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Engenharia de Materiais: espaço também no campo empresarial e de pesquisa

Rafael Camerini | Engenheira de Materiais

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Rafael Camerini se formou em Engenharia de Materiais pela UFRGS, mas escolheu o caminho empresarial e da pesquisa. Concluiu a graduação em 2005 e o Mestrado em Ciência e Tecnologia dos Materiais, em 2007. Atualmente é doutorando em Ciência dos Materiais e empresário do ramo de cerâmicas técnicas.

A sua empresa surgiu no início de 2007 com apoio de professores da UFRGS e está incubada dentro da própria universidade, onde realiza pesquisa e desenvolvimento de materiais cerâmicos de alto desempenho para diversas aplicações e mantém linhas de produtos cerâmicos para laboratórios, indústria têxtil, indústria petrolífera, entre outras. Na lista de clientes da “Jomon Materiais Avançados” estão universidades de diferentes lugares do Brasil. A empresa também desenvolve componentes superabrasivos (materiais com baixo coeficiente de desgaste) para o Centro de Pesquisas da Petrobrás e ainda tem clientes na indústria têxtil e metalúrgica.

Como e por que você se interessou pela Engenharia de Materiais?

Eu decidi cursar engenharia porque me interessava pelas ciências exatas. Minha atenção se voltou para a Engenharia de Materiais em uma aula de cursinho pré-vestibular na qual um professor falou sobre os novos cursos de engenharia (entre eles a Engenharia de Materiais). Fiquei fascinado pela possibilidade de entender o comportamento de um material (suas propriedades finais) a partir de suas ligações químicas, da maneira como os seus átomos estão ligados e do tipo de processamento ao qual o material foi submetido durante o seu processo de fabricação.

Como você explicaria o trabalho do engenheiro de materiais?

Um engenheiro de materiais estuda a relação entre o processo de fabricação, a estrutura e as propriedades dos materiais, podendo utilizar essas informações para determinar o desempenho deles em uma determinada aplicação. O engenheiro de materiais deve ser capaz, por exemplo, de entender o papel desempenhado pelo processo de fabricação de um material nas suas propriedades finais.

Quais as possibilidades desse profissional no mercado de trabalho?

Há dez anos atrás, quando um estudante de engenharia de materiais ia procurar estágio, ele tinha primeiro que explicar o que fazia, afinal, um Engenheiro de Materiais. Hoje a situação é diferente. Tenho colegas trabalhando em indústrias metalúrgicas, de cerâmicas de revestimento e em petroquímicas. Mas, nos últimos anos, as áreas que envolvem inovação tecnológica, como os biomateriais, cerâmicas de alto desempenho, materiais nanoestruturados e diversos tipos de materiais compósitos, também passaram a ser alternativa para os engenheiros de materiais.

Como é a formação do Engenheiro de Materiais?

O engenheiro de materiais tem uma formação que abrange todas as classes de materiais (metálicos, cerâmicos e poliméricos, e ainda os compósitos que são basicamente combinações de diferentes materiais). Além disso, o curso ainda oferece disciplinas de seleção dos materiais, inspeção e controle de qualidade, engenharia de superfícies, técnicas analíticas, entre outras que permitem que o profissional da área seja capaz de avaliar todas as etapas do processo produtivo.

A seu ver, quais as habilidades fundamentais num engenheiro de materiais?

Hoje em dia o inglês é uma língua que precisa ser dominada, principalmente por um engenheiro. Além disso, ter liderança é essencial para os profissionais que pretendem fazer carreira na indústria, porém para aqueles que pretendem seguir a vida acadêmica (ser professor universitário e pesquisador) o mais importante é ser metódico e organizado. A vida acadêmica, aliás, também é uma opção interessante para os profissionais da área, pois o número de universidades que oferecem o curso de Engenharia de Materiais e Engenharia de Plásticos vem crescendo. Mas eu acho que o mais importante é ter dinamismo para aproveitar as oportunidades de crescimento profissional que surgem muitas vezes durante a graduação. Procurar estágio cedo ou se engajar na pesquisa desenvolvida nos laboratórios da própria universidade são iniciativas que ajudam o estudante a decidir que rumo tomar depois de obter o diploma.

Como está o mercado para essa especialização? Difícil para arrumar estágio e emprego?

O mercado de trabalho vem se abrindo muito para o engenheiro de materiais. À medida que as indústrias vão conhecendo o perfil deste profissional ele passa a ser cada vez mais requisitado. Empresas que no passado contratavam apenas engenheiros químicos e metalúrgicos, por exemplo, hoje abrem vagas também para engenheiros de materiais. No Rio Grande do Sul também não há grande dificuldade em arrumar estágio e acredito que nos outros estados a situação seja a mesma.

Existe algum campo da Engenharia de Materiais que ofereça mais perspectivas no futuro?

Há uma ampla gama de possibilidades para o engenheiro de materiais e a remuneração depende da área de atuação e da formação desse profissional. No Rio Grande do Sul as indústrias do ramo de metalurgia e petroquímica absorvem hoje a maior parte dos profissionais da área. Em outros estados reconhecidos como fortes pólos ceramistas, os engenheiros de materiais são empregados também pelas empresas que fabricam materiais cerâmicos principalmente para construção civil. Eu acredito também que os campos de materiais compósitos e materiais cerâmicos com aplicações especiais têm boas chances de crescimento nos próximos anos devido ao crescimento do país e a consequente necessidade em desenvolver tecnologias de ponta.



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