Profissionais de Sucesso

Sempre uma entrevista com um
grande profissional!

A paixão pelo mergulho

Henrique Santos Jr | Mergulhador

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“Meu primeiro mergulho com equipamento autônomo foi no final de 1995, num feriado em Santa Catarina com amigos que já eram mergulhadores e me apresentaram um Instrutor para realizar uma experiência. Como eu já gostava de mergulho livre (apenas no fôlego), foi uma paixão à primeira vista. Em seguida, me inscrevi num curso e comecei a praticar para diminuir o estresse do cotidiano em cidade grande.”

Assim teve início a paixão de Henrique Santos Jr pelo mergulho. Formado em Engenharia Civil, abandonou a carreira e as atividades relacionadas ao diploma e entregou-se à sua paixão pelo mar. No início, trabalhou como assistente de outros instrutores até reunir os requisitos necessários e buscar um curso de formação para também se tornar um deles, o que exige 100 horas de prática comprovada e diversos cursos anteriores.

Entre o primeiro mergulho e o diploma de Instrutor passaram-se 5 anos, e como tinha mais que o dobro da exigência mínima, Henrique passou na primeira tentativa (de oito candidatos naquela turma apenas 4 conseguiriam a aprovação).

Conheça um pouco mais sobre um mergulhador profissional nesta entrevista com Henrique Santos Jr, engenheiro civil formado, Master Scuba Diver Trainer e gerente da Oceanica Centro de Mergulho, em Porto Alegre-RS.

Por que você decidiu abraçar o mergulho como profissão?

Meu primeiro curso foi em Porto Alegre e era muito bagunçado, não tinha estrutura e eu tinha que providenciar quase toda infra-estrutura junto com meus colegas (alguns primos e colegas de faculdade). Isso mostrou que, apesar de muita gente praticar e gostar de mergulho em Porto Alegre, eram raras as opções com profissionalismo e condições de fornecer cursos e equipamentos com qualidade, ao contrário do que eu conheci em Florianópolis e em outras capitais. 

Como a minha atividade como Engenheiro Civil já me desgastava muito e eu pretendia investir no mergulho como esporte, juntei-me a uma colega formada em Oceanologia e abrimos a Oceânica, com venda de equipamentos e cursos de mergulho de todos níveis. Como ainda não tinha qualificação para dar aulas e fornecer certificação reconhecida, contratávamos os instrutores. Conviver com a atividade diariamente foi fundamental, pois desde o início os instrutores passavam várias informações e experiências muito valiosas.

Em pouco tempo, fui escalando níveis mais elevados de graduação até me inscrever num curso de Formação de Instrutores. Trabalhar com mergulho abriu uma janela nova, pouco conhecida, mas que traz grande satisfação pessoal e uma fonte de renda que pode ser limitada ou muito boa conforme a procura pelo profissional.

O que é preciso para alguém trabalhar como mergulhador? Alguma formação específica ajuda?

Precisa no mínimo 2º grau completo e a formação específica na área de mergulho, mas não precisa ser instrutor. São muitas as áreas de atuação e em cada uma delas você pode desenvolver sua vocação particular: meio-ambiente, resgate, exploração e pesquisa, instrução de iniciantes, manutenção e obras submersas, fotografia e filmagem, etc.

Claro que essas atividades embaixo d'água exigem preparo para uso dos equipamentos e técnicas específicas. Existem oportunidades de trabalho em locais turísticos ou grandes centros urbanos, inclusive embarcado em navios, plataformas, etc.

Atualmente, quais as melhores oportunidades para os mergulhadores (dar aulas, exploração, lidar com cabos submarinos)?

As atividades em obras e manutenções submersas são muito exigentes e desgastantes, apresentando condições muitas vezes adversas em temperatura, visibilidade, correntezas. Atualmente, as melhores opções se encontram no meio do lazer e do esporte, seja em grandes cidades ou nas praias, pois há uma procura crescente, com equipamentos confiáveis e acessíveis aliados a técnicas modernas de ensino e prática segura.

O mergulho é o hobby de milhares de pessoas, certamente também o seu. Houve dificuldades para mostrar que esta seria sua profissão, e não apenas um passatempo?

Acho que se tivéssemos a oportunidade, todos gostariam de viver mergulhando, em contato com a natureza exótica dos oceanos e animais pouco conhecidos da maioria. No meu caso, as dificuldades forçaram que eu abrisse minha própria trilha e usasse minha experiência na organização de uma empresa. Usei um capital que acabaria gastando em futilidades e investi numa nova carreira e num novo negócio. Eu conhecia em outras cidades como poderia ser um Centro de Mergulho completo e percebi que não se oferecia isso aqui em Porto Alegre.

Que dicas você daria aos interessados?

Experimente a emoção do mergulho e entre nesse caminho sem volta, podendo explorar muitos mercados em desenvolvimento no interior, litoral e cidades inclusive no Nordeste do Brasil. Muitos clubes e academias gostariam de contar com essa opção de atividade mas há carência de pessoas com conhecimento na área. Se você julgar que deve permanecer apenas como praticante amador, ao menos terá adquirido uma experiência de vida que nem todos tem a chance de conhecer.



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