Saúde

Cuidado com o caramujo africano!

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De Norte a Sul do País, uma nova praga vem dando muita dor de cabeça para os brasileiros nesse verão: o caramujo gigante africano (Achatina Fulica). Com apenas 15 centímetros de diâmetro e pesando até 200g, o molusco pode provocar doenças em humanos e animais domésticos, contaminar a água e arrasar jardins e plantações. Capaz de se reproduzir de forma rápida, o caramujo africano se prolifera principalmente na região litorânea e já foi detectado em 24 dos 26 estados brasileiros.

Nos ambientes urbanos as populações desses moluscos são densas, invadem e destroem hortas e jardins. Como são formadas por animais de grande porte, com 10 cm em média, causam transtornos às comunidades das áreas afetadas", esclarece a pesquisadora Silvana Thiengo, responsável pelo Laboratório de Referência Nacional em Malacologia Médica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

A proliferação do caramujo africano começou na década de 80, de forma clandestina, vindo do nordeste da África. A intenção dos produtores rurais era conseguir uma alternativa mais barata para o escargot, iguaria muito utilizada pela culinária francesa. Ao contrário do verdadeiro escargot, o caramujo africano tem uma aparência estranha  e repulsiva e não agradou aos paladares mais sofisticados. Abandonados pelos produtores e longe dos seus predadores diretos, os caramujos se tornaram uma praga perigosa para a saúde pública no Brasil.

Quando infectado por parasitos, o caramujo africano pode transmitir doenças. A meningite eosinofílica é a única que teve casos registrados no País”, diz Silvana.

Transmitida pelo verme Angiostrongylus costaricencis, a meningite eosinofílica pode causar cegueira, paralisia e até mesmo a morte do paciente. Introduzido pelo caramujo africano no organismo humano, o verme entra no sistema nervoso central e causa inflamação das meninges, provocando dores de cabeça e dificultando a movimentação do pescoço.

Além da meningite eosinofílica, o caramujo africano também pode causar a angiostrongilíase meningoencefálica humana. Transmitido pelo verme Angiostrongylos cantonesis, esse tipo de meningite também provoca dores de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso.

Formas de contaminação e prevenção

A prevenção no contato com o caramujo africano e o controle da população do caramujo são fundamentais para evitar a disseminação da praga no Brasil. Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb), o combate ao molusco é muito simples, mas exige da população uma vigilância constante. Afinal, a cada dois meses, um caramujo põe 200 ovos e, após cinco meses, os filhotes viram adultos e começam a se reproduzir.

A própria Comlurb tem uma cartilha básica para informar a população carioca sobre o caramujo africano. Nela estão dicas de como reconhecer o molusco e o que fazer para eliminar a praga. O uso de luvas descartáveis para proteger as mãos é importante na hora de catar os caramujos e seus ovos, já que o simples contato pode transmitir doenças. Para matar os moluscos deve-se colocá-los em uma mistura com água e sal grosso ou cloro, ou então incinerá-los utilizando álcool, querosene ou gasolina.

Além da caça aos caramujos, a Comlurb também destaca o cuidado que a população deve ter ao ingerir frutos, legumes e verduras. Ao se locomover, o molusco libera um muco, que pode contaminar os alimentos produzidos em hortas e pomares. Por isso, antes de consumir esses alimentos, deve-se colocá-los em uma mistura de 1 litro d’água e uma colher de sopa de água sanitária por 15 a 30 minutos, para, então, lavá-los com água corrente. Seguindo todas essas dicas, além de evitar a doença, a população estará trabalhando para erradicar a praga do Brasil.



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