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Fotógrafa e jornalista

Mariana Leal | Fotógrafa e jornalista

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A fotografia desperta muito interesse entre os jovens. Seja como coadjuvante do texto escrito no jornalismo ou protagonista de uma campanha publicitária, as fotos vêm sofrendo constantes mudanças e evoluções principalmente após o desenvolvimento de equipamentos digitais mais modernos e fáceis de operar.

Conversamos com Mariana Leal, fotógrafa e formada em comunicação social na habilitação de jornalismo. Desde o início da faculdade frequentou cursos de fotografia e se interessou pela linguagem visual, começando, aos poucos, a considerar seriamente seguir carreira na área. 

Embora nunca tenha tido a oportunidade de trabalhar em jornal como fotógrafa, mesmo estudando a fundo o fotojornalismo, Mariana acabou estreando como repórter e, na fotografia, como fotógrafa de still, em um estágio no filme Tiradentes, do diretor Oswaldo Caldeira. Esta experiência, que lhe rendeu a foto do cartaz do filme, foi fundamental para que tomasse a decisão de seguir em frente. 

Depois de um ano como repórter, e acompanhando o trabalho dos colegas fotógrafos, pediu demissão e foi trabalhar como repórter-fotográfica. O primeiro ano foi bem difícil. Entre um trabalho como freelancer e outro, continuou aprendendo.  Ela destaca a importância que tevei na época  ouvir opiniões de profissionais mais experientes e acompanhar o trabalho deles como assistente. 

A fotógrafa aconselha: “Uma boa maneira de começar é como assistente. Foi este tipo de experiência que me permitiu fotografar produtos, o que fiz durante quatro anos em uma empresa de comércio eletrônico. Hoje trabalho como fotógrafa freelancer.”

Qual deve ser o perfil de alguém que deseja seguir a carreira? A formação em jornalismo é fundamental?

Fotografia é uma área que permite muitas possibilidades de trabalho. Tem publicidade, fotojornalismo, moda, enfim, é possível se especializar em muita coisa. Para a carreira de fotojornalismo, a formação acadêmica não é fundamental, mas ajuda muito. O bom fotógrafo é aquele que participa da matéria, sabe do que se trata, e desenvolve um trabalho em parceria. 

Há muitos bons repórteres fotográficos que não têm formação alguma. Depende muito de cada pessoa e não existe um perfil ideal. Mas o fotógrafo tem que ser insistente para fazer um bom trabalho, e, às vezes, até um pouco chato, perfeccionista.

Como a fotografia digital vem mudando o setor?


A fotografia digital transformou completamente o mercado de fotografia profissional, já não é mais possível trabalhar sem esse tipo de equipamento. O equipamento é mais frágil e se torna obsoleto mais rapidamente, mas compensa ver o resultado do trabalho na hora e diminui o gasto com as impressões em papel fotográfico. A fotografia ficou mais dinâmica, acompanhando a tendência de enviar notícias em tempo real. A tendência é cada vez mais o preço dos equipamentos se tornarem mais acessíveis, à medida que a tecnologia também evolui.

Quais as maiores dificuldades que a profissão apresenta hoje em dia?

A popularização da fotografia digital tornou a produção de imagens ainda mais corriqueira e houve um impacto no mercado de trabalho. Se antes era absolutamente necessário contratar um fotógrafo profissional para obter um resultado, hoje, muitos empregadores e clientes são induzidos a acreditar que com uma câmera que produz imagens de 10 megapixels qualquer pessoa pode fazer boas fotos. A questão é que o que faz um fotógrafo ser profissional não é o tipo de equipamento que usa, embora um bom equipamento seja essencial para obter bons resultados. O fotógrafo "desenha com a luz" (foto= luz, grafia= desenha), tem domínio de linguagem fotográfica - enquadramentos, exposição, velocidades - e, principalmente, sobre o que cada imagem transmite a quem está vendo.

O mercado de comunicação editorial continua em crise, com cada vez mais leitores na internet e menos leitores que compram jornais e revistas, e as equipes estão cada vez mais enxutas. Portanto, quem quer trabalhar com fotografia tem que ser tecnicamente bom e desenvolver uma linguagem própria.

Qual foi sua experiência mais marcante na profissão?

Depois de dez anos de formada, como repórter fotográfica e jornalista, acho que as experiências mais marcantes têm sido as atuais: documentar a transformação na vida das pessoas em comunidades pobres no Brasil por meio de projetos que viabilizam o seu desenvolvimento. Esse trabalho é feito para uma organização internacional, a ActionAid, que apoia projetos de combate à pobreza há 10 anos.

Como está o mercado nessa área e como se diferenciar?

O mercado está difícil, como todos os mercados. As empresas e pessoas não têm muita verba para investir em imagem e, como disse, tudo é muito caro. Acredito que é preciso se diferenciar, tentar imprimir um olhar próprio, mas isso é lento e gradual. Encontrar um campo de trabalho é fundamental, até para poder evoluir e melhorar os resultados. Aos poucos, as pessoas vão conhecendo o seu trabalho e com mais credibilidade, o valor do orçamento deixa de ser o ponto mais importante para o cliente.



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