Saúde

A volta da sífilis

Mudança de comportamento é a causa

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A sífilis, que foi erradicada do Ocidente há 35 anos, volta a assombrar.

O reaparecimento da doença, seja no oriente ou no ocidente, é atribuído a mudanças sociais que interferem no comportamento sexual. Na China, um estudo aponta as reformas econômicas e a globalização como causas. A defasagem de renda e a grande migração de trabalhadores do sexo masculino para as cidades criaram um clima cultural favorável à prostituição.

Já nos Estados Unidos, Pesquisadores do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla, em Inglês) dizem que nos últimos 40 anos a epidemiologia da sífilis mudou, passando de homens gays pobres para heterossexuais viciados em crack e homossexuais e heterossexuais menos cuidadosos com a prevenção durante o sexo. A internet tem funcionado como facilitadora da busca de novos parceiros sexuais.

Depois que os anti-retrovirais passaram a prolongar a vida dos portadores do HIV, criou-se a falsa presunção de que a Aids tem cura. O efeito colateral dessa crença foi o relaxamento dos cuidados preventivos, provocando imediato aumento de incidência das doenças sexuais transmissíveis, inclusive a sífilis. É como se as pessoas estivessem com “fadiga do sexo seguro”.

Transmissão

O agente causador da sífilis, o Trepnema Pallidum, foi descoberto em 1905. No ano seguinte desenvolveu-se a primeira sorologia para diagnóstico, mas só depois da descoberta da penicilina, em 1928, e da sua popularização após a Segunda Grande Guerra, é que foi possível tratar a doença com eficácia.  

A forma mais comum de transmissão é a via sexual. A sífilis pode também ser transmitida pela placenta, durante a gravidez – é  a chamada sífilis congênita (SC), de transmissão vertical, da mãe para o filho.

Muito raramente nos nossos dias, a doença é contraída na transfusão de sangue ou, ainda, acidentalmente por utensílios contaminados.

Diagnóstico e sintomas

O diagnóstico de sífilis é feito através de exame de sangue ou sorologia. O resultado positivo só aparece cinco semanas após o contato que causou a doença.

A sífilis adquirida evolui em quatro fases. Na primária, vinte a trinta dias após a pessoa ser infectada, aparece, na área de contágio, um cancro duro, indolor e sem coceira. A seguir surgem ínguas, comumente, na região da virilha, quando a transmissão é através da relação sexual. O cancro desaparece espontaneamente em um mês.

Na fase secundária, seis a oito semanas depois da infecção, a doença se espalha com a multiplicação do parasita treponema, causando febre, dor de cabeça, erupções na palma das mãos, sola dos pés e órgão genital. Pode trazer anemia, queda de cabelos e crescimento de gânglios em várias partes do corpo.

Se não for identificada e tratada, a sífilis evolui para a fase latente, quando a doença só é descoberta em testes sorológicos. Sem sinais clínicos, nessa fase, a doença pode permanecer oculta por muitos anos.

 

Se não for identificada e tratada, a sífilis evolui para a fase latente, quando a doença só é descoberta em testes sorológicos. Sem sinais clínicos, nessa fase, a doença pode permanecer oculta por muitos anos.

Na fase terciária, os sintomas aparecem de 3 a 12 anos após a infecção. Podem surgir lesões cutâneas, neurológicas (que provocam demência), cardiovasculares (causadoras de morte) e articulares. 

A sífilis congênita é a mais combatida no Brasil, porque o Ministério da Saúde exige a realização do VDRL (teste que identifica a sífilis no organismo) pelo menos duas vezes durante o pré-natal. Apesar da exigência, há ainda grande incidência de casos, principalmente na região sudeste, porque médicos ignoram a norma ou por problemas na rede pública de saúde. Por isso, muita gravidez resulta em aborto espontâneo ou em bebês natimortos. As crianças sobreviventes têm graves problemas no cérebro, no fígado e em outros órgãos.

Para evitar a infecção do bebê, é preciso que a mãe faça o tratamento antes do parto, o que pode acontecer em qualquer fase da gravidez, sem prejuízo à saúde do feto. É importante também tratar o parceiro para que a mãe não seja recontaminada.

Prevenir é o melhor remédio

A sífilis tem cura, mas, o melhor remédio é a prevenção, ou seja,  usar camisinha e realizar, periodicamente, exames para saber como está a saúde. Dessa maneira, além da sífilis, previne-se outras Doenças Sexualmente Transmissíveis - DSTs.



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