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Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

Engenharia Elétrica: da geração à distribuição de energia

Paulo Ricardo Villar | Engenheiro Eletricista

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Paulo Ricardo Villar formou-se em técnico em Eletrotécnica pelo CEFET – RJ para, em seguida, cursar Engenharia Elétrica pela UERJ. Seu alto CR – Coeficiente de Rendimento - foi quem lhe abriu as portas para a seleção de estagiário da Eletrobrás, onde ficou dois anos, grande parte deles cedido ao CEPEL - Centro de Pesquisa de Energia Elétrica. E deu certo, porque logo foi contratado para trabalhar no Laboratório de Iluminação do Centro, ficando responsável por todos os ensaios. Participou da elaboração do Padrão Procel/Inmetro para lâmpadas compactas, que deu origem ao SELO PROCEL/INMETRO. Esses ensaios serviram mais tarde como subsídios para a Lei de Eficiência Energética do governo Fernando Henrique.

No CATE (Centro de Aplicação de Tecnologias Eficientes) do próprio CEPEL, onde trabalhou como consultor técnico em iluminação, Paulo escreveu um manual sobre o assunto. Hoje, trabalha para a Fiocruz, onde entrou por concurso. Toda sua experiência anterior está sendo aproveitada no seu trabalho como responsável pela Eficiência Energética da instituição. Paulo é um entusiasta pelo que faz e dá nessa entrevista boas dicas sobre a profissão. Confira!

Como foi sua escolha pela Engenharia de Eletricidade? Arrependeu-se?

A escolha foi difícil e começou precisamente na definição do curso técnico de segundo grau. O nome eletrotécnica me soava estranho e eu confundia com eletrônica. Apesar de ter feito alguns testes vocacionais que indicavam uma aptidão para ciências exatas, estes não foram determinantes na escolha, e sim a facilidade em Matemática e posteriormente em Física. Na época, fiz concurso para eletrotécnica, mesmo sem ter idéia do que se tratava, pois não sabia a diferença para a eletrônica. No início do curso técnico eu me identifiquei com o assunto, que me pareceu ser bem interessante, portanto a Engenharia Elétrica passou a ser só uma questão de tempo.

É verdade que o curso de Engenharia de Eletricidade é dos mais difíceis de todas as Engenharias?

Na verdade, não tenho conhecimento da dificuldade dos outros cursos, só sei que toda Engenharia tem seu grau de dificuldade, e que a elétrica não foge à regra. Mas acredito que a dificuldade esteja relacionada ao abstrato, pois eletricidade ninguém consegue ver, somente percebemos os seus efeitos. Então, quando se estuda, temos que ter visão espacial e muita imaginação para entender como podemos utilizá-la, já que eletricidade é algo perigoso e invisível, capaz de causar acidentes e até mesmo óbitos.

O que faz um engenheiro eletricista?

O Engenheiro Eletricista fica responsável por diversas etapas: da geração, transmissão e distribuição de energia, até o uso interno nas residências. A abrangência do curso é muito grande, pois vai desde os equipamentos como: transformadores, motores elétricos, geradores, disjuntores, relés, até projetos de usinas geradoras, subestações, linhas de transmissão e instalações residenciais.

Onde pode trabalhar esse profissional?

Esse profissional pode trabalhar em diversas áreas, pois eletricidade está presente em quase tudo. Em empresas não ligadas ao setor elétrico, este profissional ficará responsável pelos projetos, fiscalização das obras e manutenção da parte elétrica. Em caso de concessionárias de energia ou empresas ligadas ao setor elétrico, ele poderá atuar como analista da qualidade de energia, projetista, inspetor de qualidade de equipamentos, especialista em linha de transmissão, especialista em transformadores, especialista em geradores e etc. O curso é tão abrangente que para se tornar especialista sobre um assunto, basta ter experiência profissional, não dependendo apenas de um mestrado ou doutorado, não que estes não ajudem na formação. Esse profissional poderá também lecionar em Escolas Técnicas ou Universidades, podendo ainda fazer parte de pesquisas de desenvolvimento no setor.

Como está o mercado de trabalho para o engenheiro eletricista? Bombando??

O mercado para engenharia, como um todo, é bem promissor, com os dois grandes eventos que estão por vir (Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016). Não devemos considerar que esta demanda seja pontual ou mesmo eventual, pois um país em crescimento depende da evolução de sua engenharia, inclusive a elétrica. Para o engenheiro eletricista essa demanda deverá continuar alta, inclusive para adequação às leis ambientais e pela necessidade de se implementar energias alternativas. A substituição de motores automotivos à combustão por motores elétricos já está se tornando destaque na Europa e nos EUA, devendo chegar ao Brasil em pouco tempo. Isso demandará desenvolvimento e manutenção, que deverão ficar a cargo dos nossos engenheiros.

Muitos estudantes consideram o interesse e a habilidade em cálculos uma boa razão para a escolha do curso de Engenharia, mas, além disso que outras habilidades devem ser consideradas na Engenharia Elétrica?

Realmente a habilidade em cálculos, eu diria em Matemática e Física, garantem facilidade no curso de engenharia. Contudo a dedicação, o comprometimento e a curiosidade deverão estar presentes em tudo, pois eles serão os responsáveis pela formação de um bom profissional, não esquecendo que este deverá ser uma pessoa concentrada e seguidora de normas, pois como dito anteriormente, com eletricidade não se brinca.

Quantos anos de curso e quais são as matérias mais específicas?

O curso de Engenharia tem a duração de 5 (cinco) anos, sendo os dois primeiros de curso básico (iguais em todas as engenharias), e os demais chamados específicos (ligados à área de atuação). Algumas matérias específicas do curso de Engenharia Elétrica são: geração, transmissão, distribuição, comandos elétricos, automação, motores elétricos, controle servo-mecanismo, eletrônica de potência, instalações elétricas e etc.

Existem características especiais no trabalho do engº eletricista, como, por exemplo, horário especial, local de trabalho diferente, personalidade sociável, convivência com situações perigosas, etc?

O engenheiro eletricista, como todo profissional ligado a esta área, está sujeito a risco de vida, sendo remunerado com 30%, por periculosidade, sobre o salário bruto. Este profissional não terá direito a aposentadoria antecipada (especial), como se tinha no passado. Dependendo do local em que atue, o profissional deverá usar EPI (equipamento de proteção individual), que poderá trazer certo desconforto, mas que garante sua integridade física.

E se o estudante se arrepender da escolha no meio do curso, dá para trocar por outra engenharia, por exemplo?

Como já foi dito, os dois primeiros anos são básicos, podendo trocar-se a especialidade (curso) sem perda de tempo ou dinheiro, mas existem várias situações. Na UERJ, por exemplo, existe o curso de eletricidade industrial e o curso de sistema de potência, estes se diferenciam apenas no último ano.



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