Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Tânia acredita que a formação acadêmica é muito importante, pois a faculdade une a base cultural, através do estudo da história da arte, do mobiliário, entre outras coisas, e a técnica com o estudo do desenvolvimento de projetos. "Grande parte da carga horária é dedicada às aulas de perspectiva, estatística e desenho artístico e arquitetônico", diz.
Tânia acredita que o grande desafio do decorador é adequar o projeto a cada cliente. Especializada em design de móveis há sete anos, ela indica este como um bom caminho aos recém-formados, principalmente para quem mora no eixo Rio-São Paulo, onde o mercado de decoração está bastante saturado. Em sua entrevista, ela dá algumas dicas valiosas e explica como é a profissão.
Por que você escolheu estudar e trabalhar com decoração?
Acho que está no sangue da família. Minha mãe é apaixonada por móveis antigos e decoração, por isso quando eu era criança, vivia com ela por antiquários e lojas de móveis procurando antiguidades. Desde que eu me entendo por gente meu pai pinta nas horas vagas. Minha irmã mais velha é atriz e tenho primos e tios que trabalham com cerâmica, mosaico e até músicos. Daí a paixão pelas artes, que mais tarde se transformou em paixão pela decoração, principalmente devido a minha mãe. Tanto que hoje trabalho com design de móveis.
Como é o trabalho do decorador?
O principal papel do decorador é harmonizar um ambiente para proporcionar conforto e beleza a quem vai utilizá-lo, seja uma casa, escritório, hotel, loja etc. É ele quem vai definir cores, materiais de acabamento, iluminação, piso, móveis, objetos, entre outras coisas. O grande desafio de um decorador é adequar o projeto à personalidade, ao gosto, às necessidades e à disponibilidade financeira do cliente.
Como é o trabalho do decorador que desenha móveis?
O meu trabalho é criar peças de mobiliário que se adequem a ambientes e espaços específicos. Trabalho com móveis de madeira como mesas, estantes e até cadeiras. Eu faço o projeto do móvel de acordo com uma série de fatores. O principal é a funcionalidade da peça, já que o principal objetivo é a sua utilização. Pronto o projeto, eu escolho o material, as peças utilizadas na confecção do móvel, coordeno o trabalho dos marceneiros até chegar ao produto pronto para ser vendido às lojas e consumidores.
Como está o mercado de trabalho?
O mercado de trabalho está bem saturado, pois é dividido com arquitetos especializados em decoração e com muita gente sem formação acadêmica. Mas, como em todas profissões há brechas para os bons profissionais. O design de móveis abriu um pouco o mercado e hoje, principalmente no eixo Rio-São Paulo há inúmeras empresas especializadas neste tipo de trabalho. Para quem deseja trabalhar com decoração de interiores é necessário, principalmente ter bons contatos, pois o mercado é bem fechado em um número pequeno de decoradores.
Você acha importante a formação acadêmica para quem deseja trabalhar com decoração?
Acho muito importante, mas também vemos muita gente fazendo decoração de qualidade sem ter formação acadêmica. O que acontece é que essas pessoas podem ter, além de sensibilidade e talento, uma grande base cultural. Na faculdade vamos encontrar justamente a união de base cultural através do estudo da história da arte, do mobiliário, entre outras coisas, aliado ao estudo do desenvolvimento de projetos. Grande parte da carga horária é dedicada às aulas de perspectiva, de estatística e de desenho artístico e arquitetônico.
Que características você considera importantes em alguém que deseje trabalhar com decoração?
Como já disse, sensibilidade é fundamental para saber adequar um ambiente às necessidades específicas de cada cliente. É importante ter uma boa bagagem cultural, que pode vir com viagens, leitura, visita à museus e exposições. Tem que ter muita disposição para estar sempre pesquisando e antenado com as tendências. Além disso, tem que ser muito organizado e ter jogo de cintura para coordenar gente, cronogramas, prazos apertados e uma infinidade de adversidades.
Que dicas você daria para quem está entrando na faculdade?
Dedique-se bastante ao estudo da arte, vá a mostras de arte, a exposições, aos museus e pesquise em bibliotecas. É importante manter-se informado sobre as tendências do mercado, portanto, se você tiver a oportunidade, assine uma revista sobre o assunto. Procure estágio nos primeiros períodos, pois o curso dura apenas quatro anos e quando você se der conta já acabou! Se possível entre em contato com bons profissionais que vão lhe dar base para realizar um bom trabalho, além de dicas importantes. Aprenda desde cedo a respeitar o gosto de seu cliente e saber que você não pode impor ideias a ele, apenas sugerir.
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