Markus Endler, Bacharel em Matemática, é também Mestre e Doutor em Informática. As suas primeiras formações feitas pela PUC-Rio e o doutorado pela Universidade Técnica de Berlim. Além disso, é professor livre docente pela USP, onde trabalhou até 2000. Desde 2001 é professor do quadro principal do Departamento de Informática da PUC-Rio.
Apesar da carreira estritamente acadêmica, em diversas ocasiões já teve oportunidade de trabalhar com empresas do setor. Além da docência na graduação e na pós-graduação, para mestrandos e doutorandos, também atua em pesquisa nas áreas de Computação Móvel e Ubíqua, e coordena um laboratório onde desenvolve, junto aos alunos, protótipos de aplicativos colaborativos para dispositivos móveis, por exemplo smart phones, e baseados em localização.
Conversamos com ele para entender melhor a ciência da computação, seus desafios, oportunidades e o cotidiano de uma profissão cada vez mais requisitada. Confira!
O que faz um profissional de ciência da computação?
No início de sua carreira, o profissional geralmente trabalha em alguma função ligada ao desenvolvimento de um sistemas de software, seja ela o levantamento de requisitos junto ao cliente, a especificação, a análise da plataforma de hardware alvo, o projeto arquitetural do sistema, o projeto detalhado e a programação de algum componente, o teste, amanutenção ou a adaptação de alguns componentes, a integração entre sub-sistemas, a implantação do software no cliente e a prestação de suporte do mesmo.
À medida que o profissional vai adquirindo experiência, passa a assumir funções de gerência e direção dentro da empresa, e possivelmente passa a exercer funções mais ligadas ao planejamento e processos de desenvolvimentos, à coordenação de equipes, de apresentações técnicas de produtos a clientes, de negociação de contratos, etc. Mas mesmo atuando em funções de gerência e direção, o profissional geralmente tem a capacidade (e o interesse) de tomar decisões relacionadas a aspectos tecnológicos específicos, o que requer dele uma constante atualização e um intenso contato com as equipes trabalhando no desenvolvimento de software.
Que outras profissões interagem com ela no cotidiano?
Atualmente, a computação está presente em quase todas as áreas, e conseqüentemente o profissional formado em Ciência da Computação vem interagindo cada vez mais com outras áreas, tais como as engenharias, administração, economia, direito, telecomunicação, artes e design, medicina, educação, etc.
Como está o mercado para os recém-formados?
Nos últimos anos, está havendo uma enorme procura por profissionais bem qualificados em todos os setores da Informática. Atualmente, todos os egressos dos nossos cursos de Computação e Sistemas de Informação daqui da PUC-Rio ou já estão empregados, ou então têm ótimas ofertas de emprego. Muitos também optam por virar empreendedores, criando uma empresa encubada com colegas para desenvolver software para uma determinada aplicação ou nicho de mercado. Apesar da atual crise que está começando, tenho certeza que o profissional de Ciência da Computação sempre será muito procurado.
Quem não é formado na área pode buscar especialização? Onde?
Sim, existem vários cursos de especialização (os ditos cursos de pós-graduação latu sensu, equivalentes aos MBAs da área de administração) sendo oferecidos por universidades e empresas, que geralmente tem uma duração de 18-24 meses, e são específicos para alguma sub-área da Computação, uma tecnologia ou uma competência específica. Além disso, várias Universidades oferecem também os cursos de pós-graduação strictu sensu (levando ao Mestrado - que dura 2 anos ou Doutorado - de 4 anos), mas para este tipo de curso é desejável que o candidato tenha pelo menos uma formação em uma área de ciências exatas.
Que dicas você daria aos interessados?
Os interessados (em especialização/pós-graduação) deveriam procurar sempre cursos de pós-graduação latu ou strictu sensu oferecidos por universidades que já possuem uma experiência consolidada em pós-graduação, e um corpo docente de renome em Ciência da Computação, pois existem muitos cursos de qualidade questionável, onde o candidato acaba perdendo tempo e dinheiro, e não obtém uma qualificação apropriada. Em particular, percebo que nos últimos anos o mercado está exigindo dos profissionais cada vez mais uma formação sólida na área, preferencialmente através de um curso de mestrado.
No caso dos cursos de pós-graduação strictu sensu, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) avalia regularmente os programas e atribui a eles notas pela qualidade do ensino e pesquisa que vão de 1 a 7. Em Ciência da Computação, atualmente apenas a COPPE/UFRJ e a PUC-Rio possuem a nota máxima da CAPES. Vale a pena conferir estes tipos de avaliação antes de se candidatar a um curso.
Nota: O Prof. Markus Endler é Professor Associado do Departamento de Informática da PUC-Rio, que oferece os seguintes cursos de graduação: Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Sistemas de Informação, e tanto mestrado como doutorado em Ciência da Computação. O Programa de Pós-Graduação da PUC-Rio é o mais antigo programa brasileiro da área. Ao longo de mais de 40 anos já foram formados mais de mil alunos, entre mestres e doutores. O Departamento de Informática da PUC-Rio foi o primeiro a obter o conceito máximo da CAPES, que mantém desde 2001. Para maiores informações sobre a formação e os cursos oferecidos pela PUC-Rio, visite os seguintes links:
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