Medicina Ortomolecular é a parte da ciência que estuda as reações químicas do corpo para restabelecer o seu equilíbrio. Para o corpo funcionar bem ele precisa de minerais, proteínas, aminoácidos e vitaminas. O organismo está constantemente em ação e quando necessita de um destes elementos, e não os encontra, acontece um desequilíbrio. A função da medicina ortomolecular é justamente corrigir estas deficiências.
O organismo trabalha de forma harmoniosa, mas quando não encontra a matéria-prima, ele a retira de um órgão menos nobre para priorizar um mais nobre. Por exemplo, se falta alguma substância necessária ao cérebro, o corpo envia uma mensagem que retira essa mesma substância do músculo, por exemplo. Daí, decorrem deficiências. A reposição é feita com as próprias substâncias, que, além de proporcionar um reequilíbrio bioquímico, combate os radicais livres.
Outro fator que gera doenças é a formação dos radicais livres. O oxigênio entra no organismo para fornecer energia para a célula, que utiliza cerca de 98%. Os outros 2% restantes não participam do processo, formando as espécies tóxicas reativas do oxigênio, os radicais livres. Estes correspondem a átomos ou grupos de átomos com um elétron a mais e são muito reativos. E como para recuperar o equilíbrio, as moléculas precisam doar o elétron, ela causa uma “pane” na estrutura celular do corpo, danificando células e causando doenças. Esse processo causa envelhecimento e prejudica o sistema imunológico, o que pode causar doenças degenerativas e ficar mais suscetível a infecções.
Após os 35 anos, a capacidade do organismo de neutralizar os radicais livres fica diminuída e sabe-se que contribuem na causa de doenças degenerativas como Mal de Parkinson, Alzheimer, doenças cardiovasculares, entre outras. Para combater o excesso de radicais livres devem ser ingeridas substâncias antioxidantes que irão neutralizar a sua ação. Vitaminas A, C e E, zinco e cobre, por exemplo, são substâncias neutralizadoras.
Tratamento previne contra radicais livres
“Os radicais livres são responsáveis pelo envelhecimento e pelas doenças degenerativas crônicas, como o Mal de Parkinson e Alzheimer. E hoje em dia, estamos mais expostos a fatores de agressão por causa da poluição do ar que contém chumbo, do mercúrio encontrado nos peixes contaminados, por causa dos hormônios nas carnes, do cigarro e da exposição ao sol. Todos esses fatores favorecem a ação dos radicais livres”, explica a médica ortomolecular Elizabete Scaranari.
A Medicina Ortotomolecular, através do uso de vitaminas e minerais, objetiva, entre outros, neutralizar os efeitos tóxicos destas espécies reativas, proporcionando uma melhor qualidade de vida. O tratamento pode ser preventivo ou curativo. O mais importante é que com a Medicina Ortomolecular o paciente volta a ser encarado como um todo, um conjunto que deve funcionar em harmonia.
A médica diz que de maneira generalizada o nosso intestino é um grande tubo onde jogamos alimentos. E, o intestino seleciona as substâncias que serão absorvidas. Para que ele esteja em dia e possa digerir corretamente os alimentos e aproveitar o que eles têm de melhor, é preciso que a mucosa e a flora intestinal estejam em perfeito estado.
“Às vezes pareço radical quando digo para meus pacientes não tomarem leite. O que acontece é que quando ficamos mais velhos não temos mais enzimas para digerir o leite, então ele putrefa. Para substituir o alimento, recomendo que comam verduras verdes que tem grande quantidade de cálcio e, além disso, um cálcio mais bio disponível”, afirma.
Reeducação alimentar e suplementos
O tratamento com a medicina ortomolecular consiste em uma reeducação alimentar complementada por suplementos alimentares em formas de cápsulas. Nestas cápsulas haverá a quantidade de vitaminas, aminoácidos ou minerais que estejam em deficiência no organismo.
“Antes de receitar os suplementos é necessário fazer exames que vão investigar o metabolismo do paciente e apontar as falhas do organismo. As substâncias deficientes serão complementadas com cápsulas feitas em farmácias de manipulação”, explica Elizabete.
A médica explica que se uma pessoa tem deficiêcia de vitamina E no organismo, por exemplo, é aconselhável que ela faça uso das cápsulas manipuladas. “Desta forma ela recebe apenas a vitamina necessária nas doses certas. Se a pessoa comesse castanhas para suprir a deficiência, ela teria que comer uma quantidade muito grande, gerando outros desequilíbrios”.
Não é possível determinar um período para o tratamento porque depende da reação do organismo, mas em geral os sintomas de melhora aparecem na fase inicial. O tratamento também faz com que o organismo se torne mais resistente às doenças. O tratamento pode ser feito ao longo da vida, porque além de preventivo, ele é antienvelhecimento, e não apenas da pele, mas do organismo.
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