São muitos os motivos pra se assistir ao filme “Corações Sujos” de Vicente Amorim, baseado no livro do mesmo nome, que deu ao seu autor, Fernando Morais, o Prêmio Jabuti em 2002. Entre as razões está o fato de ser um filme brasileiro, baseado em uma adaptação de autor brasileiro, cujo texto conta um pedaço da História do Brasil. E a forma mais agradável de se aprender História é se assistindo a ela, deixando que os fatos se desenrolem à nossa frente!
Além disso, a história que se passa nos idos de 1946 – final da Segunda Guerra Mundial - é bastante atual, pois mostra um drama típico da imigração: abraçar uma nova cultura ou manter-se fiel à pátria de origem? As pressões são fortes de ambos os lados: tanto da comunidade imigrante que quer preservar a própria cultura, rituais e crenças, quanto da nação acolhedora que exige fidelidade, obediência às suas leis e reciprocidade ao acolhimento.
No conflito fica claro também o dano causado pela obediência cega, sem crítica, e, portanto, fanática e danosa, de muitas pessoas que sustentam o poder de uma liderança doentia. Esse também é um tema atual e podemos encontrá-lo nas radicalizações políticas, raciais, homofóbicas e culturais que assistimos aqui e em toda a parte do mundo.
Quem eram os Corações Sujos?
O filme evoca o final da Segunda Guerra Mundial, que só se consumou com a rendição do Japão que ainda resistia às forças aliadas. A foto do imperador japonês Hirohito assinando o tratado de rendição ao general americano MacArthur foi manchete nos jornais do mundo inteiro, atestando o fim de um longo período de lutas e de luto, provocado pela violência dos combates.
No interior do estado de São Paulo, onde viviam cerca de 200 mil imigrantes japoneses que cultuavam o mito do Japão invencível – há mais de 2.600 anos o país não perdia uma guerra – e acreditavam nos poderes divinos do imperador, a notícia da rendição foi recebida com resignação por uma parte da comunidade e rejeitada pelos mais nacionalistas, que determinaram se tratar de uma informação mentirosa dos aliados.
O conflito, que até então era voltado para o mundo externo, para fora da comunidade, se modificou, diante da divisão de convicções. Passaram a ser perseguidos e mortos pelos militantes da colônia nipônica todos os japoneses que acreditassem na derrota do Japão. Estes eram apelidados de “corações sujos”, por não honrarem a pátria e seu imperador. Tornavam-se inimigos e uma vergonha para a nação, e, como tal, deviam ser punidos.
É com base nesses fatos que filme e personagens se desenvolvem. Dramas comoventes de gente simples, amorosa que só queria trabalhar, viver com sua família e homenagear a pátria natal em paz.
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