Profissionais de Sucesso

Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

Assistente Social: uma profissão com os mais variados campos de atuação

Patricia Estevam | Assistente Social

A  A  A     

A Assistente Social Patricia Estevam formou-se em 2002 pela UFRJ e não parou mais de estudar. Especializou-se em Terapia de Família e em Gestão de Recursos Humanos, fez mestrado em Serviço Social, pela UERJ, e cursos de capacitação para supervisores e, ainda, de Gerência para a cidadania, fora Eventos, Congressos e Seminários que comparece.

Estagiou nas áreas de Saúde Reprodutiva, da Infância e da Juventude e de Filantropia. Depois de formada trabalhou em instituições com certificado de filantropia na área de saúde, assistência e educação e, hoje, exerce a profissão numa empresa pública federal, na qual entrou por concurso. Nessa entrevista, Patricia fala da sua escolha profissional, da profissão de assistente social e do mercado de trabalho. Confira!

A escolha da profissão

No ano da escolha, conheci alguns casos de intervenção do assistente social na Primeira Vara da Infância e da Juventude, no que tange à guarda e adoção, que me chamaram a atenção. Também conhecia pessoalmente assistentes sociais, que atuavam em empresas e eram bem sucedidas. Elas realizavam um trabalho junto à área de Recursos Humanos e de saúde do trabalhador. Quando pesquisei as disciplinas do curso, percebi que eram bem diversificadas: política social, psicologia, antropologia, sociologia, economia, movimentos sociais, entre outras, que são articuladas a partir de três núcleos: Núcleo de Fundamentos Teórico-Metodológicos da Vida Social; Núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira e Núcleo de Fundamento do Trabalho Profissional. Enfim, são disciplinas que permitem o conhecimento da vida social, da formação social brasileira e do trabalho profissional. Além disso, também contou na escolha da profissão a diversidade de inserção desse profissional.

O que faz e onde pode trabalhar o assistente social

“Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos às experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...] ... a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do assistente social” IAMAMOTO, (1997, p. 14).

Portanto, esse profissional atua no campo das políticas sociais, na saúde, na educação, na habitação, na previdência social, na assistência social, na ecologia, no trabalho e renda, na infância, entre outros. O processo de trabalho vai depender do local onde o profissional atua, e é organizado pelo empregador. O Assistente Social pode trabalhar em Organizações Não Governamentais (ONGS), Movimentos Sociais, em Empresas Públicas, nas Prefeituras, nos Ministérios, nas Autarquias Federais, na Justiça e em Empresas Privadas e Filantrópicas, em Escolas, Hospitais... O leque de atuação é bem diversificado.

Habilidades e competências fundamentais para o exercício da profissão

O Assistente Social trabalha na intervenção junto aos indivíduos sociais e com grupos. A escuta é de suma importância na hora do atendimento. Portanto, saber ouvir é fundamental, assim como a capacidade crítica de analisar o fenômeno. Esse profissional também trabalha com a linguagem, além de saber ouvir, deve saber falar (expor, orientar, esclarecer, realizar trabalho reflexivo). Assim, o modo de falar e o exercício da paciência e perseverança fazem a diferença, pois a resolução das demandas não depende somente de nós e sim de um nível hierárquico maior. Com isso, somos conhecidas como “insistentes sociais”, pois não desistimos de lutar por algumas causas, como, por exemplo, conseguir um benefício para um empregado da empresa. Em nossa rotina de trabalho, atendemos, desde o empregado de nível primário e pessoas semi-analfabetas até diretores e assessores com PHD. É importante saber lidar com todos os níveis hierárquicos.

Papel do assistente social dentro das grandes empresas

Nossa atividade consiste em orientar sobre as normas da empresa, os benefícios que ela oferece, analisar demandas extra-norma, acompanhar licenças e acidentes de trabalho, elaborar projetos sociais, pesquisar e implementar convênios entre outras rotinas.

Mercado de trabalho

De acordo com pesquisas realizadas pelos Conselhos Regionais de Serviço Social, o maior empregador é o setor público. Desde 2003 tenho acompanhado os editais de concursos. Em dois anos fiz mais de 24 concursos, somente para o Rio de Janeiro. Assim mesmo, selecionei os que queria, não fiz todos os que estavam com inscrições abertas. Neste mês, temos um concurso público aberto com 900 vagas. O mercado está promissor. Há empresas federais chamando além das vagas contidas nos editais. Nas empresas filantrópicas também são expressivas as contratações por conta do certificado de filantropia, além de ONGS, o chamado “terceiro setor” e a moda da “Responsabilidade Social”.

Direitos

A carga horária permitida é regida pela CLT (44 horas semanais) nos casos de empresas privadas. Atualmente está em trâmite um projeto de lei (Nº 1890, de 2007) que pretende regulamentar a carga horária limite de trabalho do assistente social em 30 horas semanais visando preservar a saúde e a segurança dos profissionais de serviço social. Há também contratação de uma carga horária reduzida de 20 horas e até mesmo de 16 horas, dependendo da demanda do contratante. Alguns lugares trabalham com serviço social de plantão como hospitais e empresas. Mas não há aposentadoria especial. Conforme o caso, pode-se conseguir adicional de insalubridade, pois dependendo da atuação, o profissional poderá realizar visitas domiciliares em lugares de risco.

Maiores dificuldades da profissão

Os desafios são muitos, desde a falta de reconhecimento do profissional, o desconhecimento do objeto de trabalho por outros profissionais e até mesmo por colegas de trabalho como também dificuldades nas condições de trabalho, do tipo falta de sala para atendimentos, telefone para realização de contatos, entre outros.

Há ainda assistentes sociais que não se atualizam e possuem uma concepção e prática distinta, gerando dificuldade de entendimento para o empregador e para a equipe de trabalho. Em minha experiência, encontro as maiores dificuldades na consolidação do Projeto Ético Político, na construção do Projeto de Intervenção e em como encaminhar as demandas dos empregados.

Remuneração

Tanto no público (mais precisamente no âmbito federal) quanto no privado, a remuneração pode chegar a mais de 10 salários mínimos, conforme o porte da empresa. Há salários baixos (um salário mínimo) para a carga horária de 20 horas semanais. Nos concursos abertos esse mês, um paga por volta de 8 salários mínimos e oferece 900 vagas. É uma grande oportunidade de se inserir no mercado de trabalho com uma boa remuneração. Muitas ONGS e Instituições Filantrópicas demandam trabalho voluntário.

Especializações

Além dos cursos de Mestrado e Doutorado, existem especializações latu sensu tais como Saúde do Trabalhador, Terapia de Família, Dependência Química, Recursos Humanos, Atendimento a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Doméstica Responsabilidade Social entre outros e cursos de extensão na área de Supervisão, Gestão de Projetos Sociais, Serviço Social no campo jurídico, Serviço Social e família, entre outros.



compartilhe em: Twitter Facebook Windows Live del.icio.us Digg StumbleUpon Google

EDUCA

O seu portal de ensino online.

CONTATO

4002-3131

regiões metropolitanas

08002830649

demais regiões