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Cristiana Waismann | Engenharia de Alimentos

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Cristiana Waismann é Engenheira de Alimentos, uma profissão ainda desconhecida por grande parte dos vestibulandos. Entre estágios em empresas de ponta e vivências no exterior, ela nos conta características da formação, experiências de vida e a importância da fluência no inglês. Confira!

Faça um breve resumo de sua formação e carreira.

Sou Engenheira de Alimentos, formada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Por ter um campus afastado do centro do Rio e período integral para a maioria dos cursos durante os 4 anos e meio dos cinco de graduação, grande parte dos alunos mora na universidade. Isso traz uma maturidade a quem vai morar sozinho e viver a intensa vida universitária.
 
O curso de Engenharia de Alimentos na Rural tem turmas semestrais de 20 alunos e é bem intenso, pois além de todas as cadeiras básicas de engenharia, estuda-se muita química e tecnologia de alimentos, onde temos a oportunidade de aplicar à indústria  todos os conceitos adquiridos.
 
Comecei minha carreira profissional cedo iniciando estágio sem remuneração dentro da faculdade no 1º período, como assistente de laboratório, para me familiarizar com o mesmo, já que eu não tinha experiência como os meus colegas de turma vindos de colégios técnicos.

No final do primeiro ano de faculdade participei da comissão organizadora do V Eneeali, o encontro nacional de estudantes de engenharia de alimentos para 1000 alunos das diversas universidades do Brasil. Essa experiência foi fundamental para a minha formação, pois pude adquirir uma boa bagagem na organização de eventos, trabalho em equipe e contatos com empresas.

Em seguida iniciei meu primeiro trabalho científico: saborização de óleos vegetais, o que me levou ao Simpósio de tecnologia de alimentos na UNICAMP.

Com a vinda da primeira greve, uma realidade das faculdades federais, comecei a buscar outras atividades que agregassem na minha formação e daí surgiu a oportunidade de ir passar um mês no SENAI CETEC, o Centro de tecnologia de Alimentos de Vassouras, como intuito de aprender conceitos de Boas Práticas de Fabricação. Lá fui convidada para integrar uma equipe de pesquisa, no desenvolvimento de produtos de carne de rã, onde permaneci por dois anos.

O aprendizado foi enorme, pois além da área de carnes, pude adquirir conhecimentos em outras áreas da indústria. Simultaneamente, no final desse período, entrei para o programa de intercâmbio da IAESTE, me planejando para ir morar fora ao concluir a faculdade.

Há um ano de me formar, resolvi entrar no processo seletivo da cervejaria Kaiser, em Queimados, sendo selecionada e trabalhando como estagiária na área de Total Perfeição da manufatura. A minha trajetória na Kaiser foi curta mas bem intensa.

No quarto mês de empresa, foi aberto o processo seletivo da Sadia, empresa que eu sempre tive sonho de trabalhar. Nessa altura já tinha fechado meu intercâmbio para a Noruega, onde fui estudar pescado, e, a contragosto do meu pai, resolvi entrar no processo seletivo de trainee. Fui uma dos 95, selecionada dentre os 20 000 candidatos.  Permaneci na empresa quatro meses, até me formar, tendo inclusive a liberação para viajar, pois desde a primeira etapa do processo seletivo agi com transparência, deixando claro a perspectiva da viagem.

Após a formatura, fui para a Noruega, onde fiquei por dois meses, trabalhando com pesquisa aplicada ao Cod Fish, o principal peixe utilizado na fabricação de bacalhau. Lá confirmei a importância do inglês fluente e resolvi suprir essa minha deficiência, fechando um curso de inglês em Londres, onde resido atualmente.

O que é e como trabalha uma engenheira de alimentos?

O engenheiro de alimentos, embora esteja habilitado a trabalhar com as mais diversas áreas relacionadas, como por exemplo controle de qualidade em restaurantes, inspeção sanitária e legislação na área, tem sua principal atividade voltada à indústria de alimentos, no desenvolvimento de novos produtos, controle de qualidade, segurança alimentar e aperfeiçoamento de produtos e processos.

Ao longo da faculdade aprendemos a conciliar os conceitos adquiridos em engenharia com as tecnologias, para melhorar  e minimizar processos, bem  desenvolver tecnologias que contribuam para o aumento de produtividade da indústria.

Como você vê o mercado de trabalho para a profissão no Brasil?

O mercado de trabalho embora concorrido, como todos atualmente, é muito bom. Há 30 anos, quando foi criado o primeiro curso de engenharia de alimentos no Brasil, essa atividade era dominado pelos engenheiros químicos, que embora tenham tanta qualificação quanto, entram nesse mercado de trabalho sem conhecimento das tecnologias de alimentos e sua aplicação na indústria.

Além disso, o desenvolvimento da indústria, aperfeiçoamento da legislação de alimentos e as barreiras sanitárias a serem ultrapassadas para entrada e consolidação dos produtos brasileiros no mercado internacional fazem com que o engenheiro de alimentos na indústria seja absolutamente indispensável.

A falta de fluência no inglês atrasou alguns progressos em sua carreira? Como?

Não chegou a atrapalhar diretamente no Brasil, mas certamente aqui no exterior. Não adianta ter conhecimento, idéias, vontade de aprender, inovar e não conseguir se comunicar da forma apropriada, principalmente no ambiente de trabalho. A vida é feita de oportunidades e temos que estar sempre pronta para agarrá-las.

Minha experiência na Noruega foi fantástica sob todos os pontos de vista, mas não tenho dúvida que, com o inglês fluente, poderia ter aproveitado melhor as oportunidades.

Qual a sua opinião sobre procurar oportunidades fora do país? É válido para todas as formações?

Acredito que a experiência no exterior é sempre válida, pois aprendemos novas culturas, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Percebemos como as diferenças na metodologia de trabalho e na própria rotina das pessoas impactam nos resultados buscados.

Aprendemos a tirar das dificuldades, as oportunidades e sobretudo que mesmo diante de tantas problemas, podemos acreditar no desenvolvimento do nosso Brasil.

Que dicas você daria a quem quer seguir esta formação?

O mais importante: façam com amor, tenham prazer pela profissão e claro, estudem sempre e estejam preparados para agarrar as melhores oportunidades. Se informem bem a respeito da Engenharia de Alimentos na tomada de decisão. O curso é maravilhoso e o mercado muito bom.

Mas, pelo fato das indústrias estarem cada vez mais afastadas do centro, o engenheiro de alimentos naturalmente vira nômade, e muitas vezes muda de rotina, o que é um lado difícil da profissão. Portanto, se não tiver muito prazer, o aluno pode não agüentar ou não se adaptar...

Boa sorte a todos vocês!



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