Chega um dia em que as merendeiras viram “mico” e as cantinas do colégio ganham evidência, podendo tornar rotineira uma alimentação pouco saudável, além de representar um gasto diário que acaba pesando no orçamento. Como equilibrar a gula da garotada diante de tantos apelos, evitando que eles estabeleçam hábitos prejudiciais à saúde? Este é o questionamento de muitos pais, principalmente porque as pesquisas sinalizam para o aumento de casos de obesidade infantil e de problemas decorrentes do excesso de gordura, como, hipertensão e cardiopatias na infância.
Os hábitos alimentares cultivados em casa são uma referência importante para as crianças. Se houver coerência entre o exemplo e o “discurso” dos pais, fica mais fácil para os filhos aceitarem as restrições aos sanduíches gordurosos, salgadinhos e refrigerantes, como confirma a nutricionista Flávia de Lima Barbosa, especialista em acompanhamento nutricional e reeducação alimentar, “se a criança desde cedo está acostumada a se alimentar de forma saudável, isto para ela será o natural”.
Entretanto, a falta de compromisso das lanchonetes escolares com a alimentação apropriada a seu público, dificulta, com certeza, a tarefa dos pais. Há pouco mais de um ano virou manchete nos jornais do Rio de Janeiro, a polêmica gerada pelo decreto da prefeitura local proibindo a venda nas escolas públicas municipais de alimentos considerados "nocivos” à saúde. Este ano o juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude do RJ estendeu às escolas particulares estas restrições. Desde então, as críticas e debates sobre o assunto vêm promovendo alguma mobilização em torno do tema e da preocupação em se prevenir doenças. Alguns colégios já adotaram um novo repertório alimentar, incluindo salgados de forno, sanduíches de pão integral, queijo branco, presunto magro, sucos e frutas, retirando do cardápio as frituras, doces, biscoitos e refrigerantes costumeiros. “Mas, como a maioria das escolas ainda não optou pela mudança, resta aos pais, que se preocupam com esse assunto, incentivarem seus filhos a levar para o colégio opções de alimentos mais saudáveis”.
A sugestão é que se aproveite a moda da “alimentação saudável” para estimular o lanche caseiro, bem acondicionado em algum compartimento da mochila, afastando “aquele” ar infantil da merendeira. Um lanche saudável vai garantir maior capacidade de concentração e energia para o próximo período de estudo e evitar um longo espaço de tempo em jejum. Por se tratar de uma alimentação intermediária, deve ser simples, deixando que as principais refeições, café da manhã, almoço e janta, sejam mais substanciais.
Para Flávia, não é necessária uma refeição contendo muitas calorias, já que o lanche da escola, tanto matutina quanto vespertina, se realiza entre duas grandes refeições: café da manhã/almoço ou almoço/jantar.
Dicas que podem ajudar:
- Não deixe o lanche tornar-se monótono. Mude sempre a bebida, os biscoitos e as frutas.
- Escolha ingredientes saudáveis para preparar sanduíches: peito de peru, queijo com pouca gordura, salada de atum feita com mais mostarda e menos maionese. Use sempre pão integral.
- Os sanduíches saudáveis podem ter aspecto atraente. Incremente com fatia de legumes (pepino, cenoura, salsão), tomate, alface e com temperos de baixas calorias.
- Prepare um lanche com a participação da criança, usando ingredientes e alimentos que ela já experimentou
- Facilita preparar um cardápio semanal com a ajuda da criança para programar as compras para o lanche no supermercado
- Mostre quanto ela pode economizar da mesada, se levar o lanche de casa
Flávia acrescenta que, se o lanche for de manhã, prefira algo como fruta ou barra de cereais e, se for à tarde, um sanduíche de pão integral com queijo branco e/ou presunto magro e suco de fruta, pois o intervalo entre almoço e jantar costuma ser maior do que o intervalo entre o café da manhã e o almoço.
Mas, lembra, se o lanche for comprado na escola e esta não oferecer esses alimentos, a pressão dos alunos (e dos pais também!) é um grande passo para a mudança de mentalidade. Para que isto ocorra é necessário que, em casa, tenham aprendido sobre a importância da alimentação na saúde.
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