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Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

História, da pesquisa à sala de aula

Ana de Andrade | Historiadora

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Rever a história para entender o presente e construir o futuro deve ser o lema de qualquer país que queira crescer. Para, de fato, isso acontecer, um profissional deve ter destaque importante nesse caminho: o historiador, responsável por trabalhos de pesquisa e por transmitir esses conhecimentos. Pesquisadora titular do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e do Instituto de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ana de Andrade explica o que é necessário para quem quer seguir a carreira, quais são os atributos mais importantes do profissional e como anda o futuro do historiador no mercado de trabalho nacional.

O que faz um profissional que se forma em História?

No Brasil, a quase totalidade dos graduados em História se torna professor do ensino médio ou fundamental. Existem poucas instituições de pesquisa na área e as universidades absorvem poucos professores-pesquisadores/ano. Com exceção das PUC, não há pesquisa nas universidades particulares.

Qual é a formação necessária para trabalhar na área?

Para ser professor do ensino médio ou fundamental basta ser licenciado em História, cujo curso tem duração de 4 anos. Já para trabalhar nas grandes universidades ou nos institutos de pesquisa, é necessário ter o título de doutor em História. Mestrado e doutorado totalizam, no mínimo, mais 6 anos de formação.

Quais são as características mais importantes de um bom profissional?

O professor de História precisa ter boa formação, didática e método de ensino, e ser altruísta. Já o historiador deve ter os mesmos atributos dos pesquisadores de outras áreas: conhecimento e competência metodológica, criatividade, dedicação exclusiva... No caso do historiador, é ainda fundamental escrever e apresentar bem os resultados da pesquisa. Hoje, o sucesso de um pesquisador envolve sua capacidade para coordenar equipe, obter financiamento, atrair pessoas para seu grupo e divulgar os resultados.

Como está o mercado para o historiador?

O mercado para o pesquisador sempre foi restrito a pequenos grupos de pesquisa nas principais capitais do Brasil, com pouquíssimas vagas e onde o profissional ingressa com menos de 30 anos e permanece até o final da carreira. Por isso, a maioria dos graduados em História é professor da rede pública municipal e estadual, acumulando duas matrículas para poder sobreviver.

Quanto ganha, em média, um profissional da área?

Pouco, basta observar as frequentes greves de professores da rede pública e a atual greve dos professores das universidades federais, onde não há plano de carreira. Duas centenas de historiadores têm seus projetos de pesquisa financiados pelo CNPq, ou fundações estaduais de apoio à pesquisa, e recebem a chamada bolsa de produtividade (mínimo de R$1 mil e máximo de R$2,8 mil, além do salário de final de carreira, que é bom).

Quais são as perspectivas para o futuro na profissão?

Diferente das áreas tecnológicas, não há possibilidades de aumentar o número de postos. É assim há muitos anos. Na rede pública de ensino médio, há muitos professores de História com título de doutor, mas a rotatividade é imensa: o professor se cansa e vai fazer outra coisa. O professor é desprestigiado na sociedade brasileira. Você já viu algum governante investir na formação, salário e carreira do professor? Ou alguma novela valorizar o professor, a cultura científica? É por isso que há países ricos e países como o Brasil, apenas emergentes.



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