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Jornalismo Esportivo: formação e rotina desses profissionais apaixonados por esporte

Marcelo Alonso | Jornalista esportivo

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Além de entreter milhares de pessoas, o esporte também é fonte de renda para muitos profissionais. Acostumado a viver o dia a dia dos atletas e de suas equipes, o jornalista esportivo geralmente é um amante do esporte, que opta pela profissão para estar sempre em contato com a sua paixão. Engana-se, porém, quem pensa que a vida é fácil para esse profissional. Finais de semana trabalhando, semanas seguidas cobrindo eventos e madrugadas sem dormir são algumas das dificuldades presentes no cotidiano do jornalista esportivo. Um dos maiores jornalistas de lutas do Brasil, Marcelo Alonso, editor do site Portal do Vale Tudo e da revista PVT, fala um pouco mais sobre essa carreira que tanto fascina os apaixonados por esporte.

Qual é a formação necessária para a carreira de jornalista?

Quanto mais completo for o profissional melhor.  Além da faculdade, o jornalista que sabe fotografar, editar e fazer vídeos terá muito mais possibilidades de se encontrar na profissão do que um profissional que só escreve. Na minha opinião, o profissional de jornalismo tem a obrigação de ler muito e estar antenado com o mundo a sua volta. Obviamente, fazer estágios e absorver a experiência de profissionais mais experientes também faz a diferença na formação de qualquer profissional, independente da área. Como diz o ditado, a faculdade informa, (mas) quem forma o profissional é a experiência adquirida nos estágios.

Por que você optou pelo jornalismo esportivo?

Por gostar de lutas e observar no início dos anos 90 o potencial de crescimento do MMA (antigo vale-tudo). Acreditava piamente que um esporte tão emocionante acabaria se transformando em febre mundial, tendo os brasileiros como grandes ícones. Acreditando nisso, abandonei um diploma, uma pós-graduação em microbiologia e um bom emprego como chefe de laboratório para me transformar numa agência de lutas, enviando fotos e reportagens dos principais ícones do Brasil para as maiores revistas de Artes Marciais do mundo. Na época, confesso que minha atitude foi uma loucura, uma vez que não havia nenhum jornalista no Brasil vivendo só de lutas. Hoje me orgulho muito da minha decisão.

Como é o trabalho de um jornalista de revista/site especializada (o)?


Ao contrário do que possa parecer, o mundo da luta é muito mais fácil de se trabalhar do que em outros esportes. Apesar de aparecerem inicialmente como figuras grosseiras e deselegantes, os lutadores (principalmente os brasileiros) são profissionais muito respeitadores, que exatamente pelo fato de não terem muito espaço na grande mídia, aprenderam a respeitar muito os profissionais da mídia segmentada. Apesar de serem tratados como celebridades nos Estado Unidos, nossos lutadores têm uma postura muito diferenciada com os jornalistas brasileiros, ao contrário do que estamos acostumados a ver em outros esportes, como o futebol, por exemplo.

Quais são as características mais importantes para um bom jornalista esportivo?

O jornalista tem que ser simpático para cativar suas fontes e conseguir notícias diferenciadas e tem que ter garra para não esmorecer quando receber um não. Além disso, ele precisa se manter antenado ao mundo em que vive lendo diariamente revistas e jornais e noticias ligadas ao seu meio e, principalmente, tem que ter o faro para notícias. Esta característica pode até ser desenvolvida, mas a considero mais instintiva mesmo. Na minha opinião, um jornalista que tem um bom faro, sai na frente dos outros sempre.

Quais são as vantagens e desvantagens da carreira de jornalista esportivo?

O jornalista esportivo, de uma forma geral, costuma ter sua agenda pautada por calendários esportivos. Isto muitas vezes o impede de ter folgas como colegas de outras editorias. No caso da luta, a única desvantagem é não ver nosso trabalho reconhecido na grande mídia, que continua a negar o democrático direito ao povo brasileiro de idolatrar seus ídolos, da mesma maneira que são idolatrados no mundo todo. As principais vantagens são, sem dúvida alguma, as coberturas internacionais. Em 18 anos de cobertura jornalística de lutas já estive em mais de 20 países, fazendo o que mais gosto: fotografando e escrevendo sobre a atuação de nossos lutadores mundo afora...

Existe algum glamour na profissão?

Eu diria que nos últimos 3 anos com a explosão do MMA já começa a haver um certo glamour, principalmente pelo fato de eu ter sido o primeiro jornalista brasileiro a viver do MMA. Por acompanhar o esporte desde 1992, tive o prazer de fazer as primeiras reportagens dos grandes ícones da atualidade. Hoje sinto que há um reconhecimento natural dos profissionais do meio a este pioneirismo.

Quanto ganha, em média, um jornalista esportivo?

Um estagiário de RS 400 a 1000 um recém formado de 1500 a 3000.

Quais são as perspectivas para o futuro na profissão?

A julgar pelo que vem acontecendo nos Estados Unidos, onde o MMA é o esporte que mais cresce e existem centenas de jornalistas especializados em MMA, as perspectivas são excelentes. Hoje além de três revistas especializadas, dezenas de sites e um canal de lutas 24 horas, o MMA no Brasil começa a ter espaço na grade de canais abertos como a Rede TV e Bandeirantes. Com a chegada do UFC ao Brasil em agosto de 2011, as expectativas são as melhores.



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