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A nutricionista Mônica Seefelder fala sobre os altos e baixos da profissão

Mônica Seefelder | nutricionista

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Os jornais e as revistas estão cheios de matérias sobre como manter a boa forma e grande parte dessa informação se refere a um ponto específico: alimentação. Há 14 anos, também foi esse o motivo que levou a nutricionista Mônica Seefelder de Assis Araújo, de 33 anos, a optar pela profissão. Ela sempre se interessou por saúde e, mais especificamente, sobre como os alimentos podem contribuir para o bem estar pessoal.

Quando se formou há dez anos na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mônica engajou-se imediatamente num projeto de pesquisa de dois anos, patrocinado pelo Cnpq. Depois trabalhou no Hospital Órencio de Freitas, em Niterói, e há sete anos cuida da nutrição no Hospital Universitário Antônio Pedro, também em Niterói.

Por que você quis ser nutricionista?

Sempre me interessei pela área de saúde ligada à alimentação, embora nunca tenha sido radical, vegetariana. Nunca segui qualquer dieta especial.

As pessoas hoje estão mais conscientes de que uma boa alimentação é necessária para manter-se saudável?

Há mais curiosidade. As pessoas estão buscando informações. Quando alguém descobre que eu sou nutricionista, me faz mil perguntas, quer saber tudo. Mas vejo que, na prática, os hábitos alimentares não têm mudado muito.

E por que, mesmo sabendo da importância de uma alimentação saudável, as pessoas têm dificuldade para mudar seus hábitos?

É um problema cultural. Muitas vezes, elas não conseguem se desvencilhar dos hábitos alimentares da família. Cresceram num meio em que as pessoas comem mal e aprenderam a fazer o mesmo. Outro motivo que impede muita gente de mudar sua alimentação é a falta de tempo. Dependendo do ritmo de vida, às vezes você não consegue fazer todas as refeições.

Qual o número ideal de refeições?

De cinco a seis refeições por dia, sendo que um refresco ou uma fruta podem ser considerados como uma refeição. O ideal é não ficar mais de três horas sem pôr nada no estômago. Mesmo quem acorda sem fome, deve tentar comer algo leve, como uma torrada com requeijão ou um café com leite.

Como é o currículo do curso de nutrição ?

Muitas matérias são iguais às do curso de medicina. Nos últimos seis meses ou um ano, o estudante tem que fazer estágio em quatro áreas: nutrição clínica, nutrição e saúde pública, produção de refeições e nutrição infantil ou análise microbiológica. Em nutrição e saúde pública, nós fazemos um trabalho parecido com o de médico de família. É um programa de educação nutricional com comunidades carentes.

Como é o seu trabalho atual no Hospital Antônio Pedro?

Trabalho com nutrição clínica. Escolho o cardápio para os pacientes, tanto os que estão internados quanto os que procuram atendimento na emergência. O único problema dos pacientes da emergência é que não dá para acompanhar a evolução deles. Eles vêm uma vez e depois não voltam. No caso dos internados, dá para perceber alguma melhora. Preventivamente, trabalhamos com o setor de geriatria e no programa pré-natal para gestantes.

Como estava o mercado na época em que você se formou e como está hoje?

Não mudou muito. É um mercado que está um pouco estagnado. Os consultórios não têm convênios com os planos de saúde. O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) está tentando mudar isso. Quando um paciente procura um gastroenterologista para cuidar de um problema de estômago, ele tem que seguir posteriormente uma dieta, que será elaborada pelo nutricionista. Ou seja, ele trata o problema imediato com o gastro, que receita um remédio, mas precisa do acompanhamento de um nutricionista para seguir uma dieta adequada e não voltar a apresentar o problema.

Em que campos o nutricionista pode atuar?

Quando os planos de saúde passarem a cobrir uma consulta ao nutricionista, o número de consultórios deve aumentar. Hoje, poucos estão dispostos a pagar por uma consulta ao nutricionista. Por outro lado, já há quem tenha até um personal nutricionista, como a atriz Claudia Jimenez. O nutricionista também pode trabalhar em restaurantes de empresas, creches e escolas. Nesses três lugares, é obrigatório ter um nutricionista à frente da cozinha e do cardápio. Outro campo de trabalho são as empresas concessionárias de alimentos a empresas.

Qual o conselho que você daria para o estudante que quer fazer Nutrição?
 
É preciso estar convicto de que é isso mesmo que se quer e ter força de vontade para seguir a carreira. Não há espaço para todos. Outro problema é a pessoa que não passou para Medicina e acaba fazendo Nutrição. Esse não vai muito longe na profissão.
 
Qual o maior reconhecimento que você já teve na profissão?
 
Quando trabalhava no Órencio de Freitas, vi pacientes que estavam debilitados e desnutridos e que melhoraram depois de seguir uma dieta adequada. A desnutrição pode levar também à depressão. Também participei do programa do leite, patrocinado pelo Governo federal, que proporciona um acompanhamento nutricional para crianças carentes. Se o governo investisse em mais programas deste tipo e contratasse nutricionistas, o mercado para esse profissional se ampliaria.



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