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Aglaíze Damasceno | Designer de Jóias

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O design de joias é uma formação ainda desconhecida e em crescimento no Brasil. Entretanto, muitos profissionais brasileiros já se destacam no exterior, provando que temos bagagem cultural suficientes para produzir designers de altíssima qualidade.

O surgimento de cursos de especialização vem aquecendo o mercado e capacitando futuras promessas para o setor. Conversamos com Aglaíze Damasceno, designer de joias e professora da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, sobre esta formação tão interessante.

Aglaíze é artista plástica há 18 anos e sempre se interessou por desenhos e pintura, o que motivou a realização de um Mestrado em Artes Visuais. Posteriormente, teve a oportunidade de morar em Portugal por um ano com uma bolsa de estudos em artes plásticas, ocasião em que teve acesso a riquíssima joalheria portuguesa e seus trabalhos com ouros e filigranas. O episódio despertou um sonho antigo: desenhar joias, o que Aglaíze já fazia, intuitivamente e sem conhecimento prático, desde os 15 anos.

Voltando ao Brasil, começou a procurar cursos, mas na época (final do ano 2000/ início de 2001) as opções eram restritas e apenas o Senai oferecia certificado. Inscreveu-se e tomou contato com a ourivesaria, cravação, trabalhos com cera e conheceu a fundo o design de joias. Depois, começou como professora no curso de Moda da Universidade Veiga de Almeida e mais tarde, no início de 2005, no curso de design de joias.

Quais os principais requisitos para os interessados em cursar Design de Joias?

O principal requisito é a dedicação, a vontade de aprender a fazer joias. Na maior parte dos casos, os alunos não têm noções de desenho ou não sabem desenhar. O curso tem como objetivo pegar o aluno ainda "cru" e trabalhar sua percepção visual.

No curso, adoto um caderno chamado "Diário Visual", criando um hábito de registrar informações visuais a que o aluno é exposto diariamente, incentivando-o também a falar sobre seus desenhos. A partir daí, já conseguimos selecionar as percepções e começar a escolher elementos que podem ser utilizados no design das joias. 

O curso tem alguma semelhança com o design tradicional ou há diferenças?

Há semelhanças e diferenças. A parte mais acadêmica do conteúdo, relacionada à história da arte, por exemplo, é basicamente a mesma. Quando se trata de conceitos e de obras contemporâneas, as disciplinas começam a se dividir.

O objetivo do curso de design de joias é apresentar novas possibilidades na criação de joias, desenvolvendo um novo olhar no aluno, mostrando que outros materiais também podem ser utilizados, do plástico à latinha de refrigerante, e incentivá-los a explorar novas opções.

Mana Bernardes é um bom exemplo: a artista carioca já faz peças sobre outras peças já existentes, mostrando que o olhar do designer tem que ser flexível e aberta a novidades.

A formação surgiu por uma demanda reprimida ou é uma aposta futura?

Hoje as opções são bem mais numerosas do que há algum tempo. Este curso da Veiga de Almeida é o único que oferece a formação de tecnólogo, com estrutura e aulas práticas. Acredito que esta seja uma tendência do mercado e que no futuro teremos ainda mais possibilidades

Vejo o mercado em expansão, com bastante espaço para quem deseja crescer. Não acredito em quem vive reclamando da falta de oportunidades e possibilidades. Um bom trabalho, inteligente e criativo, sempre terá  chance de aparecer.

É importante lembrar que a criatividade e a inteligência devem andar sempre juntas. Uma peça em madeira pode ser criativa, mas se após algum tempo estragar ou apodrecer, deixará de ser inteligente. É preciso equilíbrio.

O design brasileiro vem se destacando mundo afora. Antonio Bernardo e os irmãos Campana são exemplos do reconhecimento que os profissionais brasileiros vêm alcançando no exterior, provando que o mercado está em ascensão.

Que dicas você daria para quem deseja seguir a carreira?

Um designer deve ser, antes de tudo, um observador. Tudo aquilo que o rodeia é uma possível influência. Por isso, ir ao cinema, teatro e ouvir música nunca é demais. Não significa que cada peça ou filme signifique uma ideia brilhante, mas é preciso sempre questionar, tentar entender porque determinada arte chamou atenção e que elementos podem ser extraídos dali.

Também é importante buscar cursos e qualificação, sempre importantes. O mercado vê com bons olhos os certificados e eles garantem um currículo sólido e preparado para as exigências.



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