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Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

Jornalismo, quase um sacerdócio

Kayo Iglésias | Jornalismo

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Acostumado às longas jornadas de trabalho e ao ritmo exaustivo que uma redação impõe, o jornalista Kayo Iglésias aprendeu cedo que não era nada fácil correr atrás da notícia. E a tarefa de escrever, era muito mais do que montar um quebra-cabeça interessante. O trabalho de um jornalista exige muita atenção e, principalmente, dedicação. Muitas vezes dedicação exclusiva, quase um sacerdócio.

Atualmente o jornalista trabalha em uma assessoria de imprensa, o que lhe proporciona mais tempo para cuidar de si mesmo. Mas, Kayo começou a carreira em um jornal diário, trabalhou para Internet ao lado de grandes nomes como Ancelmo Góis e Flávio Pinheiro, e assessorou uma campanha política. Mesmo com as redações cheias, ainda é possível diversificar o ramo de trabalho.

Para entrar no mercado de trabalho Kayo recomenda aos estudantes que leiam muito, pratiquem seu texto e sua expressão oral. “Quem tem facilidade em se comunicar leva uma ligeira vantagem”, avisa.

O que o levou a escolher a carreira de jornalista?

Três coisas: o gosto por escrever, a vontade de aprender coisas novas sempre e em todas as áreas, e a ilusão de que o jornalismo no Brasil poderia algum dia estar desvinculado de interesses extra-profissionais (e de que eu poderia mudar isso).

Como deve ser o perfil do estudante que pretende seguir esta carreira?

O estudante deve ser obstinado, mais do que tudo. É preciso AMAR a profissão para encarar a barra que é trabalhar numa redação. Deixem a vida pessoal e social para depois. Outro conselho: procurem estágio o mais cedo possível. Na maioria dos casos, a realidade da faculdade é totalmente distante da do mercado de trabalho.

Como é o trabalho de um jornalista? Que papel ele desempenha e em que setores ele pode atuar?

Ele basicamente é um canal de comunicação. Busca a informação nas mais diversas fontes, filtra-a por seu senso de mundo, ética e técnicas de redação/edição e a repassa a um público-alvo. O jornalista pode atuar em vários setores da sociedade, mas há uma necessidade urgente de se desatrelar a profissão do individualismo e da competição que o mercado de trabalho e a multiplicação dos cursos universitários vêm impondo. Isso atrapalha a carreira do bom profissional (incluindo os em potencial).

Nos últimos anos houve alguma mudança no campo de trabalho do jornalista?

Sim, e isso daria mil teses de doutorado. As redações estão cada vez mais jovens e rápidas (e imprecisas também, infelizmente). Com isso, o campo das assessorias de comunicação/imprensa vem se fortalecendo e se valorizando, com profissionais mais experientes na área ocupando cargos importantes em grandes empresas e/ou prestando serviços fundamentais para elas. Estudantes, olho nas assessorias! Entrem na faculdade já considerando essa possibilidade como uma oportunidade de emprego e aprendizado.

Qual a sua maior realização como jornalista?

Ter trabalhado com Ancelmo Gois, que considero uma pessoa maravilhosa e o maior jornalista do Brasil – jornalista no sentido pleno da palavra. Aprender com nomes como Flávio Pinheiro e Marcos Sá Corrêa também foi muito gratificante.

E quanto às angústias, quais são as mais frequentes no dia a dia de sua profissão?


São muitas. Só para citar algumas: pressão do horário do fechamento, ignorância e incompetência de alguns pseudo-editores e a desvalorização da profissão (a famosa cultura do “qualquer um pode fazer isso”). Mas a pior de todas, com certeza, é descobrir que o tal do papel social do jornalista, de que tanto os professores falam na faculdade, é mera ilusão. O repórter hoje funciona apenas como um vendedor de notícias: amanhã todo mundo vai esquecer aquele problema que apareceu no telejornal, e, daqui a um mês, o problema vai ser notícia de novo - e como se fosse novidade.

Como anda o mercado de trabalho para o jornalista no Brasil?

Essa é complicada. Ele basicamente se resume ao eixo Rio – São Paulo – Brasília, mas a abrangência já está aumentando no ramo de assessoria/prestação de serviços. Há dois principais problemas: os milhares de graduados que saem todos os semestres das universidades – fora os intrometidos, que não têm diploma e se tornam mão-de-obra barata nas redações –, e a falta de união entre os que estão empregados. Hoje, não podemos considerar que há uma classe profissional dos jornalistas.

Qual a dificuldade de um recém-formado para entrar no mercado de trabalho?

Sem sombra de dúvida, a competição. Para encarar uma dinâmica de grupo – isso no caso de uma empresa séria –, você tem que estar super bem preparado. Leia, se informe, pratique seu texto e sua expressão oral. Quem tem facilidade em se comunicar leva uma ligeira vantagem.

 Que dicas você dá para quem está ingressando na faculdade e quer seguir sua área?

 Seja esperto, senão você não chega a lugar nenhum. Desconfie de tudo, e procure saber sempre os mínimos detalhes das coisas. Seja claro sempre: ao escrever, ao perguntar ao professor, ao entrevistar alguém, ao passar matéria para seu chefe. Abra seus horizontes, nosso diploma não está restrito apenas a te credenciar para trabalhar numa redação. E esteja preparado para trabalhar muito.



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