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Engenharia Industrial Madeireira: uma nova área de atuação

Cristiane Pierre | Engenheira Industrial Madeireira

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Cristiane Pierre é da primeira turma de Engenharia Industrial Madeireira da Universidade Federal do Paraná. Ela se formou em 2003. No ano seguinte, concorreu e ganhou uma bolsa para fazer o mestrado em Engenharia de Produtos Florestais, que cursou na Universidad de Gudalajara no México, onde viveu por dois anos. Mas não parou por aí, no momento está fazendo pós-gradução em Lean Manufacturing na PUC-PR.

Cristiane trabalha para uma empresa exportadora líder do setor de molduras para a construção civil. Foi contratada quando voltou do México. Na ocasião, ficou cerca de quarenta dias procurando emprego, logo foi selecionada como trainee e hoje coordena um programa de melhoria contínua para o aumento de produtividade. Para alcançar o nível de uma empresa de classe mundial, ela explica que é preciso estar sempre evoluindo para reduzir perdas e custos em todo o processo produtivo.

Como descobriu a Engenharia Industrial Madeireira?

Na realidade eu queria fazer Engenharia Civil. Tentei uma vez e não passei. Precisava entrar para uma universidade pública por causa dos custos de uma particular. No segundo ano de tentativa, quando fui fazer a inscrição para o vestibular, vi que tinha este curso novo, então busquei informações. Como tenho um tio que trabalha em uma empresa que produz máquinas para painéis de madeira, fui conversar com ele para avaliar a questão de mercado, ramo de atuação etc. Também fui na universidade pegar a grade curricular para ver qual era o escopo do curso. Vi, analisei e tomei a decisão de me inscrever. Hoje estou muito feliz com a escolha.

O que faz e onde pode trabalhar o engenheiro industrial madeireiro?

Existe um leque de possibilidades onde um Engenheiro Industrial Madeireiro pode trabalhar. Digamos que, depois que as toras de madeira são disponibilizadas no pátio de uma empresa do ramo, podemos atuar onde quisermos. São muitas oportunidades:  desde o processo de desdobro primário que normalmente são as serrarias até o processo de usinagem para móveis e molduras; ou ainda para a confecção de painéis aglomerados, compensados, mdf, osb; ou papel e celulose; secagem da madeira; portas...

O curso tem duração de 5 anos. Como toda engenharia, no início do curso (nos dois primeiros anos) temos muitas matérias básicas, como Cálculo, Álgebra, Física, Mecânica, Química. A partir do terceiro ano é que realmente começamos a parte técnica, onde temos matérias específicas de vários tipos de processo, como por exemplo: Serraria, Secagem da Madeira, Usinagem da Madeira, Painéis, Energia de Biomassa, Celulose e Papel, Biodegradação da Madeiras, Estruturas de Madeira, Propriedades Físicas e Mecânicas da Madeira, Controle de Qualidade, Anatomia da Madeira, Química da Madeira. Acredito que todas são importantes para a formação pois é aí onde se começa a descobrir e a tomar decisões sobre o campo que se quer atuar.

Que habilidades e interesses são importantes nesse profissional, além do conhecimento técnico, naturalmente?

Vou dar o exemplo da empresa em que trabalho. Temos que ter atitude, liderança, muita iniciativa e paciência, pois às vezes as coisas demoram mais do que a gente pode esperar. Esse setor é um pouco atrasado em questão de tecnologia. Temos uma quantidade enorme de pessoas que temos que comandar, e, para isto, temos que ter muito jogo de cintura. Lida-se não só com o pessoal de chão de fábrica como também com a direção. É preciso ter várias formas de linguagem, saber repassar para o operador, da maneira mais simples possível o que a direção espera do trabalho dele e, isto não é nada fácil, já que essa flexibilidade só aprendemos com a vida e a experiência.

É preciso também ser humilde para conseguir conquistar seu espaço. É muito legal quando vemos que as pessoas começam a ter confiança no nosso trabalho e passam a nos perguntar e a tirar dúvidas sobre as técnicas que aprendemos na sala de aula. Aí é que se tem noção do quanto valeu a pena ter estudado tanto. Outra coisa muito solicitada, é quanto a outros idiomas. O conhecimento do Inglês tem que ser, pelo menos, de nível Intermediário a Avançado pois muitos dos equipamentos que utilizamos ou muitos dos clientes são estrangeiros. O inglês é fundamental para este relacionamento e, com certeza, esse conhecimento faz diferença na hora de concorrer a uma vaga de emprego.

Esta é uma especialização nova, não? Como está o mercado de trabalho? Encontra-se estágio e emprego com facilidade? As empresas estão localizadas em alguma região específica?

Sou da primeira turma, que iniciou em 1999 e concluiu em 2003, portanto podemos considerar a Engenharia Industrial Madeireira uma especialização nova, sim. Hoje, acredito que já existam outras quatro universidades oferecendo o mesmo curso.

Agora, com esta crise mundial, o mercado foi afetado diretamente. Mesmo assim, vejo as empresas contratando. Aqui, continuamos abrindo solicitações para novos trainees e estagiários. Pelo que tenho conhecimento é muito difícil algum aluno sair sem um emprego garantido quando se gradua. Quanto aos empregos, temos a área de celulose e papel espalhada por toda a costa brasileira. Já a área madeireira se concentra mais no interior dos estados, principalmente em SC, PR, RS, MG, SP, e região norte do País.

Qual a expectativa de remuneração desse profissional?

Isso é muito relativo. Acredito que esteja entre R$ 2.500,00 a R$ 5.000,00 dependendo da região.

Que especializações são interessantes para o crescimento desse profissional?

Muitos têm optado por realizar o Mestrado em Engenharia Florestal, porém, com a visão que tenho de processo e de indústria hoje, acredito que seria bom realizar uma especialização em Engenharia de Produção, Lean Manufacturing, Gestão da Qualidade, Gestão de Processo ou ainda Gestão de Pessoas.

Essa profissão já está reconhecida?

Sim, aqui no Paraná já é reconhecida pelo CREA-PR, temos ainda atribuições provisórias, mas já é um começo.

O trabalho desse profissional tem alguma característica peculiar?

Depende da região e do tipo de setor no qual se atua. Normalmente as empresas trabalham em 2 ou 3 turnos e temos que nos adequar a essas necessidades. O maior impacto, acredito, é trabalhar fora dos grandes centros. Geralmente temos que nos deslocar para o interior para conseguir empregos melhores. Eu, por exemplo, estou na cidade de Telêmaco Borba - PR que fica a 250 km de Curitiba.

Quantos anos de formação tem o curso de Engenharia Industrial Madereira? E quais as matérias são determinantes na formação desse profissional?
 
O curso tem duração de 5 anos. Como toda engenharia, no início do curso (nos dois primeiros anos) temos muitas matérias básicas, como Cálculo, Álgebra, Física, Mecânica, Química. A partir do terceiro ano é que realmente começamos a parte técnica, onde temos matérias específicas de vários tipos de processo, como por exemplo: Serraria, Secagem da Madeira, Usinagem da Madeira, Painéis, Energia de Biomassa, Celulose e Papel, Biodegradação da Madeiras, Estruturas de Madeira, Propriedades Físicas e Mecânicas da Madeira, Controle de Qualidade, Anatomia da Madeira, Química da Madeira. Acredito que todas são importantes para a formação, pois é aí onde se começa a descobrir e a tomar decisões sobre o campo que se quer atuar.

Que habilidades e interesses são importantes nesse profissional, além do conhecimento técnico, naturalmente?
 
Vou dar o exemplo da empresa em que trabalho. Temos que ter atitude, liderança, muita iniciativa e paciência, pois às vezes as coisas demoram mais do que a gente pode esperar. Esse setor é um pouco atrasado em questão de tecnologia. Temos uma quantidade enorme de pessoas que temos que comandar, e, para isto, temos que ter muito jogo de cintura. Lida-se não só com o pessoal de chão de fábrica como também com a direção. É preciso ter várias formas de linguagem, saber repassar para o operador  da maneira mais simples possível o que a direção espera do trabalho dele. Isto não é nada fácil, já que essa flexibilidade só aprendemos com a vida e a experiência.
 
É preciso também ser humilde para conseguir conquistar seu espaço. É muito legal quando vemos que as pessoas começam a ter confiança no nosso trabalho e passam a nos perguntar, tirar dúvidas sobre as técnicas que aprendemos na sala de aula. Aí é que se tem noção do quanto valeu a pena ter estudado tanto. Outra coisa muito solicitada é quanto a outros idiomas. O conhecimento do Inglês tem que ser, pelo menos, de nível Intermediário a Avançado, pois muitos dos equipamentos que utilizamos ou muitos dos clientes são estrangeiros. O inglês é fundamental para este relacionamento e, com certeza, esse conhecimento faz diferença na hora de concorrer a uma vaga de emprego.
 
Esta é uma especialização nova, não? Como está o mercado de trabalho? Encontra-se estágio e emprego com facilidade? As empresas estão localizadas em alguma região específica?
 
Sou da primeira turma, que iniciou em 1999 e concluiu em 2003, portanto podemos considerar a Engenharia Industrial Madeireira uma especialização nova sim! Hoje, acredito que já existam outras quatro universidades oferecendo o mesmo curso.
 
Agora, com esta crise mundial, o mercado foi afetado diretamente. Mesmo assim, vejo as empresas contratando. Continuamos abrindo solicitações para novos trainees e estagiários. Pelo que tenho conhecimento, é muito difícil algum aluno sair sem um emprego garantido quando se gradua. Quanto aos empregos, temos a área de celulose e papel espalhada por toda a costa brasileira. Já a área madeireira se concentra mais no interior dos estados, principalmente em SC, PR, RS, MG, SP, e região norte do País.
 
Qual a expectativa de remuneração desse profissional?
 
Isso é muito relativo. Acredito que esteja entre R$ 2.500,00 a R$ 5.000,00 dependendo da região.
 
Que especializações são interessantes para o crescimento desse profissional?
 
Muitos têm optado por realizar o Mestrado em Engenharia Florestal, porém, com a visão que tenho de processo e de indústria hoje, acredito que seria bom realizar uma especialização em Engenharia de Produção, Lean Manufacturing, Gestão da Qualidade, Gestão de Processo ou ainda Gestão de Pessoas.
 
Essa profissão já está reconhecida?
 

Sim. Aqui no Paraná já é reconhecida pelo CREA-PR. Temos ainda atribuições provisórias, mas já é um começo. 

 



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