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Engenharia de Minas: um campo diferenciado da Geologia

Maria de Fátima Andrade Gripp | Engenharia de Minas

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Maria de Fátima Andrade Gripp é graduada em Engenharia Química pela UFMG (1977) e em Engenharia de Minas pela UFMG (1978). Estudou na França, na Escola Nacional Superior de Minas de Paris, onde obteve o DEA em Ciências e Técnicas Mineiras (1980) e o doutorado em Ciências e Técnicas Mineiras (1982). Hoje, é professora do Departamento de Engenharia de Minas da Escola de Engenharia da UFMG, onde foi professora-adjunta de 1984 a 2006 e professora associada desde maio de 2006. Trabalha na área de ensino de Engenharia, planejamento e projeto, abordagem sistêmica, no estudo de modelos e suas aplicações. Em Engenharia de Minas, no estudo do empreendimento de mineração, minerais e rochas industriais, lavra de minas a céu aberto, lavra de minas subterrâneas, planejamento e projeto de lavra, equipamentos de lavra, planejamento e projeto em engenharia (mecânica) de rochas.

O que faz uma engenheira de minas?

O trabalho de Engenharia de Minas pode ser realizado igualmente por homens ou mulheres. O engenheiro de minas trabalha direta ou indiretamente em atividades relacionadas à indústria mineral, a qual tem como atividade fim o abastecimento de bens minerais para a construção civil, indústria química, indústria metalúrgica e outras.

Na Escola de Engenharia da UFMG, nos primeiros anos, o engenheiro tem uma sólida formação em Física, Química, Matemática, Estatística, Computação e tratamento de dados, o que assegura uma base para atuação muito diversificada no mercado de trabalho. A formação específica permite trabalhar na área de geologia, pesquisa mineral, exploração mineral, desmonte a explosivo, lavra de minas a céu aberto, lavra de minas subterrâneas e processos de beneficiamento do minério e ainda nas áreas comerciais, de engenharia de rochas, água subterrânea, meio ambiente e pesquisa tecnológica.

Quais as diferenças entre um engenheiro de minas e um geólogo?

As duas formações têm conteúdos muito diferentes. A formação nas áreas de engenharia de rochas desmonte a explosivo, lavra de minas a céu aberto, lavra de minas subterrâneas é específica do curso de Engenharia de Minas e não faz parte de nenhum outro curso. A formação em beneficiamento do minério não faz parte do currículo de Geologia. Por outro lado, o conteúdo em disciplinas de geologia do curso de Engenharia de Minas não é tão grande quanto aquele do curso de Geologia. Assim, os profissionais têm carreiras muito distintas.

Outra distinção está ligada às disciplinas complementares que asseguram a formação em Engenharia, estas disciplinas podem ou não fazer parte da formação em Geologia. A questão fundamental, no entanto, é mais sutil, trata-se do conhecimento do conceito de depósito mineral como um depósito que pode ou não ser explotado ou lavrado (explotação ou lavra têm o mesmo significado e estão corretos), técnica, econômica e ambientalmente. Este conhecimento é fundamental para o engenheiro de minas. Este conteúdo está fora do escopo dos cursos de Geologia.

Desta maneira podemos distinguir os profissionais de engenharia de minas e de geologia. Estes têm tarefas inter-relacionadas, mas não necessariamente as mesmas.

Eles trabalham sempre juntos?

Na mineração, os dois trabalham em equipe.

Como está o mercado para os recém-formados?

Nesta década e em particular no período de 2005 até hoje, maio 2008, o mercado de trabalho apresenta um demanda muito elevada. O número de profissionais em fim de carreira é muito elevado. A alta demanda por profissionais deve se manter. As exigências quanto ao desempenho do profissional e as questões iniciais relacionadas ao inicio da vida profissional são válidas também para o engenheiro de minas.

O mercado de trabalho é muito diversificado e em geral a demanda é crescente, tanto a demanda ligada às grandes corporações transnacionais, quanto às médias e pequenas empresas de mineração, produção de agregados para construção civil, rocha industrial e minerais industriais. Esta demanda cresce com o crescimento do PIB do país e, em particular, com o setor de construção civil.

Onde estão as melhores oportunidades para um profissional desta área?
 
A melhor oportunidade é sempre uma questão pessoal. Cada indivíduo deve descobrir o seu lugar nesta teia enorme. O lugar no qual ele vai se sentir realizado. Ele pode trabalhar no Brasil, em grandes centros ou no interior longe de qualquer cidade ou em ainda em qualquer país do mundo. Pode trabalhar em operação, se dedicar a uma operação unitária, por exemplo, à perfuração e desmonte a explosivo, pode se dedicar ao planejamento e projeto, à pesquisa tecnológica, ao ensino, trabalhar em organizações governamentais e não governamentais, em bancos.
 
Que dicas você daria aos interessados na profissão?
 
A dica é: você é um profissional que estuda a crosta terrestre e está encarregado de encontrar soluções de mineração para atender as necessidades da sociedade; o conhecimento do comportamento do maciço que vai ser escavado é sempre a questão fundamental. Este maciço não foi feito pelo homem, ele faz parte da natureza e a natureza é muito rica e diversificada, tudo que podemos fazer é procurar conhecê-la e elaborar modelos para representá-la e assim poder retirar estes recursos necessários à civilização humana interferindo o mínimo possível nos aspectos ambientais.
 
Uma dica mais imediata é: estudar bastante durante o curso de graduação para construir uma sólida base de conhecimentos de Matemática, Física, Química, Informática e Engenharia que permitirá ao profissional sustentar sua carreira durante algumas décadas. Estudar e obter conhecimento atualizado na sua área de atuação.
 
Manter uma rede de relações profissionais, com troca de comunicações técnicas e pessoais. Se associar às entidades de classe, comitês técnicos e organizações da sua área de atuação. Divulgar o conhecimento desenvolvido na sua área de atuação. Procurar ter uma compreensão abrangente das questões ambientais, sociais, econômicas, históricas, filosóficas, espiritualistas, em outras palavras, uma visão holística do mundo. Em termos de engenharia adotar, sempre que pertinente, uma abordagem sistêmica.



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