Papo Sério

Tensão entre pai e filho

Uma lição de coragem e amor

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Em meio às expectativas e festejos que antecederam o primeiro jogo do Brasil na Copa, movimentos de protesto se espalharam em várias cidades brasileiras, como já era esperado. O foco principal foi São Paulo, por conta da abertura do evento e do jogo do Brasil.
 
Como se fosse uma reprise, assistimos à violência tanto de mascarados, depredando lojas e bens públicos, quanto de policiais, com a justificativa de reprimir o quebra-quebra. Mas dessa vez, inédito foi o diálogo tenso entre pai e filho em meio à “batalha” de manifestantes e policiais.


Um jovem de 16 anos, com o rosto escondido pela camisa, foi surpreendido, em pleno ativismo, pela chegada do pai. Decidido a retirar o filho do protesto dos black blocs, grupo conhecido por atos de vandalismo que vêm ocorrendo nos protestos, o pai ignorou cinegrafistas, policiais e ativistas e usou de amor, autoridade e bons argumentos para convencer o rapaz a voltar para casa, já que a hora e a forma para protestar estavam equivocadas.


Contra-argumentando à defesa do filho aos protestos, o pai não se deu por vencido: “você vai ter o seu direito quando trabalhar e ganhar o seu dinheiro, tá? Eu sou seu pai, escuta seu pai” e retirou a camiseta que cobria o rosto do rapaz, lembrando: “você não é criado para isso. Eu trabalho para te sustentar, não é para você esconder a cara”.

Sem mico e com muito amor

Renan, o nome pelo qual foi chamado o filho, não estava ali à toa. Tinha motivos justos: protestar contra “um governo errado”, conforme se expressou: “Eu quero escola, eu quero saúde. Deixa eu protestar. Minha avó quase morreu num hospital público. Você acha certo isso? Pelo amor de Deus, deixa eu correr atrás. Tanta gente morrendo. Deixa eu fazer a minha parte, ajudar um pouco. Eu sei que eu tenho 16 anos. Eu não vou me machucar, relaxa”. 
 
Mas, seu pai, também tinha motivos para estar ali: evitar que seu filho fosse envolvido pela violência reinante e comprometesse seu futuro, já que nem sempre as boas intenções prevalecem nesses movimentos, principalmente quando os rostos estão cobertos e as pessoas se sentem anônimas. Diante do discurso idealista do filho, o pai implorou, usando o bom-senso e muito amor: “Eu pago a sua escola. Eu e sua mãe trabalhamos para te sustentar. Vamos para casa, por favor, Renan, Você não vai mudar o mundo. Meu filho, você tem16 anos, não é a hora agora. Eu te amo, cara. Você é meu filho. Eu estou pedindo demais? Renan, um passo de cada vez”.  

Por fim Renan se rendeu aos apelos do pai e saiu com ele. Para um jovem da idade dele, pode parecer “mico” recuar nessa situação. Provavelmente para Renan foi difícil, como também para seu pai estar ali discutindo com seu filho no meio da confusão. Por isso mesmo, eles foram os heróis do dia. Tiveram um diálogo tenso, como muitos que acontecem entre pais e filhos, só com uma diferença: é que ambos se expressaram, se ouviram e se respeitaram. 
 


 



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