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Museologia: conquistas e dinamismo na rotina!

Rosane Maria Rocha de Carvalho | Museologia

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Quem pensa que o trabalho de museólogo é uma atividade monótona, de poucas emoções e agitações está enganado. A museóloga e relações públicas Rosane Maria Rocha de Carvalho é um exemplo de conquistas e dinamismo. Com duas graduações (Museologia e Comunicação Social), ela usa os conhecimentos de ambas nos trabalhos que desenvolve para empresas privadas e governamentais de grande porte. Rosane fez Mestrado, Doutorado, Pós Doutorado e, ainda, uma especialização de seis meses nos Estados Unidos, onde atuou em grandes museus nas áreas de Marketing e Relações Públicas.

É professora concursada da Faculdade de Comunicação Social da UERJ (nas áreas de Relações Públicas e Marketing), do Curso de Gestão e Marketing na Cultura do CEPUERJ, e ainda atua como professora colaboradora do curso de Mestrado em Museologia e Patrimônio, da UNI-RIO. Sua experiência se estende a Pesquisas de Público em Museus e Marketing Cultural, o que lhe abre uma grande frente de atuação, trabalhando tanto para quem deseja apresentar projetos culturais a empresas como para empresas que precisam de especialistas para selecioná-los. Veja o que Rosane tem a contar sobre o trabalho do museólogo.

Como se deu a escolha pela Museologia?

Durante o ensino médio, quando cursava o Clássico, tive uma professora de História da Arte que eu gostava muito das aulas. Sua formação era Museologia, o que me influenciou como uma possível escolha. Nesta mesma época fui com meus pais a uma viagem pela Europa onde visitei muitos museus. A transmissão de conhecimentos para o público - desde crianças muito pequenas indo com a escola, adolescentes e adultos, dentre eles, especialmente nós, turistas – me encantou. Além disso meu pai, um engenheiro sensível, era fã de pinturas, principalmente dos Impressionistas que apreciamos juntos. Ali fiz a minha escolha: vou estudar Museologia. É dentro de um museu que eu quero trabalhar.

Por que você depois fez graduação em Comunicação Social? Este tipo de graduação teve alguma influência na sua carreira de museóloga?

Estudei Comunicação Social para aprender a segmentar e identificar os públicos, para poder direcionar a mensagem correta para cada segmento, utilizando técnicas de comunicação e marketing.

O que faz e onde pode trabalhar o museólogo?

O museólogo deve ser o coordenador de uma equipe multidisciplinar que atua num museu, tais como historiador, designer, arquiteto, comunicador e outros museólogos. O museólogo trabalha com os objetos das coleções dos museus. Estas coleções podem ser de obras de arte, de história, de ciências e coleções mistas. O museólogo identifica o objeto, o registra, o pesquisa, o conserva (se necessário com o auxílio de restauradores) e o expõe para o público.

O museólogo pode trabalhar em museus, centros culturais, centros de memória, galerias de arte, todos os tipos de instituições que tenham coleções e as exponham para o público.

Quais as aptidões e habilidades que não podem faltar ao museólogo?

O interesse pela cultura em geral, pelo nosso patrimônio histórico, pela memória do nosso país, nossa história, nossos costumes, tradições e nossos valores culturais de hoje. É  importante ter a noção de quanto mais conhecermos e entendermos nosso passado melhor nos direcionaremos para o futuro. A noção de passado sempre nos remete ao futuro e os museus de hoje possuem esta visão.

Além disso deve ter o interesse em direcionar seu trabalho para o público, ou seja, na melhor comunicação para o público. A exposição é o meio característico de um museu se comunicar com o seu público. Deve transmitir uma mensagem clara e de fácil compreensão para todos os tipos de público, nos seus diferentes níveis educacionais, faixas etárias e padrões culturais.

É difícil arrumar estágio? E emprego? A relação de trabalho costuma ser de carteira assinada ou de prestação de serviço?

Não é difícil arrumar estágio. Os 14 cursos de graduação em Museologia existentes hoje em diversos estados do país fazem o elo de ligação com os museus próximos para a realização de estágio curricular.

Conseguir emprego é um pouco mais complicado: como muitos museus são públicos o ingresso é feito por concurso, o que começa a acontecer a partir da criação do Instituto Brasileiro de Museus do Ministério da Cultura, que em 2010 contratou muitos museólogos. Porém muitos museus contratam museólogos por projetos. Por exemplo, a catalogação de 300 obras de artes plásticas precisa de pelo menos 4 museólogos e um museólogo coordenador. Para organizar uma exposição são necessários no mínimo 2 ou 3 museólogos.

Museólogos podem também se empregar em galerias de arte, casas de leilão, ser professores, atuarem no turismo cultural. É mais comum a relação como prestador de serviços nestes projetos. Porém podem ser aproveitados posteriormente para contratação com carteira assinada.

Qual a expectativa salarial para esse profissional? 

A tabela atualizada de valores do Conselho Federal de Museologia – COFEM sugere piso salarial de R$ 3.960,00 para jornada de 40 horas semanais para um museólogo formado de 0 a 8 anos.  Para mestres e doutores com mais tempo de formados, o site www.cofem.org.br oferece  informações mais específicas.

Para você, o que há de mais atraente na profissão?

A profissão de museólogo permite atuar em diferentes áreas e na área mais adequada ao temperamento de cada pessoa: podemos ser pesquisadores nos livros e documentos, catalogadores dos objetos das coleções, conservá-los, produzir uma exposição, comunicar ou divulgar o museu e suas atividades, fazer pesquisa com os visitantes, editorar os catálogos, redigir os textos e legendas das exposições, organizar as atividades culturais complementares às exposições (filmes, visitas guiadas, teatro, palestras, ciclos de debates etc).

E qual seria o ponto mais negativo?  

A velha crença de que o trabalho no museu é repetitivo, que ali apenas são conservadas coisas antigas, que não lida com o novo e com o futuro. Para mexer nesta imagem conservadora, para reverter este quadro é necessário ousar, não ter medo de inovar. A resposta do público comprova isto.

Em 2000, quando trabalhei no Museu Histórico Nacional, a equipe desejava expor a coleção de relógios antigos (tinha um de Dom Pedro II). Tivemos, então, a ideia de expor também os relógios que apontam para o futuro. Convidei o designer Hans Donner, da TV Globo, que desenha relógios futuristas e os apresenta nas feiras internacionais de Design, onde é muito premiado, para expor suas novas criações nesta exposição. Ele ficou tão feliz com o convite que além de expor seus relógios premiados, criou um mapa mundi do Brasil com 3080 relógios iguais, tendo o mapa do Brasil no Centro, para comemorar os 500 anos do Descobrimento do Brasil. Ou seja, unindo o passado ao presente e, através de um novo design, apontar para o futuro! Não é legal? Ainda nos deu de presente o design do banner, da capa do catálogo e do convite, além de fazer uma palestra para estudantes das faculdades de Comunicação. Foi um sucesso!



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