Entre os diversos ramos da engenharia, alguns deles ainda são pouco conhecidos por um grande número de vestibulandos. Conversamos com Gilnei Ocacia para conhecer melhor a Engenharia de Plásticos e suas oportunidades.
Gilnei Ocacia é engenheiro mecânico formado em 1980 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mestre em Engenharia de Energia (1983) pela PPGEAM/UFRGS e Doutor em Engenharia Mecânica com ênfase em Energia (1998) pela PROMEC/UFRGS.
Atualmente é o responsável pelo Laboratório de Polímeros: Processos e Tecnologia, da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), onde atua no Programa de Pós-Graduação em Engenharia: Energia, Ambiente e Materiais, e, na graduação, nos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia de Plásticos e Engenharia Química. Como orientador principal, orientou 14 dissertações de mestrado e diversas monografias de cursos de especialização e trabalhos de conclusão de curso.
O que faz um engenheiro de plásticos?
O Engenheiro de Plásticos é o profissional habilitado a desempenhar sua função em indústrias de fabricação e transformação de plásticos e borrachas, atuando em planejamento, gerenciamento de produção, otimização do processo produtivo, engenharia de qualidade e pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, desde o protótipo até as matrizes, com determinação dos materiais poliméricos e dos processos mais adequados. Ele realiza estudos de viabilidade econômica, racionalização do trabalho e atua em assessoria, consultoria e assistência técnica e comercial, além de realizar perícias, vistorias, avaliações, arbitramentos, laudos e pareceres técnicos.
Qual a integração da carreira com outras formações?
O currículo da Engenharia de Plásticos é uma composição de disciplinas que agregam conhecimentos de Engenharia Mecânica e de Engenharia Química, da área de Produção, além das disciplinas específicas de processos, aplicadas a plásticos e borrachas.
Quais os campos de atuação, e onde estão as melhores vagas hoje?
O campo de trabalho se situa nas indústrias petroquímicas de 1ª e 2ª geração produzindo materiais poliméricos e em indústrias de transformação desses polímeros, como as de plásticos, borrachas, tintas e adesivos, e nas indústrias que utilizam peças plásticas em seus produtos (3ª geração), como a calçadista, automotiva etc. O setor de materiais poliméricos é um dos que mais tem crescido no mundo, pela substituição de materiais tradicionais por materiais poliméricos devido à sua grande versatilidade apoiada numa enorme gama de combinações que abrange uma infinidade de aplicações.
As vagas estão distribuídas pelo país, mas como um reflexo da nossa economia, obviamente os melhores salários estão nas empresas situadas no Estado do São Paulo.
Quais os cursos indicados para quem quer se especializar?
Posso dizer algo sobre o curso de Engenharia de Plásticos, da ULBRA, que foi criado por incentivo do Sindicato das Indústrias de Plásticos e Polímeros, do Rio Grande do Sul, e dedica especial atenção à interação teoria e prática, em especial na sua "fábrica escola", onde os alunos têm contato com os diversos processos de transformação de polímeros.
Além disso, na ULBRA há o mestrado profissionalizante, onde o estudo de materiais corresponde a uma das áreas, contando com o apoio do CEPPED (Centro Petroquímico de Pesquisa e Desenvolvimento) instalado em convênio da Universidade com a Brasken, com financiamento FINEP, além dos diversos laboratórios da Universidade.
Que dicas você diria aos interessados na formação?
As dicas principais são aquelas típicas dos cursos de engenharia: o estudante deve buscar uma formação sólida nas áreas básicas (matemática, física e química), não se intimidar com a bibliografia em inglês (ou outra língua estrangeira) e buscar um desenvolvimento equilibrado de teoria e prática. O mercado de trabalho é seletivo. Assim, naturalmente, para quem se prepara adequadamente, não faltam vagas.
Ozana Hannesch
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