A todo momento estamos acessando nossa memória, buscando informações e cruzando dados armazenados para responder perguntas e resolver problemas de nosso dia a dia. De que valeriam os aprendizados e as experiências se não pudéssemos armazená-los? O ritmo de vida cada vez mais rápido e incessante da "era do conhecimento" exige cada vez mais deste recurso do cérebro, tornando-o um assunto importante e que merece nossa atenção, seja para agora ou para um futuro ainda distante.
Para começar, vamos entender o modo de funcionamento da memória. Ela é uma propriedade da mente humana, que poderia ser definida como a habilidade para reter e acessar informações, em um processo dividido em três partes:
- Codificação, onde os dados são coletados e combinados de modo a formar informações;
- Armazenamento, quando as informações recebidas são guardadas;
- Recuperação, momento em que as informações são acessadas, de acordo com as atividades desempenhadas pela pessoa.
O processo de memorizar fatos e acontecimentos também pode ser dividido em três fases: memória sensorial, de curto prazo e longo prazo. A sensorial acontece no momento em que a informação é registrada pelo cérebro. A memória de curto prazo, também tratada como “memória de trabalho” por alguns pesquisadores, decide se as informações recebidas devem ser armazenadas e serão úteis ao organismo, comparando-as com as já existentes e descartando as repetidas. Já a de longo prazo caracteriza-se pela preservação da memória por períodos que variam de segundos a década, como é o caso das recordações de infância. Estes dois tipos estão trocando informações continuamente, e algum dado guardado pela de longo prazo pode ser acessado rapidamente pela de curto.
Um exemplo prático de como atuam as memórias de curto e longo prazo: somos capazes de guardar um número de CPF ou uma senha por alguns segundos e depois esquecê-la (curto prazo).
Um número de telefone, por sua vez, pode ser relembrado por anos e anos quando usados rotineiramente, que o fixa na memória. (longo prazo)
Os distúrbios de memória e os estudos
Grande parte dos estudos acerca do tema acontece em função dos distúrbios de memória. A perda total da memória é conhecida como amnésia, e está relacionada a danos no cérebro.O principal objetivo dos médicos é identificar formas para frear o processo de mortes dos neurônios, o que teoricamente contribuiria no tratamento de doenças como o Mal de Alzheimer ou de Parkinson, que se caracterizam pela perda de grande número de células cerebrais,
Novo medicamento pode ajudar
Nesta luta ainda em campo um pouco desconhecido, cientistas da Universidade da Califórnia divulgaram, na metade do mês de maio, a criação de uma pílula chamada CX717. A droga, da família das ampaquinas, turbina a produção de uma substância cerebral chamada glutamato, facilitando o processo de aprendizagem e a retenção da memória.
Os testes foram realizados com homens entre 18 e 45 anos, requisitados a passar por uma bateria de testes envolvendo memória, percepção, atenção, resolução de problemas e tempo de reação após uma noite completa de sono. Durante o dia, alguns tomaram a pílula verdadeira e outros a falsa, refazendo os testes em períodos diferentes da noite e da madrugada seguintes, sem dormir. Aqueles que tomaram o medicamento real apresentaram resultados melhores e mais precisos.
Estima-se que a pílula também poderá ser utilizada no tratamento da narcolepsia, a sonolência excessiva experimentada durante o dia, e da hiperatividade com déficit de atenção, que cria dificuldades para a aprendizagem infantil. O princípio do remédio é atuar quando a comunicação entre os neurônios começa a falhar, geralmente quando a pessoa está cansada ou é submetida a uma longa jornada de trabalho ou estudos sem descanso. A droga faz com que a ligação entre estas células do cérebro melhore, melhorando a memória e a concentração.
Uma das preocupações dos pesquisadores é evitar que o remédio tenha uso recreativo, como acontece com algumas substâncias similares consumidas por jovens, que ainda têm os cérebros em desenvolvimento e ignoram os riscos a longo prazo.
Exercícios são fundamentais
Uma boa memória é a base de todo o conhecimento e só se consegue manter este nível através de desenvolvimento e estímulos contínuos. Uma das melhores formas para exercitá-la é através da leitura, independente do conteúdo. Obviamente que livros que despertem a curiosidade e incitem a associação de ideias e o pensamento trabalham mais intensivamente, mas qualquer tipo de leitura já movimenta minimamente a memória.
Algumas atividades também podem ajudar:
- Mantenha os estímulos em dia: a atenção, o raciocínio, a percepção e a flexibilidade de pensamento devem estar sempre em ação.
- Jogos como xadrez, de memorização e palavras cruzadas fazem grande uso da memória e servem para despertá-la.
- Contas matemáticas, feitas mentalmente ou no papel, também têm efeitos estimulantes.
O livro Mantenha Seu Cérebro Vivo (Editora Sextante), de Lwarence Katz, traz 83 atividades para prevenir a perda de memória. Vejamos algumas delas, resumidas:
- Mudar a localização de objetos familiares serve para reativar as redes de aprendizado espacial.
- Nos açougues, padarias ou peixarias, peça para sentir, provar e cheirar os produtos. Desta forma, você cria vínculos associativos com formatos, cores e tamanhos.
- Pratique uma refeição em silêncio e surpreenda-se com sons mais nítidos, o que deixará a alimentação mais lenta a prazerosa.
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