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grande profissional!

Fazendo arte com as mãos

Telma Lage | Artista plástica

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A artista plástica Telma Lage, 51 anos, entrou de cabeça na profissão. Desde a adolescência ela gostava de desenhar as roupas das colegas de turma e tinha habilidade com trabalhos manuais. Sua opção não poderia ser outra que não as artes plásticas. Para se aperfeiçoar no que gostava, ela foi estudar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), em 73, e levou oito anos para se formar, pois se graduou em indumentária e arte têxtil. A especialização em escultura ela não levou até o fim.

Para se aperfeiçoar em pintura, outra de suas grandes paixões, ela fez cursos no Rio e em São Paulo. Um deles, de aquarelismo. A artista assume que essa é uma profissão muito solitária. “Preciso estar sozinha para criar. Não me imagino fazendo jantar para a família em uma hora em que quero estar sozinha, pensando, lendo, criando”, explica.

Durante alguns anos ela trabalhou na Obra Social Leste Um (Sol), no Rio, quando dava aula de cerâmica, tecelagem e estamparia para crianças. Foi desenhista de fábricas e confecções de moda jovem. Nesse período, dedicou-se mais à área têxtil, e quando montou seu ateliê há alguns anos, passou a dar aulas de tecelagem, pintura e tapeçaria. 

Telma diz que o artista plástico precisa se aperfeiçoar sempre, saber línguas e estar sempre antenado com as novidades do mundo. A artista diz que belas Artes é um curso caro, pois o investimento em material e em livros é alto.

O que a levou a escolher faculdade de Belas Artes?

Sempre gostei de fazer trabalhos manuais. Na escola eu desenhava as roupas que minhas iriam usar no fim de semana e ainda sugeria o tecido. Eu gostava de fazer tricô, crochê, desenhava moldes e criava minhas roupas. Gostava também de bolsas, sapatos e moda em geral. Eu sempre soube que se não fizesse isso não saberia fazer mais nada. É um dom que nasce com a gente e depois se desenvolve.

É preciso ter um perfil determinado para seguir essa carreira?

Não é qualquer pessoa que consegue seguir. Não acredito que haja um perfil, mas é preciso ter sensibilidade, noção de estética, percepção e habilidade. É necessário ter um certo dom sim e não adianta só saber desenhar. A arte tem que sair da alma.

É difícil conseguir trabalhar com arte no Brasil? 

Não é difícil, mas as melhores oportunidades estão nos grandes centros. São Paulo é o maior centro e reúne em seus museus bons acervos. Também é mais fácil conseguir trabalho quando se conhece alguém do meio. Na minha época de faculdade era mais fácil trabalhar com arte.

A arte é valorizada no país?

A arte é valorizada sim, mas a questão envolve dinheiro e cultura. O brasileiro não tem dinheiro e a cultura é cara. Comprar um livro é caro, então fica complicado as pessoas terem acesso à arte. E a mentalidade do povo brasileiro está distante da cultura, pois entre uma obra de arte e um lançamento de televisão, certamente as pessoas vão escolher comprar a TV.

Como é a remuneração nessa profissão?

O trabalho não é valorizado. Alguns artistas levam anos para conseguir ter uma situação financeira boa, enquanto isso, no exterior o trabalho é muito bem remunerado. Um artista plástico amigo meu vendeu um desenho em outubro na Alemanha e conseguiu dinheiro suficiente para passar três meses no Brasil. Os impostos também são pesados e dificulta muito o artista de fora trazer o trabalho dele para o Brasil.  

Que dicas você dá para quem quer seguir sua área?

Dedicar-se de corpo e alma. Como em qualquer outra profissão é importante gostar do que se faz e ter muita dedicação. Tem que estar antenado também com tudo o que acontece no mundo. O artista que não tiver isso está acabado. Estudar línguas também é importante porque muitos livros são em inglês e em francês.



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