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Assessor de imprensa: profissão com algumas características jornalísticas

Marcelo Basso | Assessor de Imprensa

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Num mundo onde o marketing é a chave para a diferenciação entre empresas, saber como dialogar com a imprensa é tarefa primordial. Não é à toa que os assessores de imprensa vêm ganhando espaço cada vez maior nesta relação, por aliar a habilidade jornalística a noções de mercado, competição e posicionamento.

Conversamos com Marcelo Basso, assessor de imprensa em Piracicaba-SP, para conhecer melhor as características e desafios desta formação.

Faça um breve resumo da sua formação e experiência profissional.

Formei-me na Universidade Metodista de Piracicaba, em 1996. Trabalhar no interior é sempre mais difícil na área jornalística. A área é escassa e os patrões pagam muito pouco. Depois, fiz especializações na área de comunicação e marketing e diversos cursos de aprimoramento em assessoria de imprensa empresarial, polícia e para o setor público.
 
Quando, definitivamente, entrei na profissão, no interior onde sempre atuei, a área não era próspera para quem não tinha experiência de redação, como era meu caso. Fui trabalhar na assessoria de um órgão público, sem ter passado sequer por qualquer tipo de veículo. Assim sendo, meus parcos conhecimentos eram completamente teóricos.
 
A partir daí precisei inventar os meus empregos, isso foi minha sorte, porque fui estimulado a fazer coisas que não existiam e acabei abrindo um campo novo em lugares que nunca haviam pensado em algo diferente relacionado à comunicação institucional.
 
Criei jornais, newsletters, boletins, programas radiofônicos informativos e sites de vários órgãos privados e públicos, como OAB regional, companhia de saneamento municipal, secretaria de esportes, de cultura, associações e entidades particulares como clubes, colégios e ONGs. Também já assessorei alguns políticos em momentos de crise.
 
Meu desafio profissional também foi um bom teste para meus patrões, que sempre se mostraram arrojados, pois em várias oportunidades trabalhei em organizações bastante tradicionais.
 
Isso foi muito satisfatório e sempre me diverti muito no exercício diário da profissão. Porém, acho que isso é uma herança por ter assessorado o Salão Internacional de Humor de Piracicaba durante quase dez anos, onde aprendi que a gente deve levar as coisas de maneira mais tranqüila, mesmo quando gerenciamos crises.
 
O que faz um assessor de imprensa e qual a sua formação?

Em suma, cuida da divulgação da empresa, ou órgão em que trabalha, junto à imprensa em geral. Função é o que mais tem um assessor de imprensa. A prática diária vai desde a leitura dos jornais e acompanhamento dos noticiários, logo pela manhã, como a cobertura de um coquetel no final do dia.
 
Mas sempre acreditei que a ponte, entre repórter e entrevistado, seja a função maior de um assessor de imprensa. Porém, a profissão é eclética e o serviço pode variar bastante dependendo do tipo de empresa onde o assessor atua. A divisão mais clara fica entre os setores públicos e privados, dois campos de atuação bastante distintos.
 
Levantamento de pautas para serem oferecidas à imprensa é outra atribuição bastante comum. Divulgar informações pertinentes sobre o assessorado e manter contato com os mais diversos veículos de comunicação também é comum, para tanto, o leque de contatos dever ser o mais amplo possível.
 
Atendimento aos pedidos e dúvidas dos jornalistas, por mais esdrúxulas que possam parecer, é outro desempenho rotineiro dentre às demandas diárias de um assessor de imprensa.
 
Quais são as principais características (habilidades e competências) do assessor de imprensa?

Um bom assessor de imprensa deve ser extremamente ponderado, eclético e, impreterivelmente, ter um perfil conciliador. Sem essas atribuições fica difícil lidar com jornalistas no dia-a-dia. Com carisma e simpatia, é possível conquistar a compreensão e a aceitação dos colegas de redação e passar a tê-los como aliados e não ser visto como um inimigo ou alguém que só está querendo encobrir falhas e furos nas costas do assessor, que é quem zela, periodicamente, pela imagem pública e principalmente positiva de empresa, instituição ou órgão governamental.
 
Atualmente, a assessoria de imprensa vem sendo vista mais como estratégia de marketing pelas empresas. No serviço público é o canal de acesso principal contra os meandros da burocracia. Na verdade, o que mais aproxima as duas profissões são suas diferenças. Existe entre as partes uma relação de compra e venda, onde às vezes há mais interesse de um lado do que do outro.
 
Porém, de forma parecida, o jornalista e o assessor são agentes responsáveis pela transmissão da notícia que veiculam, independentemente de uma circunstância onde a relação comprador/vendedor esteja invertida.
 
O que é importante para ser um bom assessor?

Versatilidade é a principal característica. O cara tem que ser camaleônico, mimético mesmo, pois a função exige um profissional do tipo "faz tudo". Lógico que entre suas habilidades saber ouvir é a mais importante, pois no contato com as redações é o momento do jornalista falar.
 
Atitude diferente tem que ter quando tentar vender uma pauta, aí o jogo inverte. É o momento do assessor de imprensa ser o vendedor, eloqüente e firme naquilo que está oferecendo.
 
Um bom release (texto com informações relevantes sobre a empresa/pessoa/ produto/serviço) de apoio é fundamental, por isso saber escrever como um jornalista é imprescindível. Aí é que mora exatamente a necessidade do assessor ter a formação jornalística.
 
Quando mais cultura e conhecimento geral possuir melhor será. Veja, faço assessoria de automobilismo há sete anos e pouco entendo de carros. Não é preciso. O jornalista especializado não quer saber sua opinião, necessita da informação e isso eu sei ouvir, filtrar e repassar da maneira como o repórter quer receber a notícia.
 
Como anda o mercado de trabalho para o assessor de imprensa?

A área é promissora e está em franco crescimento. Qualquer empresa que enxergue que precisa de um interlocutor com a imprensa necessita de um assessor de imprensa, mas isso não é tudo. O assessor pode atuar como um jornalista que escreva um jornal, um boletim, notas informativas e muitas outras coisas que podem ser criadas e inventadas. Eu sempre fiz isso, nunca desprezei um cliente. Quando fui consultado, procurei mostrar o que a empresa necessitava e o que eu poderia fazer, caso estivem dispostos a investir nessa área.
 
É possível conciliar o trabalho de jornalismo com o de assessoria de imprensa?

Possível é, mas eu prefiro achar que cada um tem que estar apenas de um lado. Eu nunca estive numa redação, mas sei o que é ser cobrado por uma notícia não divulgada. Se a pressão existir, e você está na prática jornalística, a decisão de interferir no veículo onde também trabalha poderá ser mais forte.
 
Qual a expectativa salarial?

O piso gira em torno de R$ 1.700,00 a R$ 2.500, 00, numa carga horária que varia entre cinco e sete horas (mais ou menos no valor e nas horas). No interior, não tenho visto isso oscilar para cima, mas para baixo...
 
Fale de uma vantagem e de uma desvantagem em trabalhar como assessor.

Não se prender a uma redação, com aquele antigo costume de ter horário apenas para entrar, é uma das grandes vantagens. A desvantagem é que seu celular não pode ficar desligado, jamais. E pode esperar, ele vai tocar em cada hora.



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