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Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

Medicina: uma carreira que exige dedicação e perseverança de seu profissional.

Bruno Barone | Médico

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Bruno Barone concluiu o curso de Medicina em 2003, na Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, no Rio de Janeiro – RJ, após 6 anos de estudos. Nos três últimos anos do curso, realizou estágios nas emergências de quase todos hospitais estaduais e municipais do Rio de Janeiro. Após a graduação, fez, durante dois anos, o curso de residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Central do Exército, paralelamente ao serviço militar obrigatório. Trabalhava também, por fora, em alguns hospitais privados, auxiliando cirurgiões mais experientes.

Entre 2006/2008 partiu para outra residência médica. Essa, em cirurgia vascular, no Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ). Nesse período trabalhou ainda como cirurgião plantonista da emergência de hospitais da rede estadual.

Em 2008, por um ano, empregou seus finais de semana indo a São Paulo fazer o Curso de Especialização em Cirurgia Endovascular no Hospital Samaritano enquanto, durante a semana, trabalhava em hospitais da rede estadual e federal como cirurgião vascular, plantonista e de rotina, e em hospitais privados, auxiliando colegas, cirurgiões vasculares, mais experientes. Montou, ainda, seu consultório e começou a trabalhar com operadoras de saúde (os “planos de saúde”). Recebeu, por concurso, o título de Especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (AMB-SBACV), da qual hoje é Membro Efetivo.

Atualmente, deixou a rede pública para se dedicar ao consultório e a cirurgias em clínicas e hospitais privados.

Como se vê, a formação de um médico é longa e exige dedicação e perseverança.

O que fez você escolher Medicina?

 
Testes vocacionais não foram de muita ajuda no meu caso, pois eu acabava descobrindo no meio dos testes quais seriam os resultados, e não concordava muito com eles. Existiu, sim, a influência familiar (como existe para tudo na mente de um jovem de 17-18 anos), mas a decisão é sempre pessoal e individual. Pensei muito em seguir as carreiras de desenho industrial ou engenharia, mas o estudo pelo corpo humano me despertou o interesse durante o 2º grau. A gente acaba descobrindo para qual das Ciências (Humanas, Biológicas, Exatas...) tem maior aptidão ou vontade de seguir, e a partir daí a escolha da carreira vem naturalmente.

Medicina é um dos cursos mais cobiçados no vestibular. O entusiasmo costuma permanecer durante o curso ou há um momento em que o contato com a realidade e a responsabilidade da profissão assusta e provoca desistências? E aí, que alternativas os estudantes que querem sair têm?

O entusiasmo aumenta durante o curso, na maioria dos alunos, principalmente após o ciclo básico (anatomia, bioquímica, biofísica...) e à medida que as cadeiras (ou matérias) vão sendo apresentadas. Durante o curso, cada cadeira que é bem ensinada estimula os alunos a seguirem suas especializações (clínica médica, cirurgia, ortopedia, pediatria...). O professor tem um verdadeiro papel de “líder” com seus alunos, pois “semeia” o gosto pela profissão. O contato com os pacientes nos últimos 3 anos do curso é que realmente desperta a paixão pela medicina. A noção de responsabilidade vem gradualmente e lentamente, mas aumenta muito ao final do curso. Existem aqueles que desistem, geralmente nos primeiros anos e por motivos pessoais (na maioria das vezes por não desenvolver o gosto pela medicina ou pelo contato com o paciente), e, de modo geral, escolhem seguir carreiras em outras áreas, pois realmente não gostaram do convívio com a ciência biológica.  

Que atributos, na sua opinião, são imprescindíveis ao médico?

Antes de qualquer coisa, o médico deve ter bondade, camaradagem, humildade e vontade de ajudar os outros, pois nem sempre se consegue alcançar a cura da doença ou os objetivos do tratamento. O paciente espera do médico, acima de tudo, receber conforto, carinho e compaixão. O médico também deve ter ambição intelectual, isto é, o desejo de aprender e de se especializar cada vez mais. O médico é um aluno eterno, estuda e atualiza-se constantemente, pois a medicina avança mais rápido do que a publicação dos livros. Com o passar dos anos a experiência profissional vai aumentando, e sendo repassada aos mais novatos. A medicina não é apenas um mero emprego, exige muita dedicação.

Quantos anos levam o curso?

O curso dura 06 anos (não há como encurtar este período, somente prolongar, como no caso do aluno ser reprovado em alguma matéria). Só, então, o indivíduo se forma Médico (alguns chamam de médico generalista), responsável por todos seus atos.

Como a medicina cada vez mais se especializa, a grande maioria dos médicos recém-formados procura seguir uma das “especializações”, e até mesmo suas “sub-especializações”. Para isto existem os cursos de “Residência Médica” (programas reconhecidos pelo MEC, geralmente remunerados, e que ao final do curso conferem ao médico o “Título de Especialista” perante o MEC e governo federal), ou os programas de pós-graduação oferecidos por instituições públicas ou privadas. No final desses cursos, o médico realiza concursos pela AMB - Associação Médica Brasileira e sociedades conveniadas para adquirir o “Título de Especialista”. Tanto estes cursos quanto as provas para se obter o título de especialista não são obrigatórios, mas a grande maioria dos médicos acaba cursando, no mínimo, um deles.

As diferenças na qualidade de ensino variam muito mais pelas instituições (e seus profissionais) que oferecem o curso do que pelo tipo de especialização oferecida (residência médica x pós-graduação). Mas quem faz mesmo a diferença é o próprio médico (residente ou pós-graduando), de acordo com seu interesse e dedicação. Cada curso destes tem uma duração de no mínimo dois anos, ou seja, o médico passa alguns anos se especializando “formalmente”. Após estes períodos, muitos procuram passar um tempo no exterior para adquirir experiência profissional em centros de excelência.

Dá para o estudante de Medicina ter alguma atividade remunerada durante o curso? A partir de quando ele pode começar a ganhar algum dinheiro?

Existem estágios remunerados para graduandos a partir do 4º ano (se não me engano). Na maioria, o ingresso é através de concurso. Não me recordo dos valores, mas não chega a ser um salário que dê para “sustentar família”, é apenas um estímulo.
 
É difícil conseguir estágio? E residência médica? E emprego?
    
Estágios remunerados são difíceis de conseguir. Na maioria das vezes é através de concurso. Vagas para residência médica variam de acordo com as especialidades, sendo mais difíceis de ingressar principalmente naquelas especialidades mais concorridas e em bons hospitais.

A preparação para o concurso de residência médica é, com certeza, o período que o graduando estuda mais. Assemelha-se a um novo vestibular, só que mais difícil.

Emprego não falta. No começo da carreira, o difícil é conseguir emprego com boas condições de trabalho e salários dignos. As instituições públicas (em sua maioria) sempre precisam de médicos, mas oferecem condições ruins de trabalho e salários baixos aos profissionais de saúde. O médico precisa “acumular” empregos e percorrer longas jornadas para conseguir somar uma boa remuneração ao fim do mês. Já nas entidades privadas as condições de trabalho e a remuneração são melhores, mas, na maioria das vezes, não há vínculo empregatício.

Como anda o mercado de trabalho para o médico? O mercado é mais propício para algumas especializações, quais, por exemplo?

Como disse antes, emprego não falta. Algumas especialidades são mais bem remuneradas, seguindo-se a velha lei da “oferta e procura”. De uma maneira geral, quanto mais especializado for o médico, ou de acordo com o menor número de médicos por habitante no Estado ou Município onde ele trabalha, maior é sua remuneração. Tanto os maiores salários (vínculo empregatício) quanto a maior facilidade em criar clientela privada (consultório) atualmente estão fora dos grandes centros urbanos.
 
Na sua opinião, quais as principais dificuldades da profissão de médico?

As longas jornadas de trabalho, e o deslocamento entre os hospitais (longas distâncias numa cidade grande como o Rio de Janeiro) cansam muito. O retorno financeiro é baixo no começo da carreira, mas melhora ao longo dos anos. Porém tudo isto é facilmente vencido com o principal fator motivador para qualquer profissão: satisfação pessoal.



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