever sobre o assunto em pauta. Desta forma, além de atender bem o "cliente" repórter, o assessor reduz bastante o risco de informações incorretas e, em alguns casos, desastrosas para a imagem de sua empresa. Os repórteres sempre têm pressa e as assessorias têm que respeitar o ritmo das redações. Visitar redações, telefonar para elogiar ou fazer "crítica construtiva" são algumas ações profissionais eficazes para estreitar relacionamentos.

E, com a fonte?

A relação jornalista/ fonte é uma parceria que envolve, fundamentalmente, credibilidade. Outras variáveis são a exclusividade e o valor relativo das informações. O bom repórter/ jornalista tem uma rede de fontes/ informantes e vive telefonando para saber as novidades, assuntos que possam virar pauta ou complementar suas matérias. Por outro lado, a fonte também precisa confiar no jornalista, no mínimo para ter a certeza de que a informação será divulgada. No caso de informação confidencial (no jargão jornalístico, diz-se informação em OFF) a fonte precisa ter a certeza de que seu nome ou cargo não serão revelados. Se quiserem ver um bom filme sobre uma incrível relação jornalista/ fonte, vejam "Todos os homens do presidente". É sobre uma história real, que resultou na renúncia do presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.

Onde estão as melhores oportunidades de trabalho?

A melhor oportunidade é a que a gente consegue pegar. O mercado é menor que a demanda, mas com um pouco de sorte e muita determinação, as pessoas acabam se encaixando. Vivemos a Era da Informação, tudo depende de informação. Rádios, televisões, jornais e revistas podem sofrer transformações, mas jamais irão acabar. A Internet é um enorme mercado em transformação e expansão. Outro mercado em crescimento é o de Assessoria de Imprensa / Comunicação Empresarial. As oportunidades estão aí, é preciso saber o que se quer e correr atrás.

Quais as principais dificuldades no dia a dia da profissão?

Um dos maiores problemas para o jornalista é a falta de assunto/ informação para uma boa matéria. Outras dificuldades são os obstáculos ao longo da apuração da matéria, tais como executivos permanentemente "em reunião", secretárias instransponíveis, seguranças, traficantes e etc. Assuntos difíceis ou complexos são uma dificuldade adicional na pressa da redação. Por isso, é preciso aprender a ouvir.

O que faz você se realizar profissionalmente?

Sempre tive a sorte de adorar o meu trabalho, e isso não significa necessariamente boa remuneração. Pelo contrário, adorava trabalhar em rádio e ganhava mal à beça. Atualmente, na assessoria da Ponte tenho a oportunidade de trabalhar com várias ferramentas de comunicação, e isso me dá um enorme prazer. Não se deve fazer as coisas pensando em elogios, mas um elogiozinho de vez em quando faz bem. Prêmios também são legais. Na Ponte, já ganhamos três prêmios ABERJE, o mais conceituado do país na área de comunicação empresarial: melhor boletim para o público externo do Rio de Janeiro, melhor vídeo institucional do Rio de Janeiro e melhor vídeo institucional do Brasil. E, ver o meu trabalho reconhecido é uma realização.

Quais devem ser as principais características de um jornalista?

Sendo ético, curioso, determinado e bem-humorado, certamente irá longe. Mas, é essencial que saiba ouvir e escrever.

Que dicas você daria para quem pretende ingressar nesta profissão?

O jornalismo, na média, não é uma área bem remunerada. Além disso, muitos sonham e apenas uns poucos conseguem trabalhar, por exemplo, na Rede Globo ou nos grandes jornais. Mas, é uma área enorme de atuação e tem seus prazeres e vantagens. Se você quiser mesmo ser jornalista, insista, não desista.



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