Nutrição

Líquidos e digestão

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Por Maribel Melos

Por que não tomar líquidos às refeições


Em saúde sempre surgem novas teorias e até que haja uma boa explicação para elas, precisamos ter cautela. Em relação ao consumo de líquidos ouvi muitas vezes esta pergunta: “Beber junto às refeições interfere no processo digestivo?”

O consumo de líquidos junto às refeições tende a “acelerar” o nosso comer, interferindo, portanto, na saciedade. E, para isto, não faltam boas explicações. Veja o quê e como acontece.

Mastigação e saciedade

Os nossos dentes bonitos e fortes servem para muito mais do que nos possibilitar um belo sorriso. Eles são uma das estruturas mais fortes que possuímos no organismo. Servem para triturar os alimentos em pequenas partículas, facilitando o trabalho das enzimas que atuarão em todo o trato gastrintestinal, a partir da boca. A pouca mastigação prejudica a saciedade.

Enquanto estamos mastigando, nossas enzimas estão se preparando para atuar. Assim, o cérebro vai sendo informado de que o alimento está chegando, o que ajuda na saciedade e evita que se coma mais do que se precisa.



O que acontece no estômago

Produzimos de 2 a 3 litros de sucos e enzimas que realizam nossa digestão. Imaginem 2 latas de refrigerante ou 2 copos de suco junto a estas substâncias. É como se diluíssemos o detergente que usamos para lavar a louça. O excesso de líquidos provoca a diluição dos sucos digestivos. 

O excesso de líquidos também faz chegar ao estômago e ao intestino alimentos mal digeridos. Nosso estômago desempenha um papel de “liquidificador” que serve para transformar os alimentos que ingerimos em massa, que vai para os intestinos. Se colocarmos pedaços muito grandes no liquidificador, ele custa mais a bater. Se ele estiver muito cheio, não bate direito e os pedaços não dissolvem. E, se colocamos muito volume de líquidos e sólidos no liquidificador, o conteúdo vaza pela tampa ou por baixo, se houver um “escape”.  Assim, acontece com o nosso estômago.

Com excesso de líquidos ou de comida, o estômago sofre por reduzir a ação dos sucos gástricos sobre os alimentos: ou “vaza” para cima, provocando azia ou para baixo, provocando gases.

Dificuldade de ação das bactérias e das enzimas no intestino

O próximo encarregado da tarefa de cuidar dos alimentos mal triturados, que passaram pelo estômago, será o intestino.

O principal papel do intestino é permitir a passagem de vários nutrientes para o sangue. Nosso intestino possui uma membrana permeável e sensível, que possibilita a passagem dos nutrientes para a circulação sanguínea. Além disso, possui uma área absortiva de aproximadamente 60 m2 (= 1 quadra de tênis) que serve de “barreira” para os elementos nocivos não passarem para o sangue.

Para que tudo funcione, é importante que o intestino esteja bem hidratado (consumo de água adequado), que consiga liberar as enzimas e sucos e que estes atuem como deveriam, em pequenas partículas alimentares e não em grandes pedações de comida.

Outras “amigas” que possuímos no intestino são as bactérias que auxiliam na limpeza desta grande área. Para que elas atuem adequadamente é preciso manter boas condições, o que envolve a escolha e higienização dos alimentos, bem como de uma mastigação adequada.

Então, quanto de líquido podemos tomar nas refeições ?

Deveríamos beber no máximo 200 ml de líquidos junto às refeições, ou seja, no período que compreende uma refeição, que se inicia 30 minutos antes dela e vai até 2 horas após.

OBS: Maribel Gonçalves de Melos é nutricionista .P>

 

 

 



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