Estácio de Sá nasceu em Santarém, Portugal, em 1520. A família Sá adquiriu grande prestígio no Brasil, particularmente no Rio de Janeiro, onde seus descendentes se tornaram poderosos proprietários de terras e engenhos e importantes administradores.

O poderio dos Sá teve início com a expulsão dos franceses da região da Baía de Guanabara, ocupada desde 1555. Estácio de Sá, sobrinho do então governador-geral do Brasil Mem de Sá, chegou à Bahia em 1563, com a missão de pôr fim ao projeto da “França Antártica”. Os portugueses contaram com o apoio dos índios Temiminós, tradicionais inimigos dos Tamoios — aliados dos franceses.

Em 1565, as forças de Estácio de Sá se estabeleceram entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, onde, em 1° de março, o jovem explorador fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, a segunda a ser fundada no Brasil, e tornou-se o primeiro governador da capitania do Rio de Janeiro.

Após dois anos de confrontos, chegaram reforços das capitanias da Bahia e São Vicente, pessoalmente comandados por Mem de Sá. Eram majoritariamente indígenas, mobilizados pelos padres jesuítas. Em 20 de janeiro de 1567, dia de São Sebastião — padroeiro da recém-fundada cidade —, os portugueses conseguiram vencer os últimos redutos de resistência francesa, em Uruçu-mirim (atual praia do Flamengo) e Paranapuã (atual Ilha do Governador).

Uma grande mística envolve a narrativa da batalha que expulsou os franceses: de acordo com os relatos, o próprio São Sebastião teria participado da luta em prol dos portugueses. Líder da ofensiva lusitana, Estácio de Sá, tal qual o santo, foi gravemente ferido por uma flecha durante a batalha de Uruçu-mirim, vindo a falecer um mês mais tarde, provavelmente por septicemia decorrente do ferimento.

Após sua morte, seu tio Mem de Sá assumiu o governo da capitania do Rio de Janeiro, sendo sucedido pelo irmão de Estácio, Salvador Correia de Sá. A partir daí, teve início o que se poderia chamar de dinastia carioca dos Correia de Sá, que governaram a capitania por quase um século.