O curso de Farmácia é comumente visto como uma segunda opção à formação em Medicina, uma espécie de via alternativa. Apesar de algumas semelhanças, tanto a formação como o cotidiano da carreira são completamente diferentes em relação à realidade enfrentada pelos médicos. Conversamos com Mara Rita Pereira de Oliveira para saber o porquê de sua escolha, conhecer as características da carreira e saber como anda o mercado de trabalho para os farmacêuticos.
Um breve resumo da formação e experiência profissional.
Sou graduada em Farmácia pela Universidade Federal Fluminense-UFF, Mestre em Química Orgânica - UFF e Doutora em Ciências (Química Orgânica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ. Iniciei minha carreira como professora de Farmacognosia (estuda plantas medicinais) na UFF, depois fui trabalhar como pesquisadora na Companhia Brasileira de Antibióticos (CIBRAN) com controle de produtos e processos na produção de antibióticos, tais como eritromicina, gentamicina, etc. Durante o curso de doutorado, fui professora de Orgânica no Instituto de Química da UFF.
Após terminar o doutorado fui trabalhar como pesquisadora de produtos e processos farmacêuticos na empresa Microbiológica. Esta empresa, na época, produzia medicamentos que participavam do programa DST/AIDS. Da Microbiológica fui para ANVISA trabalhar com patentes de produtos e processos farmacêutico. Atualmente, sou pesquisadora de patentes do setor de Química do INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
Por que você escolheu esta carreira?
Inicialmente fiz vestibular para Odontologia, por influência do meu pai, mas como queria trabalhar com pesquisa resolvi fazer Farmácia ao ouvir um professor de Biologia, que era médico, falar sobre o curso, que me pareceu legal.
O que faz o farmacêutico?
São muitas as áreas de atuação de um farmacêutico. Basicamente, ele pode atuar em estabelecimentos comerciais tais como farmácias, farmácias de manipulação e homeopáticas, drogarias e farmácias hospitalares.
Dependendo da especialização que faça pode atuar em laboratórios de análises clínicas, indústrias farmacêuticas, na produção ou no controle de qualidade, indústrias alimentícias, indústrias de cosméticos, dentre outras.
Como o curso fornece uma boa base em disciplinas da área biomédica, o farmacêutico pode fazer pós-graduação em diferentes áreas, como Química, Biologia e Ciências Farmacêuticas. Após fazer a pós-graduação, o farmacêutico aumenta ainda mais a sua área de atuação.
Principais características do trabalho do farmacêutico.
Como relatei acima, as possibilidades são múltiplas. O trabalho do farmacêutico costuma ser multidisciplinar, exigindo contato com profissionais de outras áreas. O mercado de trabalho se concentra principalmente nas grandes capitais. É fundamental o conhecimento de Inglês.
O trabalho do farmacêutico é desafiante, principalmente nas áreas de pesquisa, como por exemplo desenvolvimento de novos medicamentos. Aí, a criatividade e a concentração são dois elementos importantes.
O farmacêutico tem que ser um eterno estudioso, tendo em vista que as tecnologias modificam-se com muita rapidez. Precisa ter pensamento lógico e questionador. Se trabalhar com pesquisas, que utiliza ensaios químicos, não pode ser um desastrado, é importante ser observador, crítico e organizado.
Como anda o mercado de trabalho para a profissão?
O mercado está bom, principalmente na área de farmácia comercial. Os maiores empregadores são as farmácias comerciais, a indústria farmacêutica e as entidades governamentais (FiOCRUZ, ANVISA, VISAS, etc.).
A área de Farmácia mais procurada atualmente é a Industrial. Também não é difícil encontrar estágio.
Expectativa salarial do farmacêutico.
O salário inicial está em torno de R$ 2.500,00. Para profissionais com experiência, a faixa salarial é muito variada podendo ficar acima de R$ 10.000,00 no caso de um gerente.
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