Papo Sério

Os anabolizantes não são solução

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Conquistar um corpo sarado e ser admirado pelo sexo oposto (e invejado pelos do mesmo sexo!) é, hoje em dia, o que quase todo mundo quer. E esse desejo não está mais restrito à moçada, mas tem muito quarentão(ona) nessa também. Ora viva, se a preocupação com a saúde faz parte do pacote!

A questão é que a pressa em alcançar resultados leva à busca de recursos adicionais aos exercícios físicos, entrando-se de forma desavisada nos anabolizantes.

Quando se fala de anabolizantes, engloba-se tanto os suplementos alimentares destinados a complementar a dieta normal, vendidos em forma de produtos que contêm calorias, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras como os (anabolizantes) esteróides sintéticos, produzidos pela indústria farmacêutica: orais, injetáveis, cremes, supositórios, selo de fixação na pele e sublingual, muitos deles vendidos ilegalmente, porque são proibidos.

Para ganhar mais massa muscular do que os exercícios físicos podem proporcionar, ou num tempo menor de malhação do que o necessário, as academias tornaram-se estimuladoras do uso desses produtos, comercializados, em alguns casos, na sua lojinha e muitas vezes indicados pelos professores.

Na dissertação de mestrado para a Unifesp, a nutricionista Márcia Daskal Hirschbruch pesquisou 201 frequentadores de academias de São Paulo e apurou que a maioria deles (61%) usa algum tipo de suplemento alimentar, sendo que 41% fazem autoprescrição e 27,5% usam o produto por indicação de treinadores. Dentre os consumidores entrevistados, 11% se dispõem também a usar as “bombas” como são conhecidos os anabolizantes esteróides, o que reforça a impressão de que o seu uso é visto como normal nas academias.

Afinal, o que são os suplementos alimentares e para que servem? 

Flávia de Lima Barbosa, nutricionista, explica que eles são destinados às pessoas que têm uma dieta alimentar carente de certos nutrientes ou por questão de saúde ou por escolha alimentar como o caso dos vegetarianos. “Muitas vezes, a suplementação é indicada para atletas, pois com intenso treinamento durante muitas horas todos os dias, suas necessidades energéticas e nutritivas são muito aumentadas, mas para as pessoas que frequentam as academias e não treinam puxado como os atletas, uma alimentação balanceada é suficiente para a perda de tecido adiposo e ganho de massa muscular”.

Flávia alerta ainda sobre as consequências do uso indiscriminado desses produtos, dando alguns exemplos: uma quantidade adequada de proteínas é necessária para a manutenção da massa magra, mas o seu excesso a longo prazo pode causar sérios problemas renais.


 

O mesmo acontece com carboidratos, fonte energética alimentar necessária sobretudo antes do exercício, que, em excesso, forma tecido adiposo (tudo que você quer evitar!) mas, se insuficiente, prejudica o ganho e manutenção de tecido muscular (tudo o que você deseja!), pois o organismo utilizará a massa magra (proteína) como fonte energética. Da mesma forma com os lipídios (gorduras), que são importantes ao organismo, mas que em excesso formam tecido adiposo, provocam aumento da taxa de gordura no sangue e aumento de colesterol.

Ora, se considerarmos que estes nutrientes já se encontram nos alimentos ingeridos normalmente, o aumento deles através de suplementos acabam provocando excessos, por isto é que a suplementação deve ser orientada por médico ou nutricionista para que não ocorra toxidade, ganho de tecido adiposo e sobrecarga renal.

Flávia Barbosa ensina que uma dieta equilibrada, que forneça a quantidade necessária de todos os nutrientes para o organismo é o ideal para se manter a saúde e até mesmo para o ganho de massa muscular e perda de gordura. Ela deve contemplar alimentos variados como frutas, legumes, verduras, carnes magras, leite e derivados, massas, pães e arroz, de preferência integrais.

Já os anabolizantes esteróides desarmonizam o equilíbrio hormonal do organismo, pois os esteróides já fazem parte dos hormônios que produzimos naturalmente. As consequências podem ser bem graves: desde a alteração da voz, espinhas fora de hora, queda de cabelo, dermatites seborreicas que provocam escamações, vasinhos nas pernas até a problemas cardiovasculares, de menstruação, distúrbios de ereção, diminuição dos testículos, problemas com a próstata, cirrose hepática, câncer de fígado, etc. Além disso, a deformação é uma característica do uso e abuso, e chamam a atenção para quem usa.

Então, é o caso de se perguntar: se há formas naturais de se ter saúde e de se ficar mais bonito, porque usar métodos antinaturais que trarão prejuízos à saúde?

 



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