Atuando como professora universitária, psicóloga clínica e, mais recentemente, em gestão e treinamento de pessoas, Gisele fala ao Profissional de Sucesso sobre as possíveis especializações da profissão de Psicólogo, as habilidades e condições pessoais essenciais para uma boa atuação na carreira, competição e mercado de trabalho. Se esse é o seu foco de interesse, veja o que uma profissional do ramo tem a dizer...
Quais as áreas de atuação do psicólogo hoje no mercado de trabalho?
Psicologia clínica, escolar, esportiva, hospitalar, Orientação profissional, Psicologia jurídica e social, Psicologia do trabalho, Gestão de pessoas e Treinamento.
A formação é a mesma para o psicólogo atuar em qualquer dessas áreas? Por exemplo, o psicólogo clínico e o que atua em Recursos Humanos têm demandas diferentes, não?
A graduação (4 anos) é o primeiro passo, mas a especialização e ou especializações, acrescidas da prática profissional é que irão determinar a trajetória de atuação desse profissional.
Que habilidades e condições pessoais são fundamentais para o bom exercício da profissão?
As principais ferramentas do psicólogo são: a fala e a escuta, já que a comunicação é o veículo primordial entre o psicólogo e seu ambiente de trabalho, seja a clínica, sala de aula ou ambiente organizacional. Ainda sobre a fala – comunicação é preciso chamar atenção para a capacidade de adaptá-la ao público. Além disso, devemos também valorizar a escrita, o poder de síntese, que viabilizará a elaboração de laudos e diagnósticos e uma postura não-verbal coerente.
Como anda o mercado de trabalho para esse profissional e quais as perspectivas salariais?
Como em todos os seguimentos profissionais, o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, exigindo do profissional além da graduação, cursos de especialização. Quanto à remuneração, pode variar entre 1.000 a 5.000 reais.
É difícil conseguir estágio para estudante de psicologia? Costuma ser remunerado?
Não é exatamente difícil, mas requer tempo e investimento pessoal. Os estágios costumam ser remunerados, principalmente aqueles ligados a área de Gestão de pessoas.
No seu ponto de vista, qual a área de mais fácil colocação e a mais rentável?
Talvez a área organizacional - Gestão de pessoas. Mas tudo vai depender da dedicação e do empenho daquele que acredita e quer seguir na profissão.
Existe um certo glamour na profissão principalmente em relação ao psicólogo clínico. No entanto, a área clínica parece ser a mais complexa de formação e a de retorno profissional mais lento além de ser mais difícil para se estabelecer. É certo? Por que isso acontece? E que formação é essa?
Tem lógica o seu pensamento. Realmente a área clínica é apaixonante e complexa. O seu retorno financeiro tem tendência a ser um pouco mais lento devido às suas demandas, que estão diretamente associadas a emoções, traumas, desejos, aspectos de ordem subjetiva, que nem sempre respondem às necessidades de ordem prática. O tempo é diferente, mas nem por isso menos gratificante, só é necessário: “ter paciência, para ter paciente...”. Quanto à formação, é importante uma especialização em área clínica ou uma formação, que pode ser em Psicanálise, Gestalt, entre outras, em uma instituição reconhecida. Além disso, recomendo se submeter a algum tipo de análise, que vai depender da linha que mais lhe agradar.
Existe conflito de atuação entre psicólogos e psiquiatras? Quais a diferença de atuação desses profissionais?
A minha experiência aponta que, a cada dia, esses profissionais vêm trabalhando em parceria, na intervenção da saúde mental. Apesar de a formação ser diferente: médico (medicina) e psicólogo (psicologia), elas se complementam. Enquanto que o psicólogo irá atuar empregando terapias que utilizam, como por exemplo, a fala e (ou) o corpo, o psiquiatra, dependendo da necessidade, intervirá fazendo diagnóstico e prescrevendo medicação.
Ozana Hannesch
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