Faça um breve resumo de sua formação e carreira.
Sou formado em Análise de Sistemas, pela Universidade Salgado de Oliveira, em 2000, e pós-graduado no MBA em Gestão de Negócios e Tecnologia da Informação, pela Fundação Getúlio Vargas em 2003. Desde 2000, trabalho na empresa de consultoria DBA Engenharia de Sistemas, que presta serviços de informática para várias empresas, entre elas a Caixa Econômica Federal. Possuo um site de negócios e informação chamado Produto Bom desde 2002, que atende a cidade de Itaboraí.
Qual o trabalho do analista de sistemas?
Dentro dessa área, há várias funções que um analista pode exercer: Analista Programador, onde o profissional está mais voltado para a codificação do sistema em si. Analista de Negócios, onde o profissional atua diretamente com o cliente para entender as suas necessidades e descrever o que o sistema precisa ter para atendê-lo. Analista de requisitos e documentação, onde o profissional fica mais voltado para a documentação do sistema, criando uma espécie de manual, o que visa uma melhor compreensão do sistema como um todo, a fim de que todo o conhecimento do negócio não fique apenas na "cabeça" dos programadores.
Qual o caminho para a formação desse profissional? (cursos e especializações)
O profissional deve conhecer as suas características pessoais antes de ingressar nesse mercado. Caso ele tenha uma boa desenvoltura com pessoas e goste de escrever, ele pode direcionar a sua carreira para Análise de Negócios. Caso tenha uma boa capacidade de raciocínio lógico, pode direcionar sua carreira para a programação. No mercado de trabalho, uma coisa pode não eliminar a outra. Em certas empresas, um Analista de Sistemas exerce todas as funções, programa, entrevista clientes, faz documentação. Mas há empresas que priorizam a melhor capacidade do profissional.
Quais os principais atributos de um bom analista?
Um bom analista deve, fundamentalmente, gostar de informática. Se interessar pelo assunto, por novidades e principalmente ser autoditada. O profissional deve estar sempre preparado para as evoluções dos softwares utilizados no mercado, as linguagens de programação que serão usadas, os padrões de documentação, etc. Outro fator importante é o domínio de outro idioma. Isso abre muitas portas no mercado de trabalho.
Quais as melhores oportunidades no mercado atualmente?
Atualmente, a maneira mais fácil de um Analista de Sistemas ingressar no mercado de trabalho é aprendendo a linguagem de programação Java. Há inúmeras oportunidades para estágios nessa área. As linguagens de programação ainda são o meio mais fácil de um profissional entrar em uma empresa. Mesmo para vagas de estágio, as empresas estão exigindo cada vez mais qualificação do profissional. Outro fator importante é a certificação, tão ou mais importante que o diploma da universidade atualmente. Dentro da empresa, o profissional pode, de acordo com as características dela, direcionar a sua carreira para uma outra área, como a de gerente de sistemas, por exemplo, que é o profissional responsável por vários analistas de sistemas e outros profissionais
O serviço público é uma tendência também para os analistas de sistema?
Com certeza, a área de informática é uma das áreas com mais vagas nos diversos concursos públicos oferecidos anualmente. Quem não quiser ficar a mercê do mercado e sua instabilidade, uma boa dica é direcionar os seus esforços na tentativa de passar para um concurso público, assim que terminar a faculdade. Na verdade, essa parece ser a melhor opção atualmente, devido a sua estabilidade e a não exigência de experiência profissional em vários desses concursos. Pode-se perceber pela quantidade cada vez maior de candidatos por vagas.
A popularização da Internet no Brasil é positiva para os analistas? Ou pode criar muita mão-de-obra desqualificada?
A popularização da Internet no Brasil é ótima para os analistas de sistemas, nunca houve tanta oportunidade de alocação nessa área. Em várias empresas grandes, os softwares que eram desktop, ou seja, eram criados para serem instalados na máquina do cliente, estão sendo substituídos for aplicações online, ou seja, as aplicações são feitas e disponibilizadas em um servidor remoto que será acessado pelas empresas através da Internet. Essa tendência deu oportunidade para os profissionais autônomos também, onde qualquer profissional pode montar a sua empresa online dentro da sua casa e trabalhar por conta própria com muito mais facilidade.
A criação de mão-de-obra desqualificada pode acontecer, como em qualquer outra profissão. Não é culpa da Internet, o profissional é que define se ele será qualificado ou não. Um grande exemplo disso são os dois, até então estudantes, empreendedores Larry Page e Sergey Brin, que em 1996 na Universidade de Stanford, criaram na garagem de casa um site de busca que mais tarde se transformaria em uma das maiores empresas do mundo, o Google.
Que conselhos você daria aos interessados na profissão?
A área de informática é bastante ampla em relação a oportunidades de emprego. Mas, definitivamente, se o profissional tiver dificuldade em entender Lógica de Programação, é muito provável que ele tenha dificuldades na área. De qualquer forma, um conselho básico é que o candidato a profissional de informática assine uma revista de Informática ainda na faculdade. Um bom exemplo é a Info Exame. Um programa de estágio também é uma boa opção para o profissional ir se ambientando ao ritmo de trabalho que é tão particular nessa área.
Se eu estivesse começando a minha carreira hoje eu seguiria os seguintes passos:
1º - Ingressaria em uma Universidade de Análise de Sistemas e em um curso de inglês (FUNDAMENTAL), que acabaria mais ou menos junto com a faculdade;
2º - Nos dois primeiros períodos faria um curso extra de Lógica de Programação;
3º - Nos 3 ou 4º período faria um curso extra de Java;
4º - Nos 5 ou 6º estudaria para tirar uma certificação;
5º - Nos 2 últimos períodos procuraria estágio, ou até emprego, em alguma boa empresa;
6º - Já formado e empregado, tentaria conciliar o estudo para um concurso público, pois não teria tanta pressão em passar no concurso, visto que eu estaria empregado ou pelo menos, muito bem preparado para o mercado de trabalho.
Ozana Hannesch
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