Beatriz Milhazes fez parte de uma geração que resgatou a cor e a pintura nas artes plásticas brasileiras: a Geração 80. Hoje, a arte de Beatriz, colorida e barroca, segundo os críticos, também faz sucesso no exterior.
A artista conta, nesta entrevista, como surgiu sua vontade de se dedicar às artes plásticas e os caminhos pelos quais passou. Formada em jornalismo, ela começou a estudar artes no Parque Lage, no Rio de Janeiro, na mesma época em que iniciava a faculdade. No decorrer do tempo, foi percebendo que seu projeto de vida era mesmo ser artista plástica.
Você se formou em jornalismo e depois estudou artes no Parque Lage. Como e por que você decidiu mudar de área?
Eu iniciei a faculdade ao mesmo tempo em que ingressei no Parque Lage. Queria ser jornalista, porém durante o tempo do curso, percebi que meus interesses estavam concentradas nas artes plásticas. Mesmo assim, concluí a faculdade.
O que a atraiu para as artes plásticas?
Sempre frequentei museus e galerias, uma vez que minha mãe foi professora de História da Arte na UERJ. Mas o que me fez tomar a decisão foi a possibilidade de pensar e criar um mundo absolutamente particular.
Como foi a sua formação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage? Como é o currículo da escola?
O Parque Lage é uma escola livre. Os professores, que normalmente são artistas, desenvolvem o curso de acordo com seus próprios interesses em relação à arte. Eu estudei três anos, divididos em três períodos. No primeiro, eu fiz um básico geral; no segundo, o curso "Pintura como objeto", com Charles Watson, e no terceiro, o meu próprio roteiro, porém com o acompanhamento do Charles.
Como está o mercado para artistas que estão começando hoje? Há possibilidade de ganhar espaço e reconhecimento em pouco tempo?Os espaços para exposição são poucos. O mercado de arte no Rio é fraco, em São Paulo é bem melhor. O momento é bastante excitante pela visibilidade que o Brasil está tendo na área das artes, seja nacional ou internacional. Qualquer espaço e reconhecimento em pouco tempo, normalmente, é frágil. O grande desafio é fazer uma carreira de longo termo nesta área.
A valorização da arte brasileira no exterior amplia o mercado para artistas jovens?
Sim. Com a valorização da arte brasileira, seja no exterior seja no âmbito nacional, certamente amplia o mercado para artistas jovens.
Como você se descobriu artista? Na sua opinião, há alguma qualidade especial que a pessoa necessite ter para se tornar um artista ou, teoricamente, todos podem ser?
Eu já estava expondo fora do Brasil e ainda tinha dificuldade em me sentir "artista". A profissionalização séria surge através da participação e avalização do "mundo sério das artes". Os grandes museus, galerias, críticos, teóricos, artistas, este organismo faz você seja um deles. A arte pode ser para todos, mas nem todos conseguirão projeção. Ser artista é um projeto de vida não somente de uma obra ou exposição.
Que conselhos você daria para o estudante que pretende seguir a carreira de artista plástico? O que ele deve ver e ler?
Deve viver. Ver e observar o que profundamente lhe interessar. Deve ler jornais, revistas em quadrinhos, livros de literatura e curiosidades. Ser curioso pelos seus próprios interesses, ideias e sentimentos. É fundamental ter uma boa formação cultural da área que escolheu.
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