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Diógenes de Almeida Campos luta pela preservação do patrimônio geológico brasileiro

Diógenes de Almeida Campos | Geólogo

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O professor Diógenes de Almeida Campos é um dos nomes mais respeitados no Brasil quando o assunto é Geologia.

Em 1968, um ano após a formatura pela Universidade Federal da Bahia, ele ingressou no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Trabalhou com os melhores profissionais do Brasil na época, entre eles, Llewellyn Ivor Price, que o estimulou a dedicar-se à Paleontologia de Vertebrados e à Estratigrafia do Cretáceo brasileiro.

Escolher a profissão, para ele, foi muito fácil. Bastou constatar que adorava a natureza e queria entender a origem e a composição das rochas. Quando menino, ainda na sua cidade natal, Irará (BA), Diógenes ia para a praia e recolhia areia do rio, peneirava-a e depois a distribuía em vários frascos.

O interesse pelo mundo mineral não arrefeceu com o tempo. Pelo contrário, foi a base para uma das carreiras mais bem sucedidas na área da Geologia.

Como surgiu o seu interesse pela Geologia?

Desde sempre. Sou um naturalista nato, gosto de Botânica, Zoologia, Mineralogia. No segundo ano científico (atual ensino médio), estudávamos História Natural. Percebi que queria algo ligado ao reino mineral, inanimado. Mais tarde, fiz especialização em Paleontogia, disciplina que permite fazer uma ponte entre o mundo mineral e o vivo.

Uma vez formado, em que exatamente o geólogo trabalha? Qual a sua atividade cotidiana?

Há duas vertentes dentro do curso: a Geologia ligada à Engenharia, na qual o profissional se dedica a achar minérios e petróleo, e aquela em que a Geologia é vista como uma ciência básica, tal qual a Matemática, a Física, a Química e a Biologia. Neste segundo caso, o profissional estuda a origem, evolução e dinâmica da Terra.

Ele trabalha fundamentalmente com a dimensão do tempo. A rocha que ele encontra formou-se numa época que não é o tempo presente e é isso que ele investiga. Pode ainda estudar a parte não viva dos oceanos ou dedicar-se à meteorologia.

Como anda o ensino de Geologia? Há muitos jovens interessados pelo assunto?

O interesse dos estudantes pela Geologia poderia aumentar se os cursos primários e secundários dessem mais ênfase às ciências da Terra. Não existe uma licenciatura em Geologia como acontece, por exemplo, no caso da Física e da Química. Ou seja, até chegar à universidade, o estudante tem apenas uma noção da Geologia.

Como tornar o brasileiro mais consciente do seu patrimônio científico?

Temos que divulgar o conhecimento. Desenvolvi um projeto pioneiro com as populações de Crato e Santana do Cariri, no Ceará, e de Uberaba, em Minas Gerais, para conscientizá-las da importância de preservar os depósitos fossilíferos brasileiros.

Como está o mercado de trabalho para o Geólogo?

Isso vai depender do que ele escolher fazer. Se for trabalhar numa empresa voltada para a prospecção de petróleo, talvez tenha uma boa remuneração. Ele será basicamente um engenheiro e a Geologia será usada como uma ciência aplicada. Caso opte pela pesquisa, terá uma carreira acadêmica. Não fiquei rico, mas sinto-me recompensado pelo trabalho que faço. Viajei o mundo inteiro para coletar rochas e fósseis. Fui inclusive à Antártica. Não há nada mais gostoso do que o trabalho de coleta.



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