Saúde

Febre Amarela

Um surto ou um susto?

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Desde dezembro do ano passado que os brasileiros se indagam se o país vive ou não um surto de febre amarela. Muitas vezes, as manchetes e as notícias na mídia nos levam a pensar que a febre amarela “está de volta”. 

Diferença entre febre amarela silvestre e urbana

Não se pode confundir a febre amarela silvestre com a febre amarela urbana. A principal diferença é que nas cidades, o transmissor da doença é o mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Nas matas, os principais transmissores da febre amarela são os mosquitos Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente os primatas.

Como a vacina produzida na Fiocruz é extremamente eficaz, a doença torna-se completamente evitável nas regiões endêmicas. Há quase dez anos que a vacinação contra a febre amarela é rotina em áreas de risco. Com uma grande parte da população imune, não há muitas pessoas suscetíveis para manter a transmissão. Nas estatísticas anuais verifica-se que os surtos se localizam em áreas da Bacia Amazônica, incluindo trechos da Colômbia,  Peru, Bolívia e parte setentrional da América do Sul.

Por isso, o Brasil exige de todo turista vindo da Bolívia, Peru, Venezuela, Guiana Francesa e África o Certificado Internacional de Vacinação contra a febre amarela e recomenda às pessoas com destino a áreas consideradas endêmicas de febre amarela -  como as regiões Norte e Centro-Oeste, o estado do Maranhão e oeste dos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -  a tomarem vacina para que não corram riscos e a doença seja mantida sob controle.

Com todos esses cuidados, a série histórica de febre amarela, conforme dados do Ministério da Saúde, vem se reduzindo. Entre 2004 e 2007, a média anual foi de quatro casos por ano. Em 2002 chegamos a ter 85 casos e em 2003, sessenta e quatro. Todos de origem silvestre, inclusive os de registro recentes. O último caso de febre amarela urbana ocorrido no Brasil foi em 1942.

Perigo urbano

Felizmente, até agora,  não se confirmaram os prognósticos do ressurgimernto da febre amarela urbana no Brasil. Mas o receio permanece e é explicável.  O Aedes aegypti, mosquito responsável pela dengue, e transmissor da febre amarela urbana, “ganhou asa” em muitas cidades brasileiras. Com  o transmissor ativo, ninguém pode se sentir seguro. O risco é de que esses mosquitos passem a transmitir a doença, ao picarem uma vítima que volte da área rural para a sua cidade. Não é impossível, mesmo que a probabilidade seja reduzida. 

Se não tivemos um surto, ainda não podemos dizer que o susto tenha passado. A solução, certamente, não está em todo mundo se vacinar, até porque a vacina pode ser perigosa para algumas pessoas, como temos visto. Mais produtivo seria se o temor da febre amarela provocasse na população uma forte reação em cadeia de combate e controle ao mosquito.

Isso é que poderia se chamar de “erradicação de duas perigosas doenças urbanas com uma só atitude”!



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