Profissionais de Sucesso

Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

De olho nas estrelas

Marcelo Borges Fernandes | Astrônomo

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Enquanto grande parte das profissões está preocupada com as questões da Terra, os olhos do astrônomo vão além da nossa atmosfera. Em busca de entender a origem e evolução do cosmo, o astrônomo passa boa parte do seu tempo diante de telescópios e câmeras observando os objetos cósmicos. Astrônomo do Observatório Nacional, Marcelo Fernandes conta um pouco do seu dia a dia profissional, explica os detalhes da astronomia e dá um panorama do mercado de trabalho na área.

Quais são as atribuições de um astrônomo?

Um astrônomo dedica a sua vida à pesquisa, que visa compreender o cosmo. A Astronomia pode ser dividida em diferentes subáreas, como por exemplo:

--> astrometria e mecânica celeste: que estudam a posição e o movimento dos corpos celestes, em especial os do sistema solar;
--> astrofísica estelar: que estuda a formação e evolução das estrelas;
--> astrofísica extragaláctica: que estuda outras galáxias e aglomerados destas;
--> astrofísica solar: que estuda o Sol;
--> astrofísica do sistema solar e planetologia: que estudam as características físicas e químicas dos pequenos corpos do sistema solar (asteróides) e dos planetas;
--> cosmologia: que estuda a origem do Universo e a sua evolução em grande escala até os dias de hoje.

Além disso, nas universidades e nos diferentes institutos de pesquisa, os pesquisadores também se dedicam à formação de novos profissionais, tanto de graduação quanto de pós-graduação.

 

Quais são as características necessárias para alguém se tornar um bom profissional na área?

É fundamental que a pessoa tenha bastante dedicação e bom conhecimento, especialmente de matemática, física e química.

Como é um dia de trabalho de um astrônomo?

Ele está ligado à instituição onde o astrônomo trabalha. Em uma universidade, o tempo é em grande parte voltado para ministrar aulas nos cursos de Física ou Astronomia, apesar de também existir tempo para se dedicar à pesquisa. Já em um instituto de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, como o Observatório Nacional, a maior parte do tempo fica voltado para a pesquisa, mas também existe espaço para ministrar cursos na pós-graduação. Além disso, durante o ano, participamos de conferências, visitas de colaboração em outros institutos brasileiros ou estrangeiros e para observações.

Diferentemente do que se pensa, o tempo gasto com viagens de observação é cada vez menor. Isso ocorre pois, devido ao crescimento das cidades, poluição luminosa e condições climáticas, são poucos os observatórios no mundo onde podemos obter dados de qualidade para a nossa pesquisa (aqui no Brasil, existe somente o Laboratório Nacional de Astrofísica em Minas Gerais). Sendo assim, muitas vezes recorremos aos dados provenientes de grandes telescópios instalados em outros países, em especial no Chile. Nesse caso, a maior parte dos dados é obtida, segundo nossas recomendações, por astrônomos que trabalham nesses observatórios ou pelas chamadas observações remotas, onde através de salas especialmente equipadas nos nossos institutos, controlamos os telescópios nas montanhas, via conexão pela internet. Portanto, poucas vezes se torna necessário que estejamos pessoalmente nas montanhas.

Fazer uma especialização após a faculdade é importante?


É fundamental! Hoje em dia, um astrônomo, para conseguir um bom emprego, necessita ter mestrado, doutorado e pós-doutorado, de preferência no exterior. Para isso, contamos com bolsas de estudo do CNPQ, CAPES e o apoio de fundações de amparo à pesquisa, como FAPERJ e FAPESP, entre outras, além de atualmente termos o programa "Ciência sem fronteiras". Essa especialização é fundamental para que o profissional adquira conhecimento mais aprofundado e atualizado em uma das subáreas citadas acima.

Quanto ganha, em média, um astrônomo?

O salário de um astrônomo concursado, em uma universidade ou instituto de pesquisa, está em torno de R$ 6 mil e R$ 12 mil, dependendo do tempo de experiência.

Como estão as perspectivas de trabalho para quem escolhe a profissão ?


O trabalho em astronomia está concentrado em universidades, planetários ou institutos de pesquisa (do governo), não havendo, com exceção da Embratel (onde astronômos com especialização em mecânica celeste trabalham em atividades ligadas ao direcionamento de satélites), empregos em empresas privadas. Sendo assim, um jovem deve realmente gostar da profissão e se dedicar muito, pois a possibilidade de emprego não é tão vasta quanto em outras profissões.
 



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