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Diplomata: defendendo os interesses do País no exterior

Bruno Santos | Diplomata

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Representar o Brasil e defender os interesses do País no exterior. Essa é uma das tarefas do diplomata, carreira que vem crescendo junto com a economia brasileira e a política externa nacional. Hábil negociador, o diplomata tem na oratória uma de suas armas na defesa do País. Bruno Santos fala da sua experiência na carreira, as vantagens e desvantagens de ser um diplomata e suas atribuições.

O que faz um diplomata?

O diplomata é um funcionário público do Serviço Exterior brasileiro responsável, grosso modo, pela execução da política externa elaborada pelo Presidente da República. Em termos práticos, o diplomata é o agente do Estado que representa o Brasil em negociações internacionais, defende os interesses da nação junto a outros países e organismos internacionais e cuida das demandas das comunidades brasileiras no exterior. A diplomacia é uma Carreira de Estado, assim reconhecida pela Constituição Federal, uma vez que seus funcionários representam a posição oficial do Estado nas questões que lhes são submetidas.

Qual é a formação necessária para a carreira de diplomata?

Para ingressar na carreira de diplomata, o interessado deverá ter concluído qualquer curso de graduação em nível superior em instituição de ensino credenciada pelo Ministério da Educação. Não há formação universitária específica para ingresso na carreira. Na minha turma de Instituto Rio Branco, por exemplo, há diplomatas que se formaram em arquitetura, música, medicina, ciências políticas, engenharia, entre outros, além de direito e relações internacionais – como é o meu caso.

O que é o Instituto Rio Branco?

O Instituto Rio Branco (IRBr) é responsável pela seleção e pelo treinamento dos diplomatas brasileiros, em processo contínuo de formação. Na etapa inicial da carreira, o Curso de Formação busca “harmonizar os conhecimentos adquiridos nos cursos universitários com a formação para a carreira diplomática”, “desenvolver a compreensão dos elementos básicos da formulação e execução da política externa brasileira” e “iniciar os alunos nas práticas e técnicas da carreira”. Minha experiência nesse período inicial foi altamente positiva: conheci alguns dos colegas com quem trabalharei durante anos e fiz importantes amizades para a vida inteira. E sob a perspectiva acadêmica, o curso de formação é bastante interessante.

Quais são as opções de trabalho para o diplomata?

O diplomata tem a opção de trabalhar tanto no Brasil quanto no exterior, onde passa, em média, cerca de 2/3 de sua vida profissional. No Brasil, o trabalho do diplomata desenvolve-se na Secretaria de Estado das Relações Exteriores (SERE), i.e., no Ministério das Relações Exteriores – tradicionalmente conhecido como Itamaraty – ou em vários órgãos da Administração Pública nacional. No exterior, o diplomata trabalha em postos diplomáticos – Embaixadas, Representações e Organismos Internacionais – e em postos consulares – Consulados, Consulados-Gerais e Vice-Consulados.

Em todos os casos, e guardadas as devidas especificidades, o diplomata buscará executar as diretrizes de política externa estabelecidas pelo Presidente da República; representar o governo no exterior; negociar e celebrar tratados, acordos e demais atos internacionais; organizar, instruir e participar de missões especiais em conferências e reuniões internacionais; proteger cidadãos brasileiros no exterior; promover os produtos nacionais em outros mercados; e tratar da promoção cultural do Brasil no exterior.

O diplomata é, antes de tudo, um generalista, uma vez que pode ser convidado a desenvolver atividades bastante distintas ao longo da carreira. Um(a) Secretário(a) que atualmente negocie e defenda a posição do Brasil em foros multilaterais na área de meio ambiente ou direitos humanos, amanhã poderá vir a trabalhar na área cultural em uma Embaixada, ou com questões de comércio ou propriedade intelectual. Não obstante essa tendência à generalidade, não há regras que impeçam o servidor de se especializar em área de conhecimento com a qual se identifique mais.

Quais são as características mais importantes para um bom diplomata?

Qualquer resposta a essa pergunta soaria bastante pretensiosa de minha parte. Na qualidade de diplomata novato, quero crer seja muito importante para o servidor a busca obstinada da defesa dos interesses dos cidadãos brasileiros no campo internacional. Quero crer também que seja fundamental para o desempenho das funções do diplomata o conhecimento profundo da realidade e das necessidades do povo brasileiro.

Quais são as vantagens e desvantagens da carreira de diplomata?

Todo apaixonado tem um pouco de desatento. Apaixonado que sou, vejo, sobretudo, as vantagens na carreira: a possibilidade de falar em nome de milhões de brasileiros no exterior, o contato com diferentes culturas e personalidades do mundo político e, de certa maneira, ser testemunha de fatos históricos no momento em que eles ocorrem. É preciso ter presente, no entanto, que a carreira nômade pode ser muito desgastante para famílias em formato tradicional, especialmente no que respeita à adaptação de cônjuges e filhos de diplomatas a idiomas locais, vizinhanças e instituições de ensino.

Quanto ganha, em média, um diplomata?

A remuneração de diplomata em cargo inicial da carreira (Terceiro Secretário) no Brasil é de R$ 12.962,12.

Quais são as perspectivas para o futuro na profissão?

O futuro da profissão ampara-se na importância que o Brasil assume no cenário internacional. Ator cada vez mais atuante em assuntos de interesse global, o Brasil necessitará de agentes cada vez mais preparados e em número maior para levar a voz do País ao exterior. Em um cenário de permanente ascensão internacional da participação do Brasil, não consigo vislumbrar futuro que não seja o mais promissor possível para a profissão no Itamaraty. Acho que eu não penso isoladamente. Tramita atualmente no legislativo brasileiro o Projeto de Lei 7579/2010, que cria quatrocentos novos cargos de diplomata no Serviço Exterior brasileiro.



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