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A Análise de Sistemas e o Mundo da Informática

Jorge Antonio Rocha | Analista de Sistemas

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Jorge Antonio Rocha iniciou uma faculdade de direito e logo aos 18 anos foi convidado a ingressar no PRODERJ como digitador. Em pouco tempo, insatisfeito com a falta de novidades a serem descobertas, começou a freqüentar o CPD do local, onde estavam localizados os mainframes, computadores de grande porte, que lhe despertavam grande interesse.

Mal sabia ele que esse era o começo de uma nova carreira, que coincidiria e funcionaria em perfeita harmonia com a formação em direito. Vamos conferir a inusitada história de um analista de sistemas que também é advogado.

Faça um breve resumo da sua formação e vida profissional.

Com 17 anos iniciei uma faculdade de Direito. Com 18 para 19 fui contratado para trabalhar no PRODERJ como digitador e logo estava cheio de problemas com o meu chefe, pois com 2 meses de trabalho já não via mais novidades a serem descobertas.

Comecei então a fugir para o CPD, local onde funcionavam os mainframe, computadores de grande porte, que me despertavam interesse. Nesta época, movido por um crescente interesse, comecei a fazer alguns cursos de informática em paralelo ao de Direito.

Quando me formei em Direito em 1987, já era Gerente de Produção da unidade funcional da Secretaria de Fazenda do Estado do RJ. Em 1988 fui para a unidade funcional do Tribunal de Justiça e lá, com o incentivo de um grande amigo e profissional, comecei a trabalhar na área de desenvolvimento de sistemas.

Nesta época, eu já tinha curso de programação e iniciei, então, a faculdade de Análise de Sistemas e passei a me sentir mais seguro para aceitar novos desafios como a informatização da ALERJ e, em seguida, da Procuradoria Geral do Estado do RJ.

Daí  para frente participei do grupo que informatizou a Corregedoria Geral da Justiça do Tribunal de Justiça do RJ e acabei assumindo a Superintendência de Organização e Informática do Tribunal de Alçada Cível do RJ. Naquele momento redescobri o Direito, já que como Superintendente de Informática, participei ativamente de todos os Sistemas desenvolvidos para a atividade  Judiciária. No mesmo período iniciei um curso de Pós-Graduação em Análise de Sistemas.

Com a extinção dos Tribunais de Alçada e a unificação de todas as Superintendências de informática em uma única, assumi o comando da Informática do Poder Judiciário do Estado, em 1998, cargo que ocupo até hoje e que agora se chama Diretoria-Geral de Tecnologia da Informação do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.

Você teve muitas dúvidas na hora da escolha da profissão?

Todas as dúvidas possíveis. Eu estava com 17 anos e realmente não tinha idéia do que queria. Escolhi o Direito, primeiro por se tratar de uma carreira muito bonita, ligada aos direitos de cidadania e apoiado no meu "ímpeto revolucionário". Em segundo lugar, por ser menos específica do que a carreira de médico, por exemplo, podendo, ser conjugada com mais facilidade a outras como Administrador e Contador.

Como advogado, só fiz estágio no escritório-modelo da faculdade. Na verdade a segunda faculdade, deveria ter sido a primeira, pois, com 2 anos trabalhando em Informática, já estava completamente decidido a seguir carreira na Área Tecnológica. Porém, e Graças a Deus, resolvi "manter o juízo" e terminar a faculdade de Direito, já que estava no 3º ano, e só depois iniciar a de Análise de Sistemas.

As áreas são bem diferentes, mas para mim acabaram sendo complementares. Embora uma seja da área de Humanas e a outra de Exatas, no meu cargo atual, a combinação das duas formações acabou sendo perfeita.

O Direito também foi fundamental para o concurso que prestei para a Corregedoria do Tribunal de Justiça. O concurso, na época,  era específico para nível superior nas áreas de Direito, Administração, Economia ou Ciências Contábeis.

Quais as principais qualidades de um profissional de informática?

Hoje em dia, a Informática está tão enraizada em todas as áreas que o profissional  acaba por conhecer um pouco de todas as profissões. Ele hoje desenvolve, por exemplo, um Sistema de Controle dos Processos Judiciais e acaba por conhecer as especificidades desta área. Amanhã desenvolve um Sistema de Controle Financeiro e acaba tendo que conhecer um pouco das regras de Economia, Contabilidade.

Assim, acho que a maior qualidade do profissional da área de desenvolvimento de sistemas de informática é ter um grande poder de sintetização, de forma a abstrair somente o que é fundamental para o desenvolvimento do seu trabalho, e objetividade para organizar e resolver os problemas apresentados de maneira simples, com facilidade para quem vai usar o seu "produto", dando ganho de produtividade e integridade às informações tratadas pelos seus sistemas.

Como está o mercado de trabalho para os profissionais da área?

Este ainda é um mercado muito promissor. Como em todas as áreas, é preciso muita dedicação e determinação para que os bons profissionais tenham seu espaço garantido. Quanto a estágios, confesso não saber como está o mercado. Infelizmente no Tribunal de Justiça, não temos um convênio para estágio na área tecnológica.

Quanto á possibilidade de trabalho, acho que o mercado está absorvendo todos os profissionais com experiência. Há pouco tempo tivemos 4 vagas para contratar, para um serviço que estava sendo terceirizado, e, por incrível que pareça, encontramos poucos profissionais disponíveis.

Hoje em dia o mercado diversificou muito o "conhecimento" na área de informática e um grande diferencial na profissão é conhecer algumas ferramentas específicas disponíveis no mercado, como as linguagens de desenvolvimento mais usadas, mais de um banco de dados e ferramentas que se incorporam para geração de relatórios, GED (ferramenta para tratar documentos), modeladores de dados e muitos outros. Esta abrangência ajuda muito o crescimento na área.
 
A remuneração já foi melhor, mas, diante de outras profissões, ainda pode ser considerada boa. O nível de desemprego também não é alto e os que se sobressaem acabam sendo mais assediados e mais bem remunerados, assim como em qualquer área. Além disso, hoje já temos uma boa oferta de concursos públicos na área da informática que, em geral, são bons empregos com boa remuneração.

A presença feminina tem crescido nos últimos 10 ou 15 anos. Na área de desenvolvimento do Tribunal de Justiça, hoje temos 50% das vagas ocupadas por mulheres.

Quais as vantagens e desvantagens da profissão?

Acho que a maior vantagem é trabalhar em uma área muito dinâmica, não só em termos tecnológicos, mas também com as inúmeras variáveis com as quais estamos sempre lidando e tendo que conhecer. Monotonia não existe em nosso dicionário.

Não consigo enxergar as desvantagens. Acho que para quem gosta da área de desenvolvimento de sistemas, as desvantagens passam a ser vantagens como: grande variedade de ferramentas no mercado, fazendo com que o profissional conheça pelo menos algumas mais usadas e tenha que estar sempre se atualizando e o fato de ter que entender, de acordo com a necessidade, de atividades, em alguns casos, completamente diversas.



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